Depois de décadas de espera após a vitória em casa, em 1964, numa edição de um Campeonato da Europa, a Espanha tornou-se numa das principais dominadoras da modalidade a nível global. Ao EURO 2008, ganho depois de uma vitória na final, por 1-0, sobre a Alemanha, seguiu-se o título mundial, dois anos depois, na África do Sul. A História continuou a ser feita no EURO 2012, prova em que a Espanha se tornou na primeira seleção a manter o título, depois de golear a Itália na final de Kiev, por 4-0.

Porém, a defesa do título de campeã mundial, dois anos mais tarde, terminou logo na fase de grupos. A seleção vizinha de Portugal vai agora poder defender novamente o título de campeão europeu, já que terminou no topo do seu grupo de qualificação para o EURO 2016, com 27 pontos em 30 possíveis. No entanto, torna-se relevante relembrar que a longa espera da Espanha acabou em 2008, em Viena, quando a seleção de Luis Aragonés venceu a Alemanha na final, por 1-0. Fernando Torres marcou o golo decisivo e, quatro anos mais tarde, tornou-se no primeiro jogador da História a marcar em duas finais de Europeus, ajudando a Espanha, agora sob a orientação de Vicente Del Bosque, a defender o título, algo que também nunca tinha sucedido. A Espanha tornou-se na quinta seleção da História a conseguir um percurso 100% vitorioso na fase de qualificação, e terminou da melhor maneira mais uma participação com uma goleada na final sobre a Itália por 4-0, com golos de David Silva, Jordi Alba, Torres e Juan Mata.

Fernando Torres foi o primeiro jogador a marcar em duas finais
Fernando Torres foi o primeiro jogador da História a marcar em duas finais de Europeus

Antes de 2008, a Espanha apenas uma vez tinha chegado às meias-finais de um Europeu - finalista vencida em 1984 - desde que venceu a competição que organizou em 1964. A vitória desse ano foi garantida com um triunfo, por 2-1, sobre a União Soviética no Estádio Santiago Bernabéu. Marcelino Martínez marcou o golo do triunfo, a seis minutos do final, depois de Galimzian Khusainov ter anulado a vantagem que Jesús María Pereda tinha dado aos espanhóis logo aos seis minutos.

Vicente del Bosque: A velha raposa 

O treinador Vicente del Bosque cresceu nas camadas jovens do Real Madrid e tornou-se num nome importante do clube, como médio defensivo na década de 1970. Ganhou cinco títulos espanhóis em seis épocas e quatro Taças do Rei. Foi internacional 18 vezes e terminou a carreira ao serviço da Espanha no Campeonato da Europa de 1980, em Itália, o único grande torneio que disputou. Ao serviço do Real Madrid jogou a final da Taça dos Campeões Europeus de 1981, frente ao Liverpool. Assumiu um cargo técnico no Real Madrid pouco depois de deixar de jogar, em 1984, passando alguns anos nas camadas jovens antes de assumir, interinamente, o cargo de treinador principal dos “Merengues” em 1994 e 1996. 

Em Novembro de 1999 voltou a assumir o papel principal no Real Madrid, conseguindo os maiores sucessos do clube desde a década de 1960: venceu sete títulos, incluindo duas Champions League e dois títulos espanhóis. Saiu em 2003 e esteve num breve período ao leme do Beşiktaş, sucedendo depois a Luis Aragonés como selecionador espanhol em Julho de 2008. Bateu um recorde mundial ao conseguir 13 vitórias consecutivas com a seleção e conduziu a detentora do título europeu num percurso de qualificação 100% vitorioso, até à fase final do Campeonato do Mundo de 2010. Nesta competição guiou a Espanha à conquista do primeiro título mundial, na África do Sul, ao bater a Holanda na final. Defendeu com êxito o título europeu no EURO 2012, embora o seu reinado como campeão mundial tenha terminado na fase de grupos do Brasil 2014. Agora, o objetivo é um: conquistar o título europeu.