Brasil, Uruguai e a rivalidade histórica nas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo

Um duelo entre Brasil e Uruguai no futebol por si só já tem caráter decisivo, principalmente se tratando das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo. No decorrer do tempo, vários jogos ficaram marcados na história pelo equilíbrio e raça apresentados dentro das quatro linhas.

Desde o mundial dos Estados Unidos, em 1994, brasileiros e uruguaios se enfrentaram oito vezes. A vantagem é da Seleção Canarinho, com dois triunfos a mais que os celestes, além de quatro igualdades.

Primeiro jogo nas eliminatórias

O primeiro jogo aconteceu na capital uruguaia, datado em 15 de agosto de 1993, e prezou pelo equilíbrio, terminando empatado em 1 a 1. Mesmo sem muita qualidade técnica apresentada por ambos os times, foi um duelo bastante pegado, digno de um clássico. 

Raí marcou o primeiro gol para o time visitante, e Daniel Fonseca deu números finais ao confronto. Naquele tempo, o empate foi ruim para o Brasil, que corria sérios riscos de se ausentar de um mundial pela primeira vez na história.

A noite em que Romário reinou no Maracanã

Tudo mudou na partida de volta, no Rio de Janeiro. Depois de muita resistência do goleiro Siboldi até os 26 minutos do segundo tempo, a estrela solo naquela noite foi o ainda contestado Romário, que fez os dois gols da partida e garantiu a classificação dos brasileiros para a primeira Copa do Mundo a ser disputada em solo norte-americano.

O duelo é um dos mais importantes da história do clássico, que teve um Maracanã com mais de cem mil pagantes. O alívio veio junto com uma grande atuação da equipe, que não desistiu mesmo com todas as adversidades. De fato, uma noite especial para o camisa onze, que depois seria peça fundamental na conquista do quarto título mundia canarinho.

Terceiro confronto sem muitas emoções 

Depois de um hiato de jogos para a Copa da França em 98, Brasil e Uruguai voltaram a se enfrentar novamente em junho de 2000, visando o mundial da Coreia do Sul e do Japão, dois anos mais tarde. Na época, a Seleção era treinada por Vanderlei Luxemburgo, que seria demitido meses depois para dar lugar a Luis Felipe Scolari.

Dentro de campo, o público carioca presenciou um duelo insosso sem muitas oportunidades para ambos os lados, que resultou num empate em 1 a 1. Darío Silva, ainda no primeiro tempo, abriu o placar para os visitantes, enquanto Rivaldo, minutos depois, deixou tudo igual para os donos da casa.

O primeiro triunfo celeste na estreia de Felipão

O jogo de volta, já em 2001, ficou marcado pela primeira vitória dos uruguaios contra o Brasil em eliminatórias para a Copa do Mundo. Na época, Felipão fazia sua estreia no comando da Seleção, que não foi bem dentro de campo, com um ataque praticamente inoperante e uma defesa confusa.

Já os celestes souberam aproveitar. O ímpeto brasileiro no final não foi capaz de evitar a derrota. A equipe do Uruguai, de fato, foi superior dentro das quatro linhas. O gol único de Frederico Magallanes foi o suficiente para fazer a festa dos torcedores em Montevidéu.

Ronaldo salva Seleção da derrota

O primeiro duelo na competição classificatória para o Mundial da Alemanha aconteceu em 19 de novembro de 2003. Na ocasião, o Estádio Pinheirão, em Curitiba, foi palco do embate. Já treinado por Carlos Alberto Parreira, o escrete canarinho saiu na frente, levou a virada, mas conseguiu empatar para diminuir o prejuízo.

Na primeira metade do jogo, domínio total dos mandantes, que saíram para os vestiários com vitória parcial por 2 a 0, gols de Kaká e Ronaldo. A história foi diferente na etapa final, quando os uruguaios viraram o placar com dois gols de Diego Forlán e um gol contra de Gilberto Silva. O empate só saiu aos 41 minutos, com Ronaldo anotando mais um.

Mais uma igualdade em Montevidéu

Um novo encontro aconteceu em 2005, mais uma vez na capital uruguaia, e o resultado foi o mesmo: tudo igual no placar. O Brasil, por sua vez, continuou sem somar três pontos em solo uruguaio.

Nos primeiros minutos do segundo tempo, Forlán abriu a contagem e levou ao delírio a torcida da casa. O empate veio aos 22 minutos do segundo tempo, com Emerson, que havia ficado de fora da Copa anterior após se lesionar nos treinamentos. O meio-campo aproveitou o rebote do goleiro e deu números finais ao placar.

A estrela de Luís Fabiano 

Nas eliminatórias para o mundial de 2010, na África do Sul, o Morumbi foi palco da segunda vitória verde e amarela em cima da azul celeste. Sob o comando de Dunga, a equipe da casa conseguiu os três pontos e confirmou a boa fase na competição, com destaque para as atuações do atacante Luis Fabiano e do goleiro Júlio César.

O silêncio pairou na capital paulista quando Loco Abreu fez o primeiro gol do jogo aos 8 minutos da etapa inicial. Depois de várias chances desperdiçadas pelo Uruguai, Luís Fabiano marcou em falha de Carini, nos minutos finais da primeira etapa. No segundo tempo, o atacante fez o segundo gol da Seleção Brasileira, que não teve boa atuação, mas garantiu o resultado graças a defesas de Júlio César.

A queda do tabu de 33 anos 

A maior goleada do confronto aconteceu em 6 de junho de 2009, já na fase final das eliminatórias. Mesmo atuando onde jamais havia vencido, o Brasil não teve dó nem piedade do adversário e teve sua melhor atuação naquelas eliminatórias. O placar não podia ser diferente.  

O primeiro revés para os uruguaios veio quando Daniel Alves abriu o placar aos 11 minutos de bola rolando. Em seguida, após cruzamento do mesmo Daniel, Juan cabeceou para fazer o segundo. Já na etapa final, Luis Fabiano soltou uma bomba de perna direita e fez o terceiro, enquanto Kaká sofreu e converteu o pênalti que deu números finais ao duelo.