A República Checa está integrada no grupo D na fase final do Euro 2016, juntamente com a Espanha, Turquia e Croácia. Os espanhóis serão os primeiros adversários no dia 13 de Junho. Para aqui chegar a selecção checa venceu o grupo A de qualificação, somando 22 pontos derivados de sete vitórias, um empate e duas derrotas, marcando 19 golos e sofrendo 14 e tiveram o mérito de deixar pelo caminho a Holanda, voltando a reencontrar a Turquia que estava nesse mesmo grupo de apuramento.

Esta vai ser a sexta presença consecutiva dos checos numa fase final de um campeonato da Europa. No total disputaram já 21 encontros tendo vencido dez, empatado dois e perdido nove. Marcaram e sofreram 28 golos. O «gigante» Jan Koller é o melhor marcador da história com 55 remates certeiros, enquanto o guardião Petr Cech é o mais internacional de sempre com 119 presenças, ultrapassando Karel Poborsky.

Petr Cech e Jan Koller figuras da selecção checa

A Epopéia Europeia

A República Checa surgiu como país depois do desmembramento da Checoslováquia e marcou presença pela primeira vez, enquanto novo país num campeonato da Europa em 1996. Foi uma estreia quase de «sonho» para os checos, sem que nada o fizesse prever conseguiram chegar à final onde acabaram por cair somente no prolongamento, perante a Alemanha por 2-1. Curiosamente os dois conjuntos já se haviam encontrado na fase de grupos, com os germânicos a vencerem por 2-0.

O trajecto até essa final foi memorável para os checos, que ainda na fase de grupos após a derrota com os alemães na primeira jornada, derrotaram a Itália por 2-1 e empataram a três bolas com a Rússia, ficando no segundo lugar do grupo C. Essa posição levou-os a um confronto com Portugal nos quartos-de-final, um encontro de grande equilíbrio e que foi decidido num momento de inspiração de Karel Poborsky, que mais tarde viria a jogar com a camisola do Benfica.

Seguiram-se as meias finais perante a França e 120 minutos não chegaram para encontrar um vencedor e foi necessário recorrer às grandes penalidades, onde a sorte acabou por sorrir à República Checa, ganhando por 6-5. Na grande final frente à Alemanha os checos saíram na frente com um golo de Patrick Berger na transformação do «castigo máximo», mas depois Oliver Bierhoff saiu do banco para fazer o empate. Foi preciso então ir para prolongamento, numa altura em que prevalecia a regra do «golo de ouro», e o avançado na altura do Bayer Leverkusen deu o título europeu aos alemães ao minuto 95'.

Em 2000 a fasquia estava elevada para a República Checa, mas o europeu realizado entre Bélgica e Holanda acabou por ser um autêntico «desastre» para os checos que ficaram logo pelo caminho na fase de grupos. No entanto quatro anos volvidos a selecção do leste da Europa, voltaria a ter uma prestação de relevo em Portugal. Com jogadores como Poborksy, Rosicky, Jan Koller e Milan Baros, a equipa checa parecia imparável e logo na fase de grupos derrotou a Letónia, Alemanha e Holanda. Nos quartos-de-final «despacharam» a Dinamarca com um concludente 3-0, mas viriam a sua caminhada interrompida nas meias-finais ao perderem por 1-0, com a futura campeã Grécia após prolongamento.

Golo de Dellas derrotou a República Checa (Foto: uefa.com)

O cenário voltou a repetir-se e depois de uma boa campanha, nova «catástrofe em 2008 ao ficarem pela fase de grupos. Em 2012 a República Checa aparecia renovada e pronta a deixar uma boa imagem e venceram o grupo A com seis pontos, derrotando Grécia e Polónia e sofrendo uma goleada por 4-1 frente à Rússia. Nos quartos-de-final dava-se o reencontro com Portugal, mas desta feita foram os portugueses a ter a sua «vingança» derrotando os checos por 1-0, com um golo de Cristiano Ronaldo.

Para o Euro 2016 a República Checa poderá ser novamente uma boa surpresa e certamente uma das candidatas a passar a fase de grupos. Jogadores como Kadlec, Darida e Necid, liderados por Petr Cech e Rosicky, serão sem dúvida uma selecção a ter em atenção.