Tite x Francisco Arce: o que suas seleções apresentam taticamente nas Eliminatórias

O jogo imprevisível de Arce enfrenta a Seleção Brasileira mais organizada dos últimos anos

Tite x Francisco Arce: o que suas seleções apresentam taticamente nas Eliminatórias
Tite x Francisco Arce: o que suas seleções apresentam taticamente nas Eliminatórias
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Por Marcela Natra

Assumindo as seleções após fracassos, Arce e Tite tinham a missão de devolver a paixão do futebol de cada país. Na próxima terça-feira (28), eles se enfrentam na Arena Corinthians, em São Paulo, pela 14ª rodada das Eliminatórias da Copa do Mundo Russia 2018. 

O contra-ataque letal é a caraterística mais comum entre as seleções que vivem momentos bem distintos na competição. Líder, o Brasil busca mais uma vitória para se aproximar cada vez mais da vaga garantida na próxima Copa, enquanto em sétimo lugar o Paraguai tem que vencer os próximos jogos e torcer para tropeços de Chile, Argentina e Colômbia para tentar se classificar.

Situações e jogos bem diferentes

Quando Francisco Arce assumiu a seleção paraguaia após o fracasso dos guaraníes na Copa América Centenário - a equipe não passou da primeira fase - sua primeira missão era recuperar a confiança do torcedor e o encanto com a seleção nacional. 

A primeira mudança do paraguaio no time foi devolver os jogadores para suas posições de clube, zagueiros jogando na zaga e nada de improvisos nas laterais. O comportamento dentro de campo também mudou, o jogo clássico de raça e luta voltou ao Paraguai, junto com a disputa por cada bola e espaço no campo. 

Mas os elementos que se repetem no jogo paraguaio são poucos, fator que contribuiu para os últimos resultados do time - três derrotas em quatro jogos. Curiosamente, a última vitória foi contra a Argentina em um jogo onde a disciplina tática e o bom contra-ataque rápido paraguaio foram as melhores características exploradas da albirroja que também contou com a falta de pontaria dos hermanos.  

Não se encontra um padrão definido no time de Arce, o toque de bola e a movimentação rápida do meio campo - principalmente quando conta com Óscar Romero -,  são algumas poucas situações que se repetem em um jogo tradicional de toques curtos e poucos cruzamentos - apesar do time já ter marcado gols de cabeça na competição, não é essa a ideia do treinador. 

Já o Brasil de Tite é uma equipe que controla o jogo encurtando espaços no campo e por vezes adapta o inicial 4-1-4-1 em 4-2-3-1 para atacar. Um jogo objetivo e eficiente que devolveu ao futebol brasileiro os bons resultados e com eles trouxe a confiança e o carinho da torcida de volta.  

O grande mérito de Adenor Bachi, o Tite, foi organizar o Brasil em campo e dar objetivo ao jogo canarinho. Além de distribuir os jogadores em posições já conhecidas por eles em seus clubes, sem improvisar demais nas alterações. O técnico aplicou o jogo compactado ao elenco, encurtando o espaço no campo e dando mais opções ao ataque que valoriza a posse e busca infiltrações. 

Sem a bola, o Brasil usa a marcação alta, com pressão e por vezes recua para dar espaço ao adversário subir e por consequência criar a oportunidade de um contra-ataque. Esquema muito semelhante ao que Carlo Ancelotti usava no Real Madrid campeão da Champions League de 2014. 

O que pode-se esperar do confronto entre os técnicos é um controle de bola e espaço no campo pela seleção brasileira, com investidas paraguaias em contra-ataques velozes, principalmente se o sucesso na disciplina tática aplicada contra a Argentina for lembrado por Arce.