A Copa do Mundo se encerra neste domingo (18) com a grande final entre França e Argentina. A partida, que será disputada às 12h, no estádio Lusail, em Doha, definirá o novo tricampeão mundial. Para os franceses, vencer significa entrar no seleto grupo das seleções que conquistaram o Mundial duas vezes seguidas e, para um francês em específico, pode gerar outra marca importante.

Poucas são as pessoas que tiveram o privilégio que Didier Deschamps teve ao alcançar a glória máxima do futebol como jogador e treinador. Capitão da França na primeira conquista mundial em 1998, ele repetiu o feito 20 anos mais tarde, desta vez, como treinador da equipe.

Além do francês, somente o brasileiro Zagallo (1958 e 1962 como jogador e 1970 como treinador) e o alemão Franz Beckenbauer (1974 como jogador e 1990 como treinador) conseguiram o feito de vencer a Copa do Mundo como atleta e como técnico. Porém, se vencer a final, Deschamps alcançará algo que só um treinador conseguiu até aqui.

Em toda a história da competição, somente um técnico conseguiu ser campeão duas vezes: Vittorio Pozzo. O italiano dirigiu a seleção de seu país nas conquistas dos mundiais de 1934 e 1938, e de lá pra cá, nenhum outro comandante conseguiu repetir a façanha.

Outros treinadores chegaram a disputar duas finais seguidas da competição, mas não conquistaram o mesmo sucesso de Pozzo. Curiosamente, ambos conseguiram esse feito no mesmo período, com uma vitória para cada lado: o argentino Carlos Bilardo (campeão em 1986 e vice em 1990), e Beckenbauer (vice em 1986 e campeão em 1990).

Com a vaga para a final assegurada após a vitória por 2 a 0 sobre o Marrocos, Didier Deschamps se tornou o quarto comandante de uma seleção a chegar a duas decisões. Agora, o francês busca um desfecho diferente do alemão e do argentino, e cravar de vez seu nome na história dos grandes treinadores da história das copas.

  • O caminho e o retrospecto do comandante francês

A trajetória de Deschamps como treinador da seleção francesa se confunde com sua história em campo. Em 1998, substituiu Laurent Blanc como capitão da equipe na final contra o Brasil. Anos mais tarde, ao chegar no comando da França, o atual técnico substituiu novamente Blanc, que era o técnico anterior.

Desde que assumiu a vaga, em 2012, Deschamps disputou 139 partidas, obtendo 90 vitórias, 26 empates e 23 derrotas. Dirigiu a França em duas Eurocopas e três Copas do Mundo. Ao longo dos dez anos à frente da seleção, o comandante levou seu país a quatro finais de competições: a Euro de 2016, perdendo a final para Portugal; a Copa do Mundo de 2018, conquistando seu primeiro título à frente do time; a Nations League de 2021, quando venceu a final contra a Espanha; e novamente uma final de mundial em 2022.

Se antes da Copa, o desempenho francês na Nations League (três derrotas, dois empates e uma vitória) e as lesões que desfalcaram a equipe preocupavam os torcedores, durante o Mundial todas elas foram ficando para trás. 

No Catar, Deschamps realizou mudanças no time titular que ajudaram a França a chegar à grande decisão com uma campanha de cinco vitórias e apenas uma derrota. Além disso, é dona do melhor ataque do torneio ao lado da Inglaterra, com 13 gols marcados. 

Além de contar com jogadores que foram fundamentais no título de 2018, como Mbappe, Griezmann e Giroud, o técnico deu chances a jogadores como Konaté, Theo Hernández e Tchouaméni, que foram importantes durante a campanha até a final.

O desafio desta mescla de experiência e juventude agora é parar Lionel Messi e cia, que chega à final empolgada pelo desempenho de seu camisa 10 e pela vitória por 3 a 0 sobre a Croácia na semifinal.