Buscando se recuperar de um péssimo começo de temporada (três derrotas e uma vitória) e sem contar com importantes nomes como Florian Wirtz (lesionado), Piero Hincapié e Mitchel Bakker (suspensos), o Bayer Leverkusen recebeu nos gramados da BayArena o time do Freiburg, que além da briga direta pela liderança, buscava ampliar seu recorde de vitórias nas primeiras partidas da Bundesliga.

Em um duelo cujo histórico é marcado por mais vitórias do Leverkusen (21 em 47 jogos) e por equilíbrio nos últimos embates (duas vitórias do Freiburg e três do Bayer), quem saiu vitorioso foi o Freiburg, que coroou a sua boa fase sob o comando do técnico Christian Streich com  o topo da Bundesliga. Mas os Grifos da floresta negra não tiveram vida fácil em Leverkusen.

  • Menos posse e mais finalizações

A partida começou estudada, com a maior concentração das jogadas se situando na área do meio de campo. O primeiro lance de destaque do jogo ocorreu logo aos 7’ e infelizmente não foi um destaque positivo. O defensor Jonathan Tah (Bayer) cometeu falta e Rolland Sallai precisou sair de campo de maca após sofrer uma lesão aparentemente séria no olho.

O Freiburg não se intimidou por estar jogando fora de casa e manteve amplo controle da posse de bola nos primeiros 10’ de jogo, mas não conseguiu chegar a nenhuma finalização. Apesar do domínio, não seriam os Grifos que abririam o placar. Aos 15’, Kerem Demirbay, em um rápido movimento oportunista após a defesa do Freiburg bater cabeça, fez a primeira finalização do jogo e marcou o primeiro de seu time.

Apesar de ter menos posse de bola, o Leverkusen fez bom uso da velocidade de Moussa Diaby pela direita para armar possíveis jogadas para a finalização de Patrik Schick. Aos 41’, a jogada quase surtiu efeito e deu ao time da casa uma chance de ampliar o placar, quando, após avançar rapidamente, Diaby finalizou com perigo e obrigou o goleiro Mark Flekken a fazer uma difícil defesa para mandar a bola para escanteio.

No geral, os Leões de Leverkusen fizeram um bom primeiro tempo e conseguiram atacar seus oponentes mesmo tendo menos posse de bola (41%). Eles foram responsáveis por sete finalizações (três no alvo) contra apenas uma do Freiburg, que não deu trabalho ao goleiro finlandês Lukas Hradecký.

  • Precisão

O Freiburg voltou do vestiário decidido a buscar seu gol e seu técnico Christian Streich fez duas substituições, trocando Manuel Gulde por Ritsu Doan e Yannik Keitel por Maximilian Eggestein. Apenas três minutos depois, a sua intensidade foi recompensada com um gol de Matthias Ginter, que aproveitou bom cruzamento de Vincenzo Grifo para empatar a partida.

Mais tarde, aos 50’, o Freiburg conseguiu o improvável e virou a partida. Se aproveitando de um erro terrível de Edmond Tapisoba, Woo-Yeong Jeong cruzou rasteiro, tirando de Hradecký e deixando Michael Gregoritsch livre para apenas colocar a bola para dentro com um carrinho.

Com o revés no placar, o técnico do Leverkusen, Gerardo Seoane, fez três alterações em seu time e modificou a sua formação.  Demirbay, Palácios e Tah deram lugar a Charles Aránguiz, Serdar Azmoun e Callum Hudson-Odoi, que chegou por empréstimo do Chelsea, deixando de jogar no 3-5-2 e passando a jogar no 4-2-3-1 . Bastaram apenas cinco minutos para que o primeiro impacto das substituições fosse sentido, e, após ótima jogada, Hudson-Odoi cruzou para que Patrik Schick finalizasse de cabeça e fizesse seu primeiro gol na temporada, empatando a partida.

O Freiburg, por sua vez, sabia que a vitória combinada com um empate na partida entre Union Berlin e Bayern, lhe daria a liderança da Bundesliga, e não deixou de buscar o resultado. Com a mesma vontade e intensidade demonstrada em outras partidas, o time da Floresta Negra tomou a frente do placar apenas sete minutos mais tarde, aos 72’, com gol de Ritsu Doan.

À essa altura, o Leverkusen estava sofrendo do mesmo problema de falta de precisão que acometeu o time nas três primeiras partidas da Bundesliga, onde conseguiram marcar apenas um gol em 45 tentativas. Já o Freiburg, apesar de não ser muito criativo, se mostrou um time muito incisivo, marcando três gols em quatro finalizações.

Estando atrás do placar e sabendo da importância do resultado, o Bayer passou dominar a partida, retendo a posse da bola e trocando passes com precisão para, pelo menos, buscar o empate em casa, mas as finalizações que iam no alvo eram ou fracas ou facilmente defensáveis para Mark Flekken. 

Com a ineficiência do Leverkusen e a boa compactação do Freiburg, a partida terminou em 3-2 para os visitantes, que, com o empate em 1-1 entre Union Berlin e Bayern München, assumiu a liderança da Bundesliga, com os mesmos doze pontos do Borussia Dortmund, mas com um gol a mais de saldo.

  • Destaques

Apesar da derrota, Jeremie Frimpong, lateral / ala do Bayer Leverkusen fez uma partida digna de menção. Além de ter dado o sprint mais rápido do jogo, ele foi muito bem no suporte ofensivo de seu time, com três lançamentos precisos em cinco, 85% de acerto em seus passes e nova divididas ganhas em 11 disputadas.

Pelo Freiburg, o destaque foi Matthias Ginter, que fora o gol, foi muito bem na defesa (100% de aproveitamento em suas divididas) e deu bom suporte ofensivo com seus lançamentos.

  • Próximos Passos

Na próxima rodada da Bundesliga, o Freiburg não terá vida fácil ao receber o embalado Borussia Mönchengladbach (11) Já o Leverkusen viajará até a capital para enfrentar o Hertha Berlin (10). Antes disso, os dois terão compromissos nas competições europeias: na quarta-feira (07), o Bayer jogará contra o Club Brugge na Bélgica e na quinta, o Freiburg esteará na Liga Europa contra o Qarabag, do Azerbaijão.