O ano de 2018 vem sendo bastante irregular para o Paysandu. Após o começo de temporada empolgante, acabou tendo atuações ruins, que o fez ser eliminado precocemente na Copa do Brasil e vice no Estadual. Na Copa Verde, entretanto, é um dos únicos invictos e está na luta pelo bicampeonato.
Vice no Parazão e inconstante nas copas
O início do Campeonato Paraense até foi positivo para o Papão, porém o maior calo durante o torneio foi o arquirrival Remo. Dos 14 jogos em disputa, foram cinco derrotas, sendo quatro delas apenas para o Leão. As duas últimas, no entanto, foram fundamentais para o vice, já que os azulinos garantiram a taça pela 45ª vez.
Na Copa do Brasil, visitou o Novo Hamburgo e foi derrotado por 2 a 1, que culminou em eliminação ainda durante a primeira fase. Já na Copa Verde, por outro lado, ainda não perdeu e está na final, mostrando ter forças para chegar ao bicampeonato, uma vez que se sagrou campeão em 2016.
Contratações
Para a temporada, foram contratados 16 jogadores, sendo que dois já não integram mais o elenco bicolor. Chegaram ao Paysandu em 2018 o goleiro Renan Rocha, laterais Victor Lindenberg (empréstimo), Matheus Müller, Maicon Silva, zagueiro Derlan (empréstimo), volante Cáceres, meias Danilo Pires, Pedro Carmona e Ryan Williams, e atacantes Mike, Peu (empréstimo), Walter, Moisés, Renan Gorne (empréstimo) e Cassiano.
Emprestado pelo Fluminense, o defensor tinha contrato até abril, mas o fim do vínculo foi antecipado para março em comum acordo entre as partes. Walter, por sua vez, negocia com o CSA desde o fim do Estadual e pode ter ficado apenas dois meses atuando no Papão, apesar de ser uma das principais contratações.
Campanha em 2017
Depois de fazer um 2016 irregular, o Paysandu chegou ao terceiro ano consecutivo na Segundona tentando ao menos garantir permanência e ficar na parte superior da tabela. Mesmo sem ser favorito ao acesso, o Papão até iniciou bem a competição, ficando invicto por quatro duelos, mas emendou uma série de nove partidas sem vencer e ficou próximo da degola.
Durante todo o torneio nacional, viveu altos e baixos, oscilando de um jogo para outro e sem conseguir mostrar consistência em campo. Com a reta final mais próxima, alcançou uma sequência de invencibilidade e evitou o rebaixamento. Ao final, apesar de não entrar no Z-4, encerrou na 11ª posição, acumulando 13 vitórias, nove empates e 16 derrotas.
O que esperar?
Mesmo após altos e baixos nesses primeiros quatro meses, o Papão é uma das forças na Série B. Sem times de renome no cenário nacional, advindos de rebaixamento na Série A, a equipe paraense mostra força ao atuar como mandante em 2018, podendo ser um de seus principais trunfos.
Se em 2017 teve aproximadamente 42% de aproveitamento, em 2018 a expectativa é de fazer uma campanha mais sólida, buscando ficar na parte de cima da tabela e mais próximo do acesso. O fator casa, assim como bons atletas no grupo, são armas a serem usadas pelo treinador Dado Cavalcanti.
Destaque
O principal destaque do bicolor na atual temporada, até o momento, é o atacante Cassiano. Contratado para suprir a saída de Bérgson para o Atlético-PR, o centroavante vem se destacando com gols importantes e ajudando também os companheiros do setor ofensivo, ajudando a dar dinâmica quando preciso.
Dos 20 jogos disputados pela equipe paraense no ano, esteve presente em 17 deles, assinalou 11 tentos, totalizando média de 0,65. Revelado na base do Internacional, o atleta de 28 anos acumula passagem ainda em Santa Cruz em 2014, Fortaleza em 2015 e Brasil-RS em 2017, com o faro de gol sendo sua principal característica.
Ponto forte/ponto fraco
O entrosamento do ataque do Papão é o ponto mais forte para a Série B. Mesmo com variações dos componentes, as peças acionadas estão demonstrando ter bom desempenho, principalmente quando Moisés e Mike caem nas pontas, deixando Cassiano responsável pela referência. A entrada de Walter, quando preciso, tem dado mais experiência, bem como a presença de Pedro Carmona na armação.
Apesar disso, o sistema defensivo tem sido bastante questionado pelo espaço dado nas laterais. Enquanto a cabeça de área e o miolo da zaga passam mais segurança ao goleiro, os lados do campo são explorados com frequência pelos adversários, principalmente pelas deficiências de Maicon Silva e Matheus Müller na marcação.
Fique de olho
Assim como todos os clubes, o Papão vem formando alguns jogadores com intuito de garantir mais lucro. Um desses é o volante Willyam, que subiu ao profissional nesta temporada definitivamente, pois teve uma oportunidade de atuar em 2017 na última rodada da Segundona, com o grupo.
Importante na cabeça de área bicolor, o jovem se destacou com o forte poder de marcação e na ligação da defesa ao ataque, garantindo assim a titularidade absoluta ao lado de Nando Carandina. Em 2018, realizou apenas oito jogos dos 20 disputados pelo Papão, se firmando entre os 11 principalmente com a chegada de Dado, ficando ausente por lesão.
Dado está na terceira passagem pelo Papão
Após começar a temporada com Marquinhos Santos, remanescente de 2017, a diretoria do Paysandu optou por dar novos ares à equipe com a contratação de Dado Cavalcanti. É a terceira passagem do técnico no escrete paraense desde 2015, quando o comandou pela primeira vez e ficou até o fim de 2016.
No total, o pernambucano de 36 anos ficou à frente do Papão por 120 oportunidades, acumulando 56 vitórias, 28 empates e 36 derrotas, que gera o aproveitamento de aproximadamente 54,4%. Apesar de vice do Paraense para o arquirrival Remo, perdendo os dois jogos da final, tem o prestígio dos dirigentes.
Estádios
Como casa, o Papão tem o privilégio de usar dois estádios em Belém. A Curuzu, entretanto, é usada com maior frequência, principalmente por ser um estádio próprio. Mais acanhada, comporta 16.200 torcedores, o que a torna um verdadeiro caldeirão, além dos bicolores defenderem a invencibilidade ao jogarem lá na atual temporada.
O Mangueirão, por outro lado, é utilizado em jogos com mais apelo de público ou de caráter decisivo. Podendo receber até 45 mil torcedores, já foi palco de muitas conquistas importantes, bem como partidas com feitos históricos. O mais conhecido desses terminou, porém, ruim para os torcedores, na derrota por 4 a 2 e eliminação para o Boca Juniors na Libertadores de 2003.