Em Camp Nou a lotação esteve esgotada para mais um mítico duelo entre Barcelona e Real Madrid. Neste embate é impossivel ignorar os 2 ''monstros do golo'', Lionel Messi e Cristiano Ronaldo. A VAVEL Portugal marcou os 2 astros de perto e não largou as movimentações dos craques durante os 92 minutos. No duelo ''pulga" - CR7, foi claramente Ronaldo que fez a diferença, ao auxiliar os companheiros nas tarefas defensivas e ao ter quase sempre espaço para dar seguimento a contra ataques, protagonizando ainda alguns dribles de alto nível artístico e, claro, 4 remates dos quais um deles só parou no fundo das redes de Bravo, dando a vitória ao Real ao minuto 84 por 1-2.

Por seu lado, Messi esteve fiel ao seu talento soberbo, principalmente no capítulo do passe, onde encontrou 2 ou 3 vezes Suárez, que falhou as chances para marcar. A classe e a finta apareceram no futebol perfumado da pulga do Barça, mas a noite marciana em Espanha sorriu ao luso extra-terrestre Cristiano Ronaldo, que leva já 42 tentos em todas as provas e 29 na Liga BBVA. A qualidade, a excelência e o dom dos 2 craques é incontestável, e é um luxo assistir ao carisma futebolístico de dois dos melhores praticantes deste desporto em toda a história do futebol.

Messi x Ronaldo: empate técnico na primeira parte

O empolgante Barcelona x Real Madrid foi seguido atentamente um pouco por todo o mundo, tratando-se de um acontecimento que une quem realmente aprecia o espetáculo do futebol. O mediatismo em torno do duelo cresce ainda mais quando nas 4 linhas do Camp Nou brilharam duas estrelas especiais, que têm dado provas de um talento inesgotável. Messi x Ronaldo é um embate à parte do jogo que faz tremer de entusiasmo qualquer amante do desporto.

Messi brilhou desde cedo // Foto: fcbarcelona.com
Messi brilhou desde cedo // Foto: Miguel Ruiz - FCB

Na partida desta noite, Messi entrou que nem uma flecha e aproveitou um disparate de Marcelo para fintar a defesa do Real e surpreender depois com um passe para Suárez, a que o uruguaio não deu seguimento ao minuto 2. Depois do lance da pulga, Cristiano, ao minuto 6, desceu a meio do meio campo e, numa tentativa veloz de lançar Benzema e Bale, acabou por ser parado por Dani Alves. Pouco depois, CR7 galgou metros na ala esquerda, descompensando a defesa do Barça, mas Piqué surgiu impecável a evitar o cruzamento para os dianteiros galáticos. Ao minuto 14, o Estádio uniu-se para homenagear Cruyff, mas curiosamente ouviram-se também alguns assobios por uma falta de Cristiano sobre Neymar. Instantes mais tarde, Messi beneficiou de mais uma troca de bola incrível de Rakitic e Iniesta para colar o esférico ao pé esquerdo driblando Pepe e companhia. Na sequência, Suárez voltou a abordar mal o lance.

O jogo diabólico do Barça contagiava as bancadas e, ao contrário de outros clássicos, até CR7 participou na ajuda ao último reduto. O ataque do Barcelona foi infernal e ainda antes do minuto 30 Messi beneficiou de um livre para ensaiar um disparo potente, mas por cima da barra de Navas. Pouco depois, a pulga argentina humilhou tecnicamente o "louco" Sérgio Ramos, levando o galático a impôr o físico para bloquear um lance que poderia ter dado golo. Na jogada exactamente a seguir, Cristiano respondeu ao rival e resolveu aplicar também ele um drible magistral a Mascherano, ganhando espaço para um tiro forte que Bravo parou de forma sobrenatural, ficando o registo para a 1ª ameaça do luso à baliza do Barça. Aos 30 minutos o Real respirava um pouco melhor, e foi notável o papel de CR7 a participar na pressão ao adversário.

Ronaldo brindou mais uma vez com o seu futebol extra-planetário // Foto: Facebook do Real Madrid
Ronaldo brindou mais uma vez com o seu futebol extra-planetário // Foto: Facebook do Real Madrid

Nesta fase, Cristiano marcou um livre, mas à imagem do rival argentino a bola passou por cima da barra. A caminhar para o intervalo, foco para um lance curioso em que Messi desarmou Ronaldo no centro do terreno, partindo para o ataque com aquela perícia suigéneris que só a pulga sabe aplicar. Antes do apito, o duelo de titãs contou ainda com mais um lance curioso: na ala direita, Alba ganha metros, mas quando serviu Messi fez falta sobre Ronaldo, que mais uma vez esteve incansável no auxílio aos colegas. Ao intervalo Ronaldo tinha 2 remates, boas arrancadas e intensas ajudas aos defesas. Messi, por seu lado, esteve irrequieto, rematou uma vez sem direção e fez 2 passes de génio que Suárez falhou.

Pulga - CR7: Cristiano, o terror das redes do Barça

Para o segundo tempo as equipas mantiveram a essência tática da 1ª etapa, e foi sem surpresa que Messi recebeu mais uma dádiva do grande miolo do Barça para trocar as voltas aos merengues, levantando a bola com classe até Navas afastar com os punhos. Aos 47 minutos, Messi voltou à carga, mas bateu um livre de forma débil e sem perigo. Pouco depois, relevo para o desenho ofensivo de Suárez e Messi, que tabelaram com muita qualidade até que o argentino rematoum obrigando Navas a uma das paradas da noite. Instantes volvidos, Piqué chegava ao golo na sequência de um canto, mas Ronaldo respondeu de imediato, fintando Piqué com uma facilidade abismal. Os blancos não tardaram até empatar por Benzema, e depois do 1-1 estaria para vir o melhor futebol de CR7.

Antes disso, Messi ainda mostrou os seus dotes ao minuto 63 e 70, com assistências só ao alcance do pé esquerdo do argentino. O uruguaio Suárez resolveu falhar o alvo, mas a excelência dos gestos técnicos da pulga sul americana levantam qualquer recinto de futebol. A partir daqui o marciano Cristiano saiu da nave, e foi algures em Barcelona que assistiu Bale para um golo mal anulado pelo árbitro da partida. O passe de CR7 foi direitinho à cabeça de Bale, mas o génio Cristiano tinha o melhor reservado para o assalto final a Bravo. A última intervenção de Messi foi de livre, numa falta que valeu mais uma expulsão a Sérgio Ramos. A pulga atirou torto, mas ao minuto 81 Ronaldo teve pontaria a mais com uma bomba potente à barra do incrédulo Bravo. Os 15 minutos finais de CR7 foram de outra galáxia, e aos 84, grande subida de Carvajal pelo flanco, levando a bola até Bale. O gaulês cruzou com perícia e depois era só deixar o extra-terrestre conquistar o planeta; Cristiano recebeu a redondinha, parou de peito e acariciou o esférico até deixar a bola escorregar até ao pé direito, terminando a magia com um tiro que só tinha um destino possível, beijar a rede!

Antes do fim, CR7 partiu para um lance soberbo e encontrou Pepe solto para marcar, mas o luso brasileiro vacilou diante Bravo. A vitória do Real foi justa e o duelo Messi x Ronaldo transformou os 92 minutos em momentos de pura criatividade e magia para os milhões de espectadores, que durante este período apenas tiveram olhos para os magos luso e argentino. Por um lado, Ronaldo com um espírito de sacrifício incrível defendeu, correu, fintou, rematou 4 vezes e claro, teve a frieza de decidir o jogo com um tento extraordinário perto do fim. Do outro lado, Messi não se cansou de encontrar mil e uma formas de servir os colegas com passes prodigiosos, dribles tremendos e 3 tiros, dos quais um deles quase resultava em golo, depois de uma jogada desenhada com o outro craque Suárez. A missão da nave VAVEL Portugal chega assim ao fim, com a certeza de que os extra-terrestres existem mesmo: os marcianos Messi e Ronaldo estão na Terra para a conquistar num palco de futebol perto de si.