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Após teste, Kubica diz não saber se terá outra chance na F1: “Temos que ser realistas”

Mesmo dando 142 voltas e assumindo que teve uma boa evolução, o polonês afirmou que precisa esperar para saber se terá novas oportunidades com um carro da categoria no futuro

Após teste, Kubica diz não saber se terá outra chance na F1: “Temos que ser realistas”
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Por Eduardo Costa

Robert Kubica foi o principal destaque do segundo dia de testes coletivos da Fórmula 1 na Hungria, nesta quarta-feira (2). O polonês, que teve a carreira na categoria interrompida por um grave acidente de rally na Itália em 2011 e quase teve que amputar braço e cotovelo direitos, participou da sessão durante todo o dia e foi o quarto mais rápido, dando expressivas 142 voltas a bordo da Renault.

Kubica já havia testado dois modelos da Lotus-Renault de 2011 e 2012 neste ano, mas participou do teste desta quarta para sentir os novos carros da atual temporada e ser analisado. A Renault ainda estuda a possibilidade de promover sua volta como piloto titular na F1 em 2018, e o teste em questão servirá como um bom indicador de sua condição.

Após o teste, Kubica falou sobre sua experiência em Hungaroring. O vencedor do Grande Prêmio do Canadá de 2008 (sua única vitória no certame) assumiu que evoluiu bastante sua condição nos últimos tempos, mas que está tratando toda a situação de forma bem realista. Ele declarou que, graças a essa visão, apesar de desejar outras oportunidades, não ficaria desapontado caso não pudesse mais pilotar um F1 em um campeonato mundial novamente.

Eu gostaria de ter outras oportunidades, mas a realidade é que eu não sei que acontecerá e temos que esperar para ver. Se olharmos onde eu estava quatro meses atrás comparado a agora, é uma grande mudança e aconteceu muito rápido. Acho que em três meses eu evoluí bastante, tudo pode acontecer no futuro. Mas temos que ser realistas, nada será fácil. Minha meta é ter alguma função na F1 se puder e tiver uma chance, mas eu não sei. Uma coisa é certa, se não acontecer, não ficarei desapontado porque estou olhando para essa situação de forma muito realista”, afirmou o polonês.

Kubica deu 142 voltas e chamou a atenção de todos em Hungaroring (Foto: Charles Coates/Getty Images)
Kubica deu 142 voltas e chamou a atenção de todos em Hungaroring (Foto: Charles Coates/Getty Images)

Hoje com 32 anos, Kubica completou 20 stints durante o teste, correndo por mais de oito horas. Ele ressaltou que precisou se concentrar bastante no funcionamento do carro – graças a todas as suas novas características – e teve um tempo para se adaptar, mas que com o tempo a pilotagem vai ficando mais fácil. O polonês complementou afirmando que meta é tornar tudo mais fácil e natural, e que para isso ele precisaria ter outra chance de pilotar novamente no futuro.

Se eu tiver a chance de pular novamente em um carro vai ser muito mais fácil, mais familiar e mais natural. Para um piloto a melhor sensação que você pode ter é que tudo fica mais fácil que você nem precise pensar nisso. Mas quando tudo é novo você precisa pensar nisso e se concentrar nas coisas, analisando o motivo de você estar pilotando. Quando eu saí do carro (depois de quatro horas de teste), tirei uma grande pausa e voltei algumas horas depois me sentindo um novo piloto. O carro estava muito mais familiar e isso é um bom sinal”, acrescentou.

Muitas pessoas acham que você pode evoluir pilotando, mas você pode evoluir também pensando onde fazer isso. Foi isso que aconteceu, e se eu estivesse pilotando novamente no dia seguinte teria uma ideia ainda melhor de onde evoluir e tudo estaria mais fácil e natural, o que é a meta”, complementou.

O segundo dia de treinos coletivos na Hungria foi liderado pelo alemão Sebastian Vettel, da Ferrari. O primeiro, na última terça-feira (1º), também teve a Ferrari como mais rápida, mas com o francês Charles Leclerc (atual líder da Fórmula 2 e membro da academia de jovens pilotos da Scuderia).