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FC Porto versão 2014/2015

Depois de uma temporada muito atribulada, e que culminou com um terceiro lugar no campeonato, o FC Porto entra na nova época determinado em voltar a impor a sua cultura de vitória. Julen Lopetegui foi o treinador escolhido para liderar rumo ao trilho das vitórias, mas para tal precisa de um plantel que corresponda a essas mesmas expectativas.

FC Porto versão 2014/2015
Lopetegui chegou e já começa a deixar a sua marca
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Por Francisco Ferreira Gomes

No final da temporada passada, e perante a má prestação da equipa, o presidente Pinto da Costa prometeu uma verdadeira revolução na estrutura do futebol azul-e-branco. A base dessa transformação foi anunciada pouco depois com a apresentação do novo treinador, Julen Lopetegui, uma decisão que surpreendeu principalmente aqueles que esperavam um nome sonante para liderar os destinos dos dragões.

Depois de sabido o nome do novo treinador, e ao entrarmos no denominado "defeso", chega a altura da revolução portista chegar a um dos mais importantes episódios, a reestruturação do plantel. Para atingir os objectivos a que normalmente se propõe, e perante a má prestação na época passada, o FC Porto vê-se na necessidade urgente de reforçar a sua equipa, sendo necessários ajustes em todos os sectores.

Guarda-Redes

A recta final da temporada passada trouxe consigo alterações pouco comuns neste sector. A grave lesão de Hélton levou à chamada de Fabiano para defender as redes portistas. Apesar da boa prestação do guardião brasileiro, e da recente contratação de Ricardo à Académica, a verdade é que parece haver um interesse real dos dragões em reforçar este sector; o principal alvo parece ser Keylor Navas. O guarda-redes costa-riquenho foi um dos pilares da excelente prestação dos americanos no Campeonato do Mundo, tendo apenas consentido 2 golos, um dos quais de grande penalidade.

A possível entrada de Navas na equipa implicará a saída de pelo menos um dos guarda-redes do plantel; neste aspecto o estatuto de Hélton parece dar-lhe vantagem, contudo Fabiano apresentou-se a bom nível na temporada passada, e para além disso é mais jovem que o nº1 portista.

Defesa

A zona defensiva é aquela que parece necessitar de maior investimento. Apesar de ter apresentado um quartento titular sólido, composto, na maioria dos jogos por, Danilo, Alex Sandro, Mangala e Reyes, a verdade é que o FC Porto demonstrou não ter alternativas válidas para estes jogadores. O mercado chama por Mangala, e a possibilidade de saída do central francês é real; perante esta situação, tudo indica que Bruno Martins Indi já terá sido confirmado como reforço para o eixo da defesa, algo que se justificava mesmo que não estivesse em causa a saída de Mangala.

Mas o principal foco deve ser posto nas faixas laterais. Com efeito, nos 53 jogos da temporada passada Danilo e Alex Sandro jogaram em 49 e 48 partidas, respectivamente, um sinal da total falta de alternativas nas laterais. O jovem Ricardo ainda ocupou a posição de lateral direito em algumas ocasiões, contudo, a falta de rotinas na posição não dava a mesma qualidade ao jogo portista.

Para alcançar os objectivos habituais, o FC Porto precisa de alternativas válidas para os dois laterais brasileiros; numa temporada com obrigatoriamente mais partidas, uma percentagem de jogos equivalente ao ano passado passado poderá levar Danilo e Alex Sandro a baixarem drasticamente o seu rendimento na parte final da época.

Meio-Campo

Na zona intermediária, as alterações variam no que toca à sua natureza; se a saída de Fernando obriga à colmatação da mesma, já em terrrenos mais adiantados essa necessidade deriva da pouca qualidade demonstrada na época passada.

Para o lugar de Fernando fala-se em Illarramendi, médio defensivo do Real Madrid. Apesar da qualidade indubitável do jovem espanhol, a verdade é que, mais uma vez, há a necessidade de uma alternativa no posto de pivot defensivo. Defour foi a escolha durante a época transata para substituir o Polvo, mas sabe-se que tratou-se de uma alternativa de recurso, já que não são aqueles os terrenos do belga. Esta carência de médios defensivos ganhou contornos ainda maiores aquando da recente, e grave lesão do jovem Mikel, o único trinco disponível no plantel.

Em zonas mais avançadas do meio-campo o grande reforço pode já estar no plantel portista, falamos de Herrera. O mexicano revelou-se no Campeonato do Mundo como uma das peças-chave na selecção mexicana; o bom mundial do médio pode inspirá-lo para uma época de sucesso no Dragão, tendo todas as condições para ser titular indiscutível dos azuis-e-brancos.

Neste caso específico podemos dizer existem alternativas, contudo a sua qualidade está ainda por provar. Defour revela-se muito inconstante, Josué começou bem a época mas foi paulatinamente perdendo fulgor, e Carlos Eduardo apresenta ainda algumas carências a nível tático; as chegadas de Evandro, e do jovem Óliver Torres, podem colmatar o défice qualitativo demonstrado no ano passado.

Ataque

A frente de ataque portista poderá ser aquela que sofrerá menos alterações, contudo não passará incólume a entradas e saídas. Depois de Mangala, o avançado Jackson Martínez parece ser aquele que mais interesse desperta no mercado; em caso de saída do nº9 portista, os dragões vêem-se obrigados a ir às compras, já que no que toca a pontas-de-lança apenas lhe restariam Ghilas, Sami, e a ocasional chamada de Gonçalo Paciência à equipa principal.

Para além da salvaguarda de uma possível saída de Jackson, o FC Porto apresenta necessidade de reforçar as suas alas; se Varela e Quaresma continuam a manter um indíce qualitativo razoável, e se Quintero dá mostras de grande potencial, já Licá é sem dúvida o elo mais fraco. O ex-Estoril começou bem a temporada, mas rapidamente perdeu o lugar na equipa, podendo ser um dos dispensados de Lopetegui.

No que toca a entradas, ao que tudo indica há um grande interesse em Cristian Tello, extremo do Barcelona. Uma possível chegada do jovem espanhol tornaria mais acesa a luta por um lugar no onze portista, isto para além do aumento significativo de qualidade da equipa.

Muito ainda irá acontecer ao longo deste Verão, e muitas são as mexidas previstas no mercado. O FC Porto parece ter os seus alvos e carências devidamente identifcados, esperando-se assim a constituição de um plantel de quantidade e qualidade suficiente para lutar por títulos, e retomar o seu estatuto no futebol português e europeu.