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Paul Scholes apelida futebol do United de «miserável»

Paul Scholes, antigo médio lendário do Manchester United e ícone mítico dos «Red Devils», veio a terreiro analisar a campanha 2014/2015 do clube inglês, destroçando, com críticas frontais, o momento de forma dos pupilos de van Gaal.

Paul Scholes apelida futebol do United de «miserável»
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Por VAVEL

O mau momento, prolongado, do Manchester United, tem suscitado várias análises críticas vindas, não só de analistas e jornalistas, mas também de figuras emblemáticas do histórico clube inglês. Desta vez as críticas vieram de um dos maiores símbolos do clube, o refinado médio Paul Scholes, bastião «Red Devil» da era dourada do escocês Alex Ferguson

O maestro do United, que orquestrou a banda de Manchester entre 1992/1993 e 2012/2013, elencou uma série de críticas à sua formação do coração, apontado como principal pecha a falta de coragem táctica aplicada por Louis van Gaal. Na coluna onde opina regularmente, no jornal «The Independent», Scholes apelidou o futebol do United de «miserável».

«Não me dá gosto dizer que em certos momentos tenho de fazer um esforço para conseguir ver os jogos», escreve o antigo médio de 40 anos. «Por vezes, o futebol do United é miserável. Para vencer é preciso jogar um futebol de ataque e para isso é preciso correr riscos. Nesta equipa, poucos são os jogadores que estão preparados para correr esses riscos», num claro reparo ao futebol leccionado por van Gaal

O lendário jogador contrapõe o estilo de jogo actual do Manchester United ao futebol aplicado na era de Alex Ferguson: «Quando estavamos em posse tinhamos de correr riscos para criarmos oportunidades de golo. Não era uma questão de opinião mas sim uma obrigação», atira Scholes logo no preâmbulo do seu artigo de opinião. O pálido ataque do United foi também alvo da análise negativa: «Jogam com Robin van Persie e Radamel Falcao na frente, mas por vezes parecem dois estranhos em campo».

Surpreso e incrédulo com a intermitente titularidade de Wayne Rooney, Scholes ressalva o esforço ofensivo de Dí Maria e entrega uma grande fatia do mérito do clube em 2014/2015 ao guarda-redes espanhol David De Gea: «Esta temporada, quantas vezes o United se fez valer de David De Gea? Sem ele, estariam três ou quatro posições abaixo da tabela», concluiu o antigo jogador, que passou toda a sua vida profissional no clube de Manchester.

O Manchester United tem sido alvo de depreciações analíticas constantes, já que a temporada da formação de van Gaal tem apresentado resultados penosos e níveis exibicionais abaixo das expectativas. Afastado das competições europeias, o clube tem passeado a sua mediocridade pelos palcos da Premier League: apesar do terceiro lugar, o United foi desde cedo uma carta fora do baralho no jogo do título inglês, e está actualmente a 12 pontos do Chelsea, líder.

O clube fez um avultado investimento no arranque da temporada, contratando estrelas galácticas como Angel Dí Maria (mais de setenta milhões de euros), Radamel Falcão, Marcos Rojo (vinte milhões de euros), Daley Blind, Luke Shaw e Ander Herrera, mas os resultados e as performances não têm acompanhado o pesado esforço financeiro da direcção - com boa matéria-prima, esperava-se mais do génio táctico de van Gaal.

A formação do United tem flutuado entre o 4-3-3 e a flexível estrutura 3-5-2, alternando entre dinâmicas complementares mas que não têm tido a repercussão desejada dentro do campo. Com uma filosofia de jogo baseada na preponderância dos alas, a equipa de van Gaal não tem conseguido manter os seus equilíbrios defensivos de forma coincidente com o pendor ofensivo que se exige a uma equipa candidata ao título inglês.