O CRB arrancou um empate em 1 a 1 com o Vasco já nos acréscimos do segundo tempo nesta quinta-feira (16) pela 24ª rodada da Série B do Brasileirão 2021. No Estádio Rei Pelé, Cano abriu o placar para o visitante e encerrou seu jejum, enquanto Renan Bressan deixou tudo igual em um final de jogo emocionante.

Apesar de vir de uma derrota em casa e de três empates nos últimos seis jogos, o CBR entrou em campo ocupando o G-4, na quarta posição, com 40 pontos. A distância para o líder Coritiba era de cinco pontos, mas, para o vice-líder Goiás era de apenas dois. Portanto a vitória nesta noite poderia levar o Galo de Campina ao segundo lugar.

Já o Vasco possuía um objetivo menos ousado que seu adversário: encostar, novamente, no G-4. O Cruzmaltino somava 32 pontos e estava no meio da tabela, na 10ª colocação. Para tanto, precisava superar a derrota na rodada anterior para o Avaí por 3 a 1 fora de casa. Também o fato de possuir somente uma vitória nas últimas seis partidas.

Estratégias

O técnico Allan Aal teve troca forçada na zaga titular, porque Gum sofreu lesão na panturrilha e não teve condição de atuar contra o Vasco. Além disso, Frazan, o substituto imediato, estava suspenso. Com isso, Ewerton Páscoa ficou com a vaga.

Esquema tático: 4-3-3. No gol, Diogo Silva.Reginaldo na lateral-direita, Romão na esquerda, enquanto Ewerton Páscoa e Caetano formaram a dupla de zaga. No meio-campo, Marthã e Wesley foram os responsáveis pelo primeiro combate e transição ofensiva, já Diego Torres, pela construção. Mais à frente, Pablo Dyego subia pela direita, Jajá pela esquerda, e Nicolas Careca tomava conta da área.

O Gigante da Colina teve duas importantes estreias: de Fernando Diniz no comando técnico e do experiente meia Nenê, retornando ao clube. O atacante Jhon Sanchéz e o zagueiro Walber também estavam regularizados e ficaram como opções no banco. Foram desfalques Daniel Amorim, por suspensão, e Michel, por lesão.

Esquema tático: 4-3-3. Vanderlei no gol. Na zaga, Ricardo Graça e Leandro Castan. Nas laterais, Léo Matos pela direita e Zeca pela esquerda. Andrey foi o nome mais recuado no meio-campo, que também contou com Marquinhos Gabriel e Nenê, ambos na criação. E, no ataque, Morato avançava pelo corredor direito, Léo Jabá pelo esquerdo, enquanto o artilheiro Germán Cano aparecia centralizado cuidando da área.

CRB tem gol anulado e sofre um nos acréscimos

A primeira etapa mostrou logo de início que as equipes envolvidas teriam uma importante característica em comum no confronto: a pressão na saída de bola. Enquanto o Vasco já postou essa marcação forte desde a altura da pequena área, o CRB o fez em menor número, mas também assustando a tradicional transição ofensiva “no pé” orientada por Diniz. Aos nove minutos, Nenê quase abriu o placar em sua reestreia na clássica cobrança de falta com qualidade do camisa 77.

O Galo de Campina chegou a ficar mais com a bola, porém deixando para trocar passes no campo de defesa e tentando usar a velocidade no de ataque. Aos 13, também ficou no quase, em contra-ataque que Careca por pouco não concluiu para dentro, impedido por boa saída de Vanderlei. Mas, no minuto seguinte, após cobrança de escanteio pela direita, a bola sobrou para Diego Torres levantar, novamente, na área da direita livre de marcação, e Caetano veio de trás na segunda trave para cabecear certeiro. Mas o gol foi anulado na sequência pela análise do VAR por impedimento anterior na jogada.

Se confirmado o lance, o Vasco teria tomado mais um gol de bola aérea na temporada, um dos principais fundamentos para Diniz consertar. Aos 24, apenas 1 a 1 em finalizações. O jogo era pegado, com número, relativamente, alto de faltas, algumas delas sofridas por Nenê, de quem se espera que surjam boas oportunidades vascaínas. Apenas aos 26, saiu a primeira finalização de Cano no jogo, sumido até então. Léo Jabá, pela esquerda, e Nenê, centralizado, eram os que mais participam no setor. O time carioca só trabalhava pelo lado esquerdo com Zeca e Léo Jabá, mas não com profundidade e jogada de linha de fundo.

Até que, já aos 48 minutos, cobrança de escanteio pela esquerda, a bola sobrou para Ricardo Graça chutar de frente, e o artilheiro Cano desviou para abrir o placar para o Vasco no último lance da etapa e encerrar seu jejum de 10 jogos sem marcar. Números parciais: 53% de posse de bola e 11 a 1 em chutes, ambos favoráveis ao visitante.

Vasco pouco finaliza no segundo tempo e cede empate

Allan Aal voltou do intervalo trocando Reginaldo e Wesley por, respectivamente, Jean Patrick e Celsinho, com o segundo tendendo a dar mais ofensividade pela direita. O Vasco de Diniz já se mostrou mais forte na recomposição, com os jogadores de frente também voltando rápido para ajudar depois de perderem a bola. O CRB mantinha a marcação adiantada, tentando roubar perto da área adversária. Mas alternou com um posicionamento mais fechado, posicionado inteiro em seu campo defensivo quando sem a bola.

Já na frente, não conseguia construir, assim como no primeiro tempo, com seus jogadores de frente pouco participando do jogo. O treinador do time da casa foi, então, para mais mexidas: saíram Careca e Diego Torres para as entradas de Brandão e Renan Bressan, trocas no setor ofensivo para tentar encaixar a criação e a movimentação no ataque. Do outro lado, o Cruzmaltino estava à vontade para fazer a saída de bola no pé, trocando passes, agora com o placar favorável. Aos 22, o Galo também teve a substituição de Jajá por Alisson Farias, mais uma na frente.

Diniz também promoveu alterações, sacando Morato e Léo Jabá para as entradas de Gabriel Pec e Bruno Gomes, reforçando a marcação no meio. Até que o CRB resolveu reagir ofensivamente, foi jogar no campo de ataque e conseguiu pressão no ataque, assustando dentro da área vascaína aos 27 minutos.

Aos 31, a equipe carioca ainda não havia finalizado na etapa final. Figueiredo entrou no lugar de Nenê, que reclamava de dores nas costas. Na sequência, Pec desperdiçou aquele que seria o segundo do Vasco (e talvez o da vitória) em bom contra-ataque armado por Andrey. E o volante, em seguida, deu vez a Caio Lopes.

Quando tudo parecia resolvido, veio o balde de água fria na estreia de Diniz. Aos 48, roubada de bola a partir de pressão na saída de bola pela esquerda, seguida de rápida troca de passes até invadir a área e Renan Bressan concluiu a boa jogada coletiva com chute rasteiro colocado, empatando nos acréscimos. O CRB tentou uma virada emblemática, mas não houve tempo: 1 a 1. O mandante continuou sem vencer na história do confronto em Maceió, mas teve ao menos um gosto de vitória. Números finais: 53% em posse, 16 a 10 em finalizações e 6 a 3 em chutes a gol, todos para o visitante.

Classificação e próximos compromissos

Com o empate arrancado no fim, o CRB se manteve na quarta posição, agora com 41 pontos, os mesmos do Botafogo em terceiro, mas com uma vitória a menos. O Vasco está em décimo, com 33.

O próximo compromisso do Galo é fora de casa contra o Brasil de Pelotas na terça-feira (21) às 19h. Já o Cruzmaltino volta a campo antes, no domingo (19) às 16h, quando recebe o Cruzeiro para um clássico nacional na Série B.