Após uma campanha surpreendente na temporada 2013/14, ficando atrás apenas das potências financeiras da Premier League (Everton foi a exceção), o Southampton comemorou muito aquele oitavo lugar. A torcida nem sonhava que aquele campeonato renderia muito mais ao clube. Com muitos destaques individuais, os Saints viriam a ser o clube com maior arrecadadação no mercado de transferências que abriu a temporada 15/16.

Foram incríveis 120 milhões de euros arrecadados, fruto da venda dos seguintes atletas: Chambers, contratado pelo Arsenal por 20 milhões. Luke Shaw foi para o United por incríveis 38 milhões. Lambert, Lovren e Lallana tiveram o Liverpool como destino, juntos, renderam 62 milhões. Com isso, o técnico Ronald Koeman teve a missão de remontar o time, dinheiro pra isso ele teve.

O mercado foi bem agitado na composição de elenco, ao longo da temporada chegaram onze atletas, com um total gasto de 82 milhões de euros, pouco mais da metade do que foi arrecadado. Dentre as maiores investimentos, estiveram: O irlandês Shane Long, vindo do Hull por 15 milhões. O meia senegalês Mané, custando cerca de 15 milhões. O goleiro Forster, que veio do Celtic por doze milhões e meio de euros, além de Bertrand, Pelle e Tadic, que juntos custaram 33 milhões. Assim o plantel foi montado e a equipe estava pronta e cheia de confiança para repetir o feito da temporada anterior, quem sabe até ir além.

Início avassalador

Com oito vitórias nas primeiras onze rodadas, o time encantava todos os olhares. Fazendo frente ao líder Chelsea, os comandados de Ronald Koeman eram apontados por muitos como candidatos a vaga na próxima edição da Champions League. O ataque formado por Mané e Pellè impressionava pelo poder de decisão.

(Foto: Divulgação/Southampton)

O ponto alto do início da temporada foi no dia 18 de outubro, quando aconteceu a segunda maior goleada na história da Premier League. Os Saints receberam o Sunderland, e venceram por incríveis 8 a 0. No entanto, o excelente time tinha uma sequência bem dura lhe esperando, onde muita gente acreditava que seria a prova da capacidade da equipe. Pelle e companhia teriam pela frente: Aston Villa e Arsenal, fora de casa, e Manchester City e Manchester United dentro de seus domínios.

A sequência de resultados ruins e a busca pela regularidade

O empate ante o Aston Villa até que foi aceitável, assim como a derrota para o Arsenal fora de casa, entretanto foi surpresa que a equipe fosse goleada pelo Manchester City em casa e também perdesse para o United, que na ocasião vinha fazendo um campeonato bem abaixo do esperado. Daí em diante o time teve que se desdobrar para recuperar a confiança e manter a regularidade.

O baixo desempenho nos jogos contra grandes equipes também chamou atenção. Mesmo não tendo perdido nenhum dos dois jogos contra o campeão Chelsea, com dois empates, os Saints deixaram a desejar perante seus outros adversários diretos. Foram duas derrotas para Liverpool e City, também não conseguiu vencer o Tottenham, com um empate e uma derrota, com United e Arsenal o desempenho foi melhor, com uma vitória e uma derrota em cada confronto. Resumindo, em doze jogos, foram sete derrotas, três empates e apenas duas vitórias.

O italiano Graziano Pelle começou muito bem a temporada, sendo apontado por muitos como candidato forte para a artilharia da competição, porém não foi assim durante todo o campeonato. Pelle teve uma queda muito grande, sua seca de gols prejudicou e fez muita falta a sua equipe. Por outro lado, alguns nomes chegaram na segunda janela de transferência e acrescentaram muito ao plantel, o holandês Elia foi o principal deles.

A tão sonhada vaga na Europa League

Com a volta dos bons resultados, principalmente dentro de casa, o Southampton se manteve sempre entre os primeiros e brigando por vaga nas competições europeias. Na reta final, mais uma goleada histórica, desta vez um sonoro 6 a 1 pra cima do Aston Villa, com direito a recorde de Mané, fazendo três gols em três minutos, feito inédito na Premier League.

O time de Ronald Koeman conseguia terminar o campeonato na sétima posição, uma além da temporada anterior. Com isso, conseguiu uma vaga na Europa League após 12 anos, conquista bastante comemorada que só foi alcançada por Arsenal e Chelsea terem vencido respectivamente a FA Cup e a Capital One Cup, abrindo mais duas vagas para competições europeias.

Ronald Koeman expressou seu entusiasmo e foco em conseguir que seu clube se classificasse para uma competição europeia pela segunda vez em trinta anos: "Estamos muito animados e ansiosos para a perspectiva de jogar na Europa League no próximo ano. Mas ainda temos um obstáculo para se deparar (terceira pré-eliminatória) e é isso que nós vamos estar focando", disse o treinador.

O goleiro reserva Kelvin Davis foi ainda mais além em sua declaração, mostrando sua felicidade com a situação do clube, não poupou elogios aos seus companheiros: "Eu acho que, para resumir em uma palavra, essa é 'orgulhoso'. A sensação de terminar em sétimo e estar em uma competição europeia - a única palavra que posso usar é orgulhoso. Estou orgulhoso de meus companheiros de equipe, orgulhoso do clube e orgulhosos do que temos conseguido", disse Kelvin.

E assim terminou a temporada dos Saints, um sétimo lugar na Premier League e vaga na Europa League, sensação vai além da de dever cumprido, para alegria de sua apaixonada torcida. A expectativa é que na próxima temporada o time esteja ainda mais competitivo para manter o bom desempenho e quem sabe ir além mais uma vez.

(Foto: Divulgação/Southampton)