O Campeonato Carioca de Basquete deste ano parece ainda ter alguns imbróglios a serem resolvidos. A volta do Vasco às disputas profissionais do esporte trouxe à tona a falta de estrutura de alguns ginásios para suportar as partidas com ambas torcidas, entre cruzmaltinos e rubro-negros, ou mesmo com apenas uma delas. Tal fato foi agravado durante a competição, quando em um dos clássicos disputados na primeira fase, a torcida do Flamengo brigou entre si, em jogo com torcida única, e atrapalhou o andamento do duelo.
Com as duas equipes fazendo a final do campeonato, alguns problemas emergiram e complicaram a finalização do mesmo. O formato melhor de três teve suas duas primeiras partidas disputadas com portões fechados, na Gávea e em São Januário, respectivamente. O Flamengo havia sido punido e deveria disputar os dois duelos que seria mandante, por conta de sua melhor campanha, sem a presença de sua torcida. Porém, com a utilização de uma recurso, os flamenguistas teriam o direito de ter a presença de seus torcedores no terceiro confronto, e o excesso de partidas decisivas pelo Campeonato Brasileiro de Futebol acabou sobrecarregando o GEPE, que é responsável pela segurança em eventos esportivos, fato qual fez com que a última e decisiva partida fosse marcada apenas para a próxima terça-feira (6), mais de um mês após o início da série final
Zelando pela segurança de seus atletas, Eurico Miranda, presidente do Vasco, enviou à Federação um ofício dizendo que a final não deveria ser relizada no Tijuca Tênis Clube, pela falta de segurança já comprovada nas partidas do primeiro turno da competição. O mandatário vascaíno pediu para que fossem considerados os locais que foram utilizados durantes os Jogos Olímpicos, como o Maracanãzinho, e foi direto ao dizer que sua equipe não entraria no ginásio do Tijuca se o duelo fosse realizado ali.
Álvaro Lionides, presidente da Fberj (Federação de basquete do estado do Rio de Janeiro), se pronunciou sobre as palavras de Eurico Miranda: "Vamos responder a ele o que já tínhamos informado outra vez. Entendemos a posição sobre a questão de segurança, mas é previsto no regulamento do campeonato, e a responsabilidade integral da indicação do local é do mandante. Isso é uma questão de regulamento até da Fiba: não ocorrendo o comparecimento da equipe em um série melhor de três será dada como W.O., e a vitória vai para o outro. Não posso chegar para ele e dizer que são obrigados a comparecer, mas ele tem de fazer o que achar melhor e arcar com as responsabilidades, porque a Federação não pode virar e cancelar o jogo. Não dá para mudar para outro lugar porque o mando é do Flamengo e, fora isso, não temos outro lugar".
"Se chegar na hora do jogo e o árbitro constatar que não tem condições, não tem segurança, ele está em risco ou as equipes estão em risco, ele pode suspender o jogo e aí vai a tribunal. É perigoso, pode ter um problema? Pode. Qualquer modalidade está sujeita a ter. Claro que a gente sabe que há uma grande rivalidade, mas não podemos fazer nada. Não é porque o Vasco solicitou que vamos mudar o local do jogo. O mando é do Flamengo, e a situação é essa. A responsabilidade é deles. É muito chato isso, eles mandarem ofício, é muito triste para o basquete", finalizou Álvaro.