Pela segunda vez na carreira, Lionel Messi jogará uma final de Copa do Mundo. A vitória da Argentina por 3 a 0 sobre a Croácia sacramentou a vaga para a grande decisão contra a França, e dá ao camisa 10 argentino a última chance de conquistar a taça tão desejada.

A jornada de Messi com a Albiceleste pode ter o desfecho dos sonhos depois de 17 anos de altos e baixos. Seis vezes eleito o melhor jogador do mundo e multicampeão pelo Barcelona, a carreira no clube catalão contrastava com as decepções com a camisa argentina.

Desde sua primeira convocação, no amistoso contra a Hungria no dia 17 de agosto de 2005, até o jogo do próximo domingo (18), o jogador disputou cinco copas do mundo. Durante esse período, bateu recordes, vivenciou frustrações, se aposentou da seleção, voltou atrás e sentiu o peso do longo jejum de títulos que a Argentina carregava até 2021.

Após a conquista da Copa América, que colocou um ponto final numa sequência de 28 anos sem conquistas, o maior jogador argentino pós Maradona busca encerrar o tabu de 36 anos sem seu país vencer a Copa do Mundo. Se conquistado, o título coroará ainda mais uma carreira brilhante, e colocará Messi definitivamente na lista dos maiores jogadores de todos os tempos.

  • A trajetória pela seleção

O primeiro jogo de Lionel Messi pela Argentina foi surpreendente, mas não pelo talento do jogador. Entrando durante a segunda etapa, a participação em campo durou pouco mais de um minuto. Por conta de uma cotovelada no adversário, o então jovem meia foi expulso.

Apesar disso, seguiu sendo chamado pelo então treinador José Pékerman. O primeiro gol pela seleção principal foi marcado no amistoso diante da Croácia em 2006. No mesmo ano, veio a primeira convocação para a Copa que seria disputada na Alemanha

Durante a competição, entrou em campo em três oportunidades, e anotou o primeiro gol em mundiais em sua estreia, diante da Sérvia e Montenegro. Nos anos seguintes, foi conquistando o seu espaço à medida que a carreira ganhava mais notoriedade.

Em 2010, Messi chega à Copa do Mundo como o melhor jogador do mundo e campeão de tudo pelo Barça. Porém, o desempenho em campo pela albiceleste não corresponde ao esperado. O jogador passou a competição sem balançar as redes, e viu sua seleção ser eliminada após uma goleada sofrida para a Alemanha por 4 a 0. Quatro anos mais tarde, os alemães seriam novamente uma pedra no sapato.

No Brasil, o camisa 10 teve a primeira oportunidade de erguer a taça por seu país. Messi começou a primeira fase marcando gols contra os três adversários. Mas, das oitavas de final em diante, novamente passou em branco. A derrota na final novamente contra a Alemanha seria a primeira de três vices seguidos em campeonatos oficiais.

Nos anos seguintes, as duas derrocadas na Copa América de 2015 e 2016 abalaram a relação de Messi com a Argentina. Após a segunda perda nos pênaltis, o jogador anunciou sua aposentadoria da seleção, pegando o mundo inteiro de surpresa. Contudo, voltou atrás após três meses, e desde então seguiu com o grupo.

Na Copa de 2018, novamente o desempenho não foi como esperado. Apenas um gol marcado e a eliminação para a França por 4 a 3 adiaram por mais quatro anos o sonho do argentino de vencer a competição e, além disso, Messi seguia com o jejum de nunca ter feito gols nos mata-matas do mundial.

A virada de chave na história do jogador com sua seleção começou na Copa América de 2021. No Brasil, onde havia experimentado o sabor amargo de um vice-campeonato do mundo, Lionel Messi e cia tiraram de seus ombros um peso que durava quase três décadas. O Maracanã foi palco da vitória por 1 a 0 sobre o Brasil e exorcizou os fantasmas que assombravam a Argentina durante esse tempo.

Agora, na Copa do Mundo de 2022, o camisa 10 vive o auge com a camisa argentina. Os cinco gols e três assistências foram fundamentais para o avanço da equipe até a finalíssima. Este é o melhor desempenho individual de Messi em comparação com os outros mundiais que ele disputou.

  • Recordes quebrados

Ao longo de sua jornada pela seleção, Messi se tornou o maior goleador da história da Argentina, ultrapassando Gabriel Batistuta. Enquanto o ex-atacante foi autor de 56 gols em 78 partidas, o atual camisa 10 tem incríveis 96 gols marcados.

Além disso, nesta edição do mundial, Lionel Messi quebrou mais uma marca de Batistuta. Na partida contra a Croácia, o jogador se tornou o maior goleador da Argentina em copas, com 11 gols marcados contra 10 do ex-jogador.

Outro feito que o argentino deve alcançar, se entrar em campo na final, é o de se tornar o jogador com mais partidas disputadas da história da competição. Atualmente, Messi divide o posto com Lothar Matthaus, com 25 jogos.

  • Em busca de uma vaga no seleto grupo

Além de fazer parte do grupo de jogadores que disputou cinco vezes o mundial, Messi quer entrar para uma lista ainda mais restrita: os que já venceram o prêmio de melhor do mundo e que foram campeões da Copa.

Entre ganhadores da Bola de Ouro da France Football e o prêmio The Best da FIFA, doze atletas integram essa lista:o inglês Bobby Charlton, os alemães Gerd Muller, Franz Beckenbauer e Lothar Matthaus, os italianos Paolo Rossi e Fabio Cannavaro, os brasileiros Romário, Ronaldo, Rivaldo, Ronaldinho e Kaká, e o francês Zidane.

  • A grande final

Argentina e França se enfrentarão neste domingo (18), às 12h, no estádio Lusail. As duas seleções chegam à decisão em busca do tricampeonato mundial.