Para além de Islândia e Áustria, Portugal terá na fase de grupos do Euro 2016 como adversária a Hungria, à primeira vista o mais frágil dos três oponentes, mas uma previsão que apenas se consumará… na prática, pois se no papel a equipa magiar apresenta uma insuficiência no que toca à experiência internacional e a jogadores com relevância no futebol internacional, por outro lado beneficia do sempre perigoso estatuto de outsider.

A equipa está no caminho certo, a atitude deles mostra isso”, afirmou, não há muito, o seleccionador nacional, Fernando Santos, aludindo à palavra certa para que a equipa portuguesa não seja surpreendida pela congénere húngara em pleno Europeu: atitude, uma das poucas condições em que Portugal e Hungria poderão equilibrar os seus jogos, e uma virtude que tornou possível a este adversário a transposição no play-off de acesso, batendo a Noruega nos dois jogos.

Nova vaga que disputou Euro sub-19 e Mundial sub-20 pode surgir na lista para o Euro

A eliminatória ante os nórdicos ajudou a comprovar outra fama de que os magiares já gozam, que é o ‘estatuto’ de ‘campeão da II Divisão europeia’, da qual fazem parte os conjuntos que, qualificação após qualificação, se aproximam do apuramento para Europeus e Mundiais. No entanto, muito raramente ou mesmo nunca o fazem, tal como países como Israel, Bulgária, Escócia, Bielorússia, Bósnia e Herzegovina, Montenegro, Noruega, entre outras.

Desta feita, a Hungria conseguiu-o e com todo o mérito, baseando-se numa equipa aguerrida, mas também, ressalve-se, muito jovem, na qual já conta com alguns elementos que, num Europeu de sub-19 há duas temporadas, se cruzaram e perderam com Portugal - a equipa lusa foi finalista vencida - e no qual se qualificaram também para o Mundial sub-20 no ano seguinte.

Jovens em idade sub-21 como o guarda-redes Gyorgy Szekely, o lateral esquerdo Krisztian Tamas, o médio ofensivo Bence Mervó (disputaram ambas as competições jovens), o avançado Szabolcs Varga (apenas disputou o Europeu sub-19) e os defesas Bence Lenszser (apenas disputou o Mundial sub-20) e Attila Osvath - todos estão ainda por estrear como internacionais A, com excepção deste último - poderão vir a constituir opção.

Goleador Németh poderá ter uma boa oportunidade de reaparecer após destacar-se nos EUA

De forma a oferecer alternativas a um grupo de trabalho algo escasso em termos de alternativas, qualquer um destes jovens pode sonhar com a chamada a um plantel liderado pelo mais conhecido jogador deste leque magiar - o extremo Balázs Dzsudzsák, visto como estrela maior desta equipa, e também o igualmente experiente, em superior fase e também provável titular na frente de ataque, Krisztian Németh.

Balázs Dzsudzsák é a estrela da equipa
Balázs Dzsudzsák é a estrela da equipa

Este último atleta chegou a ser visto como promessa no Liverpool e acabou por revitalizar a sua carreira com uma bem sucedida passagem pelo futebol dos EUA na MLS, ao serviço do Sporting Kansas City. Aos 27 anos, Németh encontra uma boa possibilidade para mostrar serviço de forma a regressar ao futebol europeu, muito embora o seu contrato no Qatar seja previsivelmente bastante lucrativo.

Um misto de jovens pouco conhecidos e elementos no auge das suas capacidades, todos à espera de um grande certame para surgir - é assim que se pode caracterizar a Hungria, uma equipa menos favorita no grupo de Portugal, mas nem assim a ter em menor atenção.