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Maxi e Gaitán furaram fortaleza pacense

Do bom entendimento entre Maxi Pereira e Gaitán nasceu o primeiro golo do Benfica diante do Paços. As incursões ofensivas do uruguaio e a qualidade meticulosa do passe do argentino foram essenciais para construir o 2-0 com o qual os encarnados arrancaram a liga nacional.

Maxi e Gaitán furaram fortaleza pacense
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Por VAVEL

O Paços de Ferreira visitou a Luz e mostrou que as palavras de Paulo Fonseca, na antevisão da partida, não foram em vão: os pacenses tentaram pressionar a saída de bola benfiquista logo nas imediações da área encarnada e não se coibiram de subir no terreno através da simplicidade de processos e da velocidade de Hurtado

Com Seri e Sérgio Oliveira formando a dupla de médios de contenção, em pleno centro do meio-campo pacense, Paulo Fonseca esperava conter (e minimizar) a natural ascendência do Benfica sobre a sua equipa, depositando esperanças depois na capacidade individual de Hurtado e no poderio físico de Cícero - o primeiro assustou Artur mas o segundo nunca foi capaz de provocar mossa na defesa da Luz.

Maxi deu o mote

Foi com a abnegação ofensiva de Maxi que o Benfica começou a ganhar o jogo: o lateral uruguaio subiu pelo corredor direito, como tanto gosta de fazer, e, beneficiando da colocação de Gaitán como pivot, combinou com o argentino para depois perfurar a área pacense e a linha defensiva da formação forasteira: uma movimentação preciosa que ajudou o Benfica a desbaratar a estratégia dos «castores».

Contra uma defesa concentrada e com os processos defensivos bem estudados (bom posicionamento colectivo e boas marcações zonais), movimentações como as de Maxi, que adicionam carga à manobra ofensiva de uma equipa, são cruciais para descompensar o adversário, já que existe mais um elemento no ataque, incorrendo em diagonais e desmarcações, baralhando marcações e até libertando colegas para atacar.

Laterais como Maxi, lestos a subir pelo flanco e munidos da capacidade de penetrar pela área (mediante sobreposições ou triangulações) são essenciais para quebrar defesas incorporadas num bloco baixo, onde o estilo defensivo é pautado pela expectância táctica e menos pela pressão alta ao portador da bola. 

Gaitán forneceu os golos

Outro dos aspectos fulcrais foi o posicionamento multifacetado do mágico Gaitán: o argentino desdobra-se entre o flanco esquerdo e o último terço do terreno, na zona central do meio-campo do inimigo, onde surpreende as marcações e se acumula ao processo ofensivo de diferentes maneiras, tornando a sua previsibilidade praticamente nula. As duas assistências para golo são absolutamente primorosas e mostram a amplitude dos seus movimentos - ora no miolo, ora no flanco esquerdo.

Importância lateral é basilar para Jesus

O golo de Maxi espelha, claramente, a razão pela qual Jorge Jesus tem um gosto especial por defesas laterais que possam dar profundidade e velocidade ao jogo encarnado. Grande parte do futebol das «águias» desenvolve-se nas alas, onde os passes para o interior são usuais e as trocas de bola entre laterais e extremos e entre estes e os médios centrais (interiores, no caso) acontecem frequentemente.

Com laterais hábeis e peritos na rápida condução de bola, Jesus alarga o jogo e adiciona pressão ofensiva à manobra, podendo depois criar, através dos movimentos das suas peças de xadrez dentro do campo, jogadas onde simplesmente existem demasiados atacantes para serem marcados pelo oponente - assim se potencia a confusão zonal e a falha defensiva.

O caso do primeiro golo é exemplar. Devido à combinação (com Maxi, elemento adicional na manobra) rápida, até Lima (na zona certa mas em fora-de-jogo) poderia ter ficado em excelente posição para rematar. O passe chega à sua imediação mas a sobreposição de Maxi, de rompante, acentuou ainda mais a dificuldade do movimento defensivo do Paços, que falhou na conjugação colectiva e permitiu, quer a triangulação quer a entrada final do uruguaio.

 

* Imagens são fonte da BENFICA TV