No dia 4 de julho de 1993, a Argentina venceu o México por 3 a 1 e conquistou a Copa América daquele ano no Equador. Foi o último título conquistado na história da tradicional seleção no futebol profissional. Pouco mais de 24 anos depois, a Albiceleste teve um momento crucial no mesmo lugar. O Estádio Olímpico Atahualpa, na capital equatoriana, recebeu o tenso confronto entre Equador x Argentina, válido pela última rodada das Eliminatórias Sul-Americanas.

Muitos comentários sobre Lionel Messi foram feitos ao longo do torneio qualificatório à Copa do Mundo 2018. As críticas sobre uma possível omissão do principal jogador do país na atualidade e um dos melhores dos últimos tempos calou-se por alguns momentos. Graças a Lio, a Argentina está no Mundial e vai tentar encerrar o jejum de títulos com a conquista do tricampeonato na Rússia. De virada e com os três tentos assinalados por um dos melhores da história do futebol, a vitória por 3 a 1 foi conquistada na noite desta terça-feira (10).

Com o resultado, os hermanos evitam grande vexame e terminam as Eliminatórias na terceira posição, com 28 pontos conquistados. Já eliminada, La Tri encerrou sua participação com 20 pontos, no oitavo lugar e vai pensar na classificação para a edição de 2022 do principal torneio de futebol.

Foto: Hector Vivas|LatinContent WO|Getty Images
Foto: Hector Vivas|LatinContent WO|Getty Images

Lionel Messi, atos iniciais

No primeiro lance de jogo, o desespero tomou conta da Argentina. Em uma falha absurda do sistema defensivo, a dupla de ataque do Equador aproveitou. Romario Ibarra tabelou com Ordóñez na frente da área, recebeu na esquerda e tocou na saída de Romero. Placar aberto com pouco mais de 40 segundos de jogo.

A partir daí, Lionel Messi chamou o jogo para si. Com a responsabilidade de conduzir o time ao alívio e não ao vexame e à vergonha extrema, o camisa 10 começou a ser o protagonista do jogo. Tocou a bola, procurou acionar os atacantes no campo de ataque, fazia sua parte. Enquanto a trinca de defensores dava trabalho e assustava. Os donos da casa quase ampliaram quando Ordóñez recebeu cruzamento e Mercado afastou.

Na primeira chance argentina, Lionel Messi recebeu, avançou para a esquerda e tocou para Di María. O meia bateu cruzado e Benedetto não alcançou. Em seguida, a jogada se repetiu, mas o camisa 11 bateu para o gol, mas errou o alvo. No lance seguinte, em nova tabela entre os dois atletas, Di María tocou no meio da área e Messi chutou rasteiro e forte para igualar o marcador aos 11 minutos. Os visitantes, que necessitavam mais do resultado positivo, controlavam a bola no meio de campo e tentavam ao máximo evitar o campo de defesa.

Foto: Hector Vivas|LatinContent WO|Getty Images
Foto: Hector Vivas|LatinContent WO|Getty Images

Messi estava desejoso de uma atuação histórica. Tentava conduzir a bola do meio de campo para a área com o objetivo de livrar-se da marcação e chutar forte, como em suas jogadas tradicionais e habilidosas. Após forte presença no campo de ataque e insistência, Aimar comete vacilo diante do camisa 10. Aí ficou mais fácil para entrar na área e encher o pé. Forte vibração e virada albiceleste.

Com a vitória parcial, a pressão foi minimizada e a importância em garantir o resultado positivo a todo o custo foi mais importante e primordial para a Argentina. O jogo ficou mais equilibrado, o Equador adiantou suas peças para encerrar as Eliminatórias de maneira honrosa, apesar da queda livre que resultou na antecipada eliminação, o que resultou em maior movimentação.

Primeiro, Messi deixou Di María na cara do gol, mas Banguera defendeu. Logo em seguida, Acuña cobrou escanteio, Mercado desviou e o arqueiro equatoriano defendeu sem sustos. A resposta do Equador veio em seguida com muito perigo. Ceballos cruzou da direita, Otamendi falhou, Ordóñez ficou com a sobra e foi travado por Mascherano na hora de finalizar. Na reta final do primeiro tempo, o jogo ficou morno de vez.  A intensidade diminuiu, embora os anfitriões tentassem colocar a bola mais no campo de ataque, mas não conseguiram levar perigo à meta defendida por Romero.

Foto: Rodrigo Buendia|AFP|Getty Images
Foto: Rodrigo Buendia|AFP|Getty Images

Lionel Messi, ato final

O Equador começou o jogo motivado a buscar o empate. Partiu para o ataque motivado pela alteração promovida pelo treinador Patricio Lara. As laterais eram usadas como principal recurso. A cada cruzamento na área era um momento de tensão, uma vez que a defesa da Argentina não passava nenhuma confiança e o meio de campo não conseguia produzir jogadas para dar tranquilidade. A melhor oportunidade equatoriana aconteceu quando Romario Ibarra aproveitou espaços na zaga, arrancou pela esquerda, cruzou rasteiro e Otamendi afastou para evitar o empate.

A resposta albiceleste foi à altura. Lionel Messi deu o golpe fatal para a classificação direta ao Mundial. Aos 16 minutos, o camisa 10 dominou na intermediária, conduziu para o pé esquerdo e deu leve toque sobre o adiantado goleiro Banguera. Um golaço. O gol deu total controle ao jogo. Enquanto os donos da casa tinham controle do jogo e tentaram incomodar, os visitantes tinham mais perigo em aumentar a vantagem, embora fosse muito menos ao ataque.

O Equador até tentou esquentar o ritmo do jogo, com linhas avançadas e pressão, mas a marcação argentina passou a reforçar a área e anular todos os cruzamentos dos mandantes. Até o fim do jogo, foi cadenciar a partida, tranquilizar os nervos e garantir o fim do sofrimento. Se a Argentina vai disputar a Copa do Mundo 2018 na Rússia, deem graças a Lionel Messi. Não há mais dúvidas de que a Albiceleste pode contar com o camisa 10 para os maiores desafios.

Foto: Hector Vivas|LatinContent WO|Getty Images
Foto: Hector Vivas|LatinContent WO|Getty Images