Liderada por Tim Cahill, a Austrália chegará ao mundial sendo a campeã do continente Asiático, mas com o técnico Bert van Marwijk, vice-campeão do mundo com a Holanda em 2010, sendo anunciado como comandante apenas em janeiro deste ano.
A seleção sofreu nas eliminatórias da Ásia nas mãos do antecessor Ange Postecoglou, terminando em terceiro no grupo de Japão e Arábia Saudita, ficando com a vaga na repescagem asiática contra a Síria.
No embate diante da Síria, a Austrália sofreu grande pressão e por pouco não fica de fora do Mundial, vencendo apenas na prorrogação com gol de Cahill por 2 a 1. Assim, teve a oportunidade de enfrentar Honduras na repescagem da Ásia-CONCACAF. Após um empate por 0 a 0 em San Pedro Sula, os Soccerros conquistaram a vaga para sua quarta copa seguida, vencendo em Sydney por 3 a 1.
Expectativa
A Austrália chegará ao Mundial sendo uma das seleções com a média de idade mais elevadas. Apesar da experiência, a Austrália levará o jogador mais jovem da competição, o meia-atacante Daniel Arzani, com 19 anos.
O meio do campo é a posição com mais peças interessantes para uso na copa. Aaron Mooy foi muito bem com o Huddersfield na Premier League na última temporada e ao lado de Mile Jedinak, do Aston Villa, formam a parte defensiva. Já no meio ofensivo, Rogic, Luongo e Irvine vão disputar vaga no time titular.
Seus últimos amistosos antes da copa foram de bons resultados, com vitórias contra República Tcheca e Hungria, além do empate com a forte Colômbia em Londres. Acabou sorteada no Grupo C, ao lado da favorita França, da tática Dinamarca e do Peru.
Em comparação ao Mundial de 2014, quando enfrentou Espanha, Holanda e Chile, desta vez caiu em um grupo menos complicado, tendo chances de ir mais longe, para apagar da lembrança seus dois últimos desempenhos na competição.
Os convocados de Bert van Marwijk
O técnico van Marwijk não teve problemas no plantel por lesão. Em comparação a seleção que disputou a Copa do Mundo no Brasil, apenas seis atletas foram convocados em 2018: Mathew Ryan, Mark Milligan, Massimo Luongo, Mile Jedinak, Tim Cahill e Mathew Leckie.
James Troisi, que atuou 37 vezes pela seleção e que marcou o gol na final da Copa da Ásia 2015 contra a Coréia do Sul e atuou também na Copa das Confederações 2017, ficou de fora por opção técnica, sendo a única ausência mais relevante na lista final.
Goleiros - Mathew Ryan (Brighton & Hove Albion), Brad Jones (Feyenoord) e Danny Vukovic (Genk);
Defensores – Milos Degenek (Yokohama Marinos), James Meredith (Millwall), Matthew Jurman (Suwon), Aziz Behich (Bursaspor), Josh Risdon (Western Sydney) e Trent Sainsbury (Grasshopper);
Meias – Mark Milligan (Al-Ahli), Massimo Luongo (QPR), Aaron Mooy (Huddersfield Town), Mile Jedinak (Aston Villa), Daniel Arzani (Melbourne City), Dimitri Petratos (Newcastle Jets), Jackson Irvine (Hull City) e Tom Rogic (Celtic);
Atacantes – Tim Cahill (Sem time), Mathew Leckie (Hertha Berlin), Tomi Juric (Luzern), Robbie Kruse (Bochum), Andrew Nabbout (Urawa Red) e Jamie Maclaren (Darmstadt).
Destaques
Tim Cahill
O camisa 4 é simplesmente o maior artilheiro da história da seleção, com 50 gols, além de ser o segundo jogador que mais vestiu a camisa da Austrália na história, com 106 jogos. Se fizer os três jogos na Copa do Mundo 2018, o jogador do empatará com o goleiro Mark Schwarzer, que defendeu a seleção por 109 jogos.
Cahill chegará ao seu quarto mundial, tendo feito cinco gols em três edições diferentes. Na vitória contra o Japão em 2006, marcou o primeiro gol do país na história dos mundiais. Em 2015, foi campeão da Copa da Ásia pela Austrália.
Tim está se despedindo da carreira na copa e atualmente é reserva da seleção. Jogou apenas dez jogos e não fez nenhum gol pelo Millwall na última temporada, mas é vital na seleção, marcando os dois gols contra a Síria na primeira repescagem da Austrália para a Copa do Mundo 2018.
Mile Jedinak
Jedinak é o capitão da equipe desde 2014, após a aposentadoria de Mark Schwarzer. É o 10º jogador que mais atuou pela seleção australiana, com 76 jogos, marcando 18 gols, ocupando também a décima colocação no quesito artilharia.
O jogador do Aston Villa levantou a taça da Copa da Ásia em 2015 e foi extremamente importante na classificação da Austrália para a Copa do Mundo 2018, fazendo três gols na seleção de Honduras, no segundo jogo da repescagem.
Disputará seu terceiro mundial e é notado por ser um bom finalizador na bola parada, além da garra em suas divididas.
Fique de olho: Tom Rogic
O meia-atacante Tom Rogic, de 1,89m, foi o artilheiro da Austrália nas eliminatórias da Ásia com cinco gols. Um dado curioso, é que Rogic disputou em 2010 a Copa da Ásia de futsal, marcando seis gols.
Estreou na seleção de campo em 2012 e marcou sete gols em 37 partidas.
Rogic atua no Celtic e conquistou três títulos da Scottish Premiership e três títulos da Scottish Cup, sendo peça chave do clube Escocês. É um bom organizador de jogadas e grande finalizador, podendo ser um trunfo da Austrália na copa.
Técnico: Bert van Marwijk
O holandês Bert van Markwijk chegou ao cargo de técnico da Austrália apenas em janeiro, substituindo Ange Postecoglou, que pediu demissão no fim de 2017. O curioso é que van Markwijk levou a Arábia Saudita para a Copa, que estava no mesmo grupo da Austrália nas Eliminatórias Asiáticas.
O técnico vai para sua segunda copa como técnico, sendo vice-campeão na primeira, em 2010, com a Holanda. É um técnico bastante conservador e que focará no jogo aéreo, que é a jogada mais forte da Austrália. Não tendo muito tempo para trabalhar, resta saber como será o desempenho da Austrália na Rússia.
Campanha na última copa
Na Copa do Mundo 2014, a Austrália caiu no grupo da morte, o B, ao lado da Espanha, Chile e Holanda. A seleção foi derrotada nos três jogos do seu grupo, terminando a Copa com a pior campanha entre os 32 participantes.
Na estréia contra o Chile, em Cuiabá, a seleção levou dois gols em menos de quinze minutos, chegou a descontar no primeiro tempo com Cahill, mas no fim do jogo sofreu o terceiro gol, marcado por Beausejour: 3 a 1.
No segundo jogo, a melhor atuação. Após novamente sofrer gol no início do jogo, a Austrália chegou a virar o jogo no Beira-Rio contra a Holanda, mas em seguida sofreu com Van Persie e Depay, virando a partida e sacramentando a eliminação da Austrália. No jogo dos eliminados, contra a Espanha, na Arena da Baixada, a seleção foi derrotada por 3 a 0.
Apesar da eliminação precoce, a Austrália de Ange Postecoglou mostrou um futebol interessante, de intensidade, mas que não conseguiu bater de frente com seleções mais fortes que ela no grupo.