Precisando de uma vitória para assumir a liderança isolada, a renovada seleção da Alemanha recebeu a surpreendente Hungria em Leipzig nesta sexta-feira (23) m partida válida pela penúltima rodada do Grupo A3 da UEFA Nations League, mas acabou sendo derrotada por 1 a 0 e deu adeus às suas chances de classificação.

Na primeira partida entre as duas seleções, a Hungria soube jogar bem mesmo sem ter a posse de bola, dominou os alemães e amargou um injusto empate em 1 a 1, sendo que o gol alemão foi feito justamente na única finalização que o time deu durante todo o jogo. As duas seleções também haviam se enfrentado na fase de grupos da Euro 2020, onde a Alemanha arrancou outro empate dos húngaros e se classificou para as oitavas, quando foi eliminada pela Inglaterra.

  • Eficiência húngara e ineficiência alemã

A partida começou truncada e estudada, com a Alemanha mantendo uma ligeira vantagem na posse de bola, mas sem conseguir finalizar. Até os 10’, os alemães haviam tentado criar uma jogada de ataque através de bolas enfiadas, mas elas foram muito fortes e tanto Serge Gnabry como Jonas Hofmann – potenciais alvos dos passes – não conseguiram chegar. 

A Hungria, por sua vez, jogava de forma mais verticalizada e figurava mais perto da grande área alemã, mas também não conseguia finalizar por conta da boa atuação defensiva da dupla formada por Antonio Rüdiger e Niklas Süle

Porém, se por um lado os húngaros não conseguiam finalizar com a bola rolando, eles mostraram que têm recursos ao fazê-lo com bola parada. Após boa cobrança de escanteio por parte de Dominik Szoboszlai, destaque do time, Ádám Szalai tocou na bola de calcanhar para desviá-la de Ter Stegen e abrir o placar aos 17’.

Mesmo na frente do placar, os húngaros seguiram dominando a Alemanha taticamente e levando muito perigo aos donos da casa, se fechando muito bem em sua defesa e subindo rapidamente para finalizar. Em meia hora de jogo, a Hungria já havia finalizado três vezes e impedido a Alemanha de dar um chute ao alvo sequer.

A primeira finalização alemã no gol veio apenas aos 38’, após Thomas Müller receber um bom cruzamento pela esquerda, subir e cabecear firme para baixo. Apesar da precisão, o cabeceio não levou perigo e o goleiro Péter Gulácsi defendeu sem problemas.

Ao final do primeiro tempo, a Alemanha tinha as estatísticas a seu favor, com maior posse de bola (67%) e mais passes trocados, mas quem havia atuado melhor foi a Hungria, que assim como na partida anterior, soube jogar sem a posse de bola e levar perigo para seus oponentes, atacando especialmente pelo lado direito.

  • Alemanha cresce, mas falta criatividade

Os primeiros minutos do segundo tempo foram marcados por um forte domínio alemão, que reteve a bola em 86% do tempo até os 10’, mas que não conseguiu finalizar com perigo de forma válida, seja porque não furou o paredão húngaro, seja porque seus jogadores ficavam em posição de impedimento.

Os alemães passaram a mostrar uma nova atitude e a atuar com mais criatividade, tentando chegar no gol de empate através de cruzamentos ou de finalizações de longe, por parte especialmente de Joshua Kimmich. O time avançava cada vez mais e cercava os húngaros em sua área, os sufocando, mas ficando vulneráveis a um contra-ataque.

Com seu time atuando de forma ineficiente, o técnico Hansi Flick se viu obrigado a tentar uma mudança de jogadores, substituindo Timo Werner e Ilkay Gündogan por Kai Havertz e o jovem Jamal Musiala aos 70’.

Com o tempo passando e a certeza de que a derrota significaria o fim das chances alemãs de classificação, a Mannschaft seguiu pressionando os magiares e quase chegaram ao empate pelos pés de Kimmich, que viu sua finalização ser desviada por um defensor já muito próxima da linha do gol.

Aos 85’, a Hungria teve uma chance de muito perigo ao sair com um jogador sozinho na frente de Ter Stegen, mas o goleiro alemão levou a melhor no momento da finalização e conseguiu fazer uma boa defesa com seus pés.

Nem mesmo os cinco minutos de acréscimos foram o suficiente para que a Alemanha arrancasse um empate no final. Mesmo com maior posse de bola e com a mesma quantidade de finalizações que a Hungria, os alemães não conseguiram superar seus oponentes e acabaram derrotados e eliminados dentro de seu próprio campo. A derrota por 1 a 0 também foi a primeira de Hansi Flick no comando da seleção.

Com a vitória sobre a Alemanha, a Hungria se manteve na liderança isolada do grupo, com dez pontos e apenas não se classificou nesta rodada porque no outro jogo a Itália derrotou a Inglaterra por 1 a 0, chegando a oito pontos, voltando para disputa e rebaixando de vez os Three Lions para a Liga B.

A combinação de resultados colocou as duas seleções frente a frente pela disputa da vaga na próxima fase. Já a Alemanha, que possui seis pontos, não tem mais chances de classificação e nem de ser rebaixada, podendo fazer uma partida praticamente amistosa contra a Inglaterra na última partida da temporada da Nations League.

A próxima rodada, sexta e última, será jogada no dia 26, terça-feira, às 15h30.