Novo Porto, nova vida: depois de perder o campeonato passado, o clube azul e branco pegou nas rédeas da mudança e cavalgou a onda da revolução, construíndo um plantel tranversalmente diferente daquele que fora erigido para Paulo Fonseca em 2013/2014. A política de contratações da nova época deu primazia aos internacionais, jogadores com nome escrito no panorama internacional e créditos firmados, alguns deles mundialistas, casos de Brahimi, Martins Indi e Opare.

Iván Marcano, reforço proveniente do clube russo Rubin Kazan, é a última adição à revolucionado armada portista, que conta agora com o seu sexto reforço espanhol, depois de Óliver Torres, Adrián, Tello, José Ángel e Andrés Fernández. O defesa central de 27 anos chega ao Porto para colmatar a saída de Mangala, transferido para o Manchester City (mais uma venda milionária no eixo central da defesa) e deverá ser a última contratação antes do arranque da temporada oficial do FC Porto, que começa já na sexta-feira, contra o Marítimo.

Plantel construído à medida da vontade de Lopetegui

Grande mudança estrutural no FC Porto - este defeso explicou-nos que houve uma visceral mudança na organização desportiva do clube, passando o treinador a liderar o processo de construção da sua própria equipa, em vez dessas funções estarem centradas na esfera directiva. Julen Lopetegui escolheu os seus reforços, delineou os alvos pretendidos e chega ao fim da pré-época com um plantel feito à medida da sua vontade e das suas ideias tácticas

Muitos não couberam nas escolhas do novo treinador

Licá, Abdoulaye, Fucile, Ghilas, Defour, Josué, Bolat, Tozé, Kelvin e Varela: todos eles não entraram nas escolhas de Lopetegui, muitos deles já orientaram o seu futuro, enquanto que outros esperam ainda uma definição total quanto ao clube que se segue nas suas carreiras.

Neste lote é de realçar a situação do internacional Varela, preterido pelo técnico espanhol, ainda sem clube que o albergue em 2014/2015. Kelvin, o improvável herói do último campeonato portista, também continua sem convencer seus treinadores. Ghilas, avançado argelino, espera ainda por um acordo com o Braga para que a cedência de um ano se concretize.

Opções tácticas do novo Porto «olé»

As alteração genéticas no meio-campo do Porto são profundas, começando logo pela saída do possante e meticuloso pivot defensivo, Fernando. Com a transferência do jogador brasileiro, o Porto perdeu o seu timoneiro defensivo, autêntico «polvo» da zona central, para receber Casemiro, um médio defensivo de cariz mais organizacional e menos apto a trancar a porta do meio-campo do Dragão. Além do jovem vindo do Real Madrid, Lopetegui conta com a esperança lusa Rúben Neves, de 17 anos - ainda assim, este novo Porto não tem (talvez por opção própria) um trinco com a apetência defensiva de Fernando.

Herrera, Brahimi e Óliver serão as opções mais consistentes a ter em conta no que toca ao escalonamento do restante meio-campo, onde não faltará qualidade ofensiva, capacidade de ruptura e muita concentração criativa, algo que não abundava na temporada passada (à excepção do comandante Lucho, que saiu em Janeiro). Além destas três opções, Lopetegui terá o trunfo Quintero, colombiano de 21 anos que poderá dinamizar a manobra ofensiva, podendo esconder-se na faixa esquerda ou derivar para a zona do miolo, atrás do avançado.

Com Jackson tudo é melhor neste Porto

Existiram duas pré-temporadas no Dragão: uma sem Jackson e outra com o avançado colombiano, que marcou presença (como Quintero) no Mundial 2014. Com o atacante, o FC Porto foi eficaz, sem ele, não mais conseguiu ser que previsível em termos ofensivos, sem goleador à altura do talentoso e mortífero colombiano de 27 anos, que renovou com o clube da Invicta. Com Ghilas em rota de abandono e Adrián tacticamente encostado à linha, não restam opções de cobertura para Lopetegui - Raúl Jímenez, mexicano pretendido pelo Porto, assinou pelo Atlético Madrid...

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Talento abunda nas faixas

Onde o FC Porto se apresentava débil em 2013/2014 é precisamente onde agora se mostra pujante, munido de um leque de opções diversificado e altamente qualificado, muito devido à força com que atacou o mercado durante este defeso. Christian Tello, Adrián Lopez, Sami foram contratações que reforçaram as extremidades, que já contavam com Quaresma e com Quintero, que pode desempenhar também esse papel. Só esta fartura poderá explicar a dispensa de Silvestre Varela...