Tá chegando a hora da grande decisão da Copa do Mundo! E a Argentina está muito perto de conquistar um título que não vem há 36 anos.

Os olhos estarão voltados para Lionel Messi. Um dos maiores jogadores dessa geração está muito próximo de conquistar o seu maior troféu na carreira, feito perseguido incansavelmente pelo craque nos últimos anos.

E o caminho de Messi e da Argentina não foi fácil até aqui. Antes da alegria, teve muita tristeza, decepção e drama. Chegou finalmente a hora dos Hermanos sorrirem?

Abaixo, veja todo o caminho percorrido pela Argentina desde o último título até chegar ao dia de hoje.

La Mano de Dios

Gol de Maradona contra a Inglaterra em 1966 (Foto: Reprodução)
Gol de Maradona contra a Inglaterra em 1966 (Foto: Reprodução)
 

Depois de conquistar o seu primeiro título da Copa do Mundo diante dos seus torcedores, em 1978 na Argentina, a Albiceleste foi em busca do bicampeonato no México em 1986.

Comandada pelo craque Diego Armando Maradona, a Argentina era uma das grandes favoritas do torneio. Mas um fato curioso ficou marcado para sempre na história das Copas. Nas quartas de finais contra a Inglaterra, a Argentina venceu por 2 a 1 graças a um gol de mão marcado por Maradona, fato esse que ficou conhecido mundialmente como "La Mano de Dios".

Sem a tecnologia do VAR, restou a Inglaterra reclamar eternamente pelo gol. Já a Argentina, sagrou-se bicampeã mundial após vencer a Alemanha Ocidental por 3 a 2 na grande final.

Dois vices e jejum de títulos

O gol de mão de Maradona, para muitos supersticiosos, causou uma "maldição" na Argentina por muitos anos. 

Na Copa do Mundo de 1990, repetiu-se a final de quatros anos antes. Mas, dessa vez, não deu pra Argentina. Derrota por 1 a 0 para a Alemanha Ocidental.

A seleção voltaria a conquistar um título importante na Copa América. Venceu as edições de 1991 e 1993. Depois disso, no entanto, um longo jejum.

A Albiceleste até chegou a decisões de Copa América, mas sempre saía derrotada. Ficaram muito marcadas as derrotas para o Brasil em 2005 e 2007 e para o Chile em 2015 e 2016, com direito a pênalti perdido por Messi.

Na Copa das Confederações, em 2005, mais um vice. Derrota para o Brasil por 4 a 1 na final. Restou aos argentinos se contentam com uma Olimpíada.

Em 2014, na Copa do Brasil, mais uma final para a Argentina, que chegou até a decisão sem empolgar muito. Na final, levou a disputa para a prorrogação, mas foi derrotada para a Alemanha.

Adeus a Maradona e fim do jejum

Depois de muitos baixos, tristezas e decepções, que culminaram até em uma aposentadoria precoce de Messi da Seleção Argentina, os ânimos foram voltando ao normal.

Messi se reconciliou com a seleção e se tornou o líder que sempre esperavam dele, decidindo dentro de campo e ajudando na formação dos mais jovens.

Na Copa de 2018, no entanto, a tal maldição continuou. Eliminação nas oitavas de finais para a França.

Em 2020, um baque no futebol argentino. O maior ídolo da seleção, Diego Armando Maradona, morreu aos 60 anos, vítima de uma parada cardíaca.

No dia do velório, milhares de argentinos foram às ruas saudar o seu maior ídolo e dar o último adeus a Maradona.

No ano seguinte, de onde quer que estivesse, Maradona sorriu. A Argentina encerrou o longo jejum justamente contra o Brasil no Maracanã. Vitória por 1 a 0 e o título da Copa América após 28 anos.

Caminho até a final

Jogadores da Argentina comemoram classificação para a final da Copa do Mundo (Foto: Divulgação / Argentina)
Jogadores da Argentina comemoram classificação para a final da Copa do Mundo (Foto: Divulgação / Argentina)

A Argentina venceu e convenceu. O time comandado por Lionel Scaloni enchia de orgulho o torcedor argentino a cada partida realizada. Nas Eliminatórias para a Copa do Mundo, se classificou com sobras, ficando atrás apenas do Brasil na classificação.

No jogo contra a Itália, no duelo entre o campeão da América e o campeão da Europa, vitória por 3 a 0 e mais um título pra conta. Não tem mais maldição.

Na Copa do Mundo, no entanto, um susto. Derrota na estreia para a Arábia Saudita e perda de uma invencibilidade de 36 jogos.

Mas quando muitos viam uma Argentina eliminada, o grupo se fechou ainda mais, venceu o México e a Polônia, e se classificou em primeiro lugar no grupo.

Nas oitavas, vitória suada sobre a Austrália e nas quartas, classificação nos pênaltis contra a Holanda. Mas na semifinal, a gigante Argentina mostrou que não está nessa Copa do Mundo à toa. Vitória maiúscula sobre a atual vice-campeã Croácia por 3 a 0 e um lugar na grade decisão.

Argentina x França

Difícil dizer quem é o grande favorito dessa decisão. De um lado, a Argentina, que carrega consigo um sonho de 36 anos, liderada por um dos maiores jogadores de todos os tempos.

Do outro, a atual campeã França, que mesmo após muitos desfalques, se reinventou e chegou a mais uma decisão, comandada pelos craques Griezmann e Mbappé.

Uma coisa se sabe. Ninguém vai entrar mais ou menos. É decisão. Cada minuto vale. E para a Argentina, é talvez o jogo mais importante de sua história.

Pelo tri, pelo povo argentino, por Diego Armando Maradona que, onde quer que esteja, estará dando uma mãozinha.

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