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Chefe da Ferrari, Binotto revela 'grande possibilidade' da atual temporada fechar em 2021

Em busca da realização do máximo de corridas possível, o chefão da equipe italiana concorda que os GPs desta agenda finalizem só no próximo mês de março

Chefe da Ferrari, Binotto revela 'grande possibilidade' da atual temporada fechar em 2021
Foto: Reprodução / Ferrari
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Por Leonardo José

Está virando tudo de ponta-cabeça. Esse é o efeito da pandemia do novo coronavírus no calendário da Fórmula 1 2020. As oito primeiras corridas já foram suspensas e o GP da Inglaterra, que ainda segue marcado para julho, pode ser o próximo com alteração no calendário. E é justamente por esse imbróglio todo que Mattia Binotto, chefe da Ferrari, disse neste fim de semana que a temporada da categoria pode se encerra lá em janeiro do ano que vem.

Em entrevista à Sky Sports Italia, Binotto revelou que todas as equipes da F1 têm 'diálogo constante' para se atualizarem perante à pandemia: "Estamos avaliando várias ideias: corridas mais próximas, talvez fazendo duas ou três corridas em janeiro, cancelando o treino de sexta-feira", contou o chefão italiano.

Ainda de acordo com o cronograma atual, a última corrida está agendada para o dia 29 de novembro, com o GP de Abu Dhabi, porém, depois de tantos adiamentos, a incerteza paira pelos boxes.

"Eu senti, junto com os outros diretores da equipe, que estes são momentos decisivos. Decidimos dar total liberdade a (o presidente da Fórmula 1, Chase) Carey e à FIA para montar o mais breve possível um calendário para que possamos voltar a competir, estamos dispostos a resolver", disse Binotto.

Falando em Chase Carey... o presidente da F1 já havia antecipado que 'esperava que a temporada começasse em algum momento deste verão europeu, com um calendário revisado entre 15 e 18 corridas'. No entanto, enquanto a crise da Covid-19 avança nos quatro cantos do planeta, essa perspectiva parece ser cada vez mais otimista. Há quem diga até a respeito do cancelamento da temporada 2020.

A desconfiguração da agenda provoca diversos reflexos nas equipes e um deles mexe nas contas delas. Toda a logística precisa ser refeita e, consequentemente, o orçamento é alterado. E para cortar custos, a F1 adiou até 2022 a introdução de uma reformulação maciça de regras a ser introduzida no próximo ano. As equipes não apenas competirão com os mesmos regulamentos técnicos no próximo ano, mas também levarão seus chassis até 2021. Discussões sobre quais outras áreas de design permanecerão abertas e o que será restrito ainda segue indefinido.

Para tentar cobrir o rombo na agenda, a F1 antecipou as férias de agosto para três semanas entre março e abril. E esse recesso pode até ser estendido caso as fábricas das montadoras precisem fechar as portas devido aos bloqueios que cada país impõe por causa do novo coronavírus.

Carey também já havia enfatizado durante a pandemia que há chances, sim, do calendário ser totalmente modificado para tentar encaixar o máximo de corridas possível. Para essa linha de ação, Binotto esclareceu: "Se isso nos permite garantir um campeonato mundial mais completo em 2020, com a temporada seguinte iniciando em março... há uma grande possibilidade para isso".

As regras da Fórmula 1 ditam que para ser realizada uma temporada válida do campeonato mundial, um mínimo de oito corridas devem ser disputadas.