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Portugueses afundam-se na corrente da Europa

Finda a ronda internacional, as formações lusitanas chumbaram no teste europeu: cinco jogos, nenhuma vitória. Benfica e Porto escorregaram na Liga dos Campeões, assim como Paços de Ferreira, Estoril e Vitória de Guimarães, na Liga Europa; apenas o Benfica e o Estoril salvaram pontos

Portugueses afundam-se na corrente da Europa
Luis Leal assistiu para o golo canarinho (Foto: João Trindade/LusoGolo)
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Por VAVEL

Mais uma ronda, mais um desastre: das cinco equipas lusas presentes nas competições europeias, nenhuma delas logrou vencer uma única partida que fosse. As maiores responsabilidades são assacadas a FC Porto e Benfica, que foram incapazes de vencer em seus estádios. Já ontem, foi a vez dos menos cotados Estoril, Vitória de Guimarães e Paços de Ferreira, deixarem, na Liga Europa, os seus créditos por mãos alheias – apenas a equipa «canarinha» do técnico Marco Silva foi arguta o suficiente para deixar a Alemanha com um empate na sacola. Na mão cheia de jogos em que as equipas portugueses participaram, a contabilidade final salda-se em três derrotas e dois empates, uma dessas igualdades com um suave sabor a derrota caseira: o Benfica 1-1 Olympiakos deixou muito a desejar aos adeptos encarnados e coloca as águias em posição desfavorável para o apuramento rumo aos oitvavos-de-final da Liga dos Campeões.

Muralha portista quase durou um jogo todo

O FC Porto encarou, desde o minuto 5, um desafio infame frente ao Zenit: ter de jogador em inferioridade numérica frente a uma boa equipa como a de Spalletti, durante 84 minutos, é, indubitavelmente, uma missão de esforços redobrados. A equipa comandada por Paulo Fonseca resistiu e insistiu, nunca se limitando a defender e conseguindo, de modo eficiente, ocupar os espaços centrais, reduzindo o «timing» de manobra dos russos e obrigando-os a alargar o seu jogo. Hulk foi sempre um canhão apontado à baliza de Hélton, mas o guarda-redes brasileiro foi aparando com mãos de ferro os disparos do ex-jogador portista; Danny, médio fulgorante, foi outro dos focos de preocupações da defensiva azul, mas foi o russo Kerzhakov que, quando já nada fazia pressentir o golo, cabeceou a passe de Hulk, deitando abaixo a abnegada muralha portista. Passava o minuto 85: esforço inglório no Dragão. O dedo foi apontado a Herrera, médio mexicano que foi expulso logo aos 5 minutos por acumulação (infantil) de amarelos.

O mesmo Roberto para uma sorte diferente

Noite de chuva intensa em Lisboa, jogo importante para definir o perseguidor do líder do Grupo C, o Paris Saint-Germain. As equipas do Benfica e do Olympiakos, claramente superiores ao Anderlecht, afiguravam-se como candidatas ao segundo lugar do grupo e o encontro da Luz poderia começar a definir o favorito à conquista desse lugar. O Benfica durou apenas alguns minutos iniciais, tendo-se entregue depois a uma lenta apatia que os gregos aproveitaram através de uma finta de classe finalizada por um remate certeiro de Alejandro Domínguez, ao minuto 29. A perda de bola de Matic iniciou o ataque grego e os sinais de que o meio-campo encarnado não era capaz de suster o opositor eram evidentes: linhas afastadas, pouca solidariedade entre sectores, um buraco táctico no centro do terreno e pouca disponibilidade mental para reagir. Na segunda metade, o relvado ficou a escassos litros de água da impraticabilidade, mas o Benfica deu uma réplica mais voluntariosa (utilizando o jogo directo) e empatou, perto do fim, com um brinde de Roberto, que, outrora habituado a prejudicar os encarnados, os beneficiou com um erro habitual. Cardozo, quase dentro da baliza, encostou para a igualdade.

Sensação ingrata

O Vitória de Guimarães viajou até Sevilha para defrontar, ontem, o Bétis, e quem viu o jogo viu um Vitória atrevido, disposto a discutir de peito feito o resultado com o Bétis. O encontro pautou-se pelo equilíbrio e as oportunidades de golo foram sendo divididas: Malonga tentou ser uma dor de cabeça para a defesa sevilhana e Abdoulaye um esteio incontornável da estrutura defensiva vimaranense. A equipa portuguesa subiu de qualidade na segunda parte, apesar de ter sofrido um murro no estômago aos 49 minutos, com um golo de Álvaro Vadillo. A equipa de Rui Vitória teve um par de chances para empatar (fica uma grande penalidade por marcar a favor do Vitória) mas no fim a derrota foi o que sobrou da partida, ficando a sensação de que o Vitória de Guimarães merecia mais. «Tivemos o número suficiente de oportunidades para finalizar e não as aproveitámos. Fica essa amargura, pela postura da equipa, que merecia mais do que isto», disse o técnico vimaranense no pós-jogo. O Guimarães está, assim, na 3ª posição do Grupo I, a um ponto do Lyon, que leva 5 pontos.

Empate justo no dia de São Vagner

A deslocação do Estoril a Friburgo adivinhava-se complicada, com o favoritismo a pender para o lado dos alemães: o decorrer da partida deu razão a esse prognóstico e graças a um jogo tremendo do guardião canarinho Vagner, que se desmultiplicou em defesas de grande categoria, o resultado limitou-se a um empate. De facto, só mesmo num lance infeliz para o guarda-redes brasileiro é que a equipa da casa foi capaz de chegar ao golo, na sequência de um remate desviado pela defensiva estorilista, que traiu Vagner por completo. Golo inaugural, de Darida. Mesmo assim, o Estoril tentou a sua sorte e chegou ao golo através do velocista Sebá, que fugiu, no limite do fora-de-jogo, à defensiva alemã, encostando para o empate à saída do guarda-redes. Marco Silva, treinador do Estoril, manteve, depois do empate, a crença no apuramento: «Fica o nosso primeiro ponto. Vamos esperar pelo próximo jogo com o Friburgo (...) e meter-nos numa luta que está difícil, mas que acreditamos que seja possível». O Estoril tem 1 ponto e está no último lugar do Grupo H.

Derrota e contestação em Paços

O Paços continua a sua sina de derrota. Depois de ter perdido em casa frente aos ucranianos do Dnipro, por 0-2, os níveis de contestação, antes mais refreados, voltaram a subir, com assobios e palavras de ordem exigindo a saída do treinador Costinha. Ambas as equipas dividiram protagonismos, chances e domínios temporários, mas na recta final do encontro foram os visitantes vindos do frio a terem a gélida calma para marcar, e por duas vezes, beneficiando de desatenções defensivas do Paços. Gélida ficou também a Mata Real, depois dos golos que, em menos de cinco minutos, ditaram a derrota dos «castores»: Rotan (83) e Konoplyanka (86) bateram António Filipe e condenam, por agora, o Paços a partilhar o último lugar do Grupo E com o Pandurii, ambas as equipas com 1 ponto apenas. «Não entrámos bem na primeira parte mas conseguimos (...) sofremos o primeiro golo, a equipa acusou o toque animicamente e acabámos por sofrer o segundo golo. Mas não fomos inferires ao Dnipro», atirou Costinha, visivelmente abatido depois da partida.