Presidente do Avaí não cogita renúncia apesar de pressão por crise financeira

Nilton Macedo Machado concedeu coletiva onde tentou trazer soluções para problemas financeiros do clube; grupo de torcedores levou faixa pedindo renúnica

Presidente do Avaí não cogita renúncia apesar de pressão por crise financeira
Diretor de esportes e presidente esperam paciência da torcida avaiana (Foto: Alceu Atherino/Avaí FC)
jheniferschmitt
Por Jhenifer Schmitt

Em uma coletiva de imprensa conturbada nesta manhã de quarta- feira (27), o presidente Nilton Macedo Machado comentou o atual quadro financeiro do Avaí. No auditório da Ressacada, estavam 10 torcedores do clube, pedindo a renúncia do presidente  e também do vice-presidente Francisco José Batistotti.

A última consequência da crise financeira do clube aconteceu na última segunda-feira (25), quando funcionários do clube entraram em greve pelo atraso de salários e não pagamento do 13º salário de 2015. Nilton, que estava acompanhado do diretor de Esportes do clube, Marcelo Gonçalves, afirmou que continuará na presidência do Avaí e que ainda existem problemas a serem resolvidos.

"Eu não cogito sair, embora para alguns seria bom, renunciar ou pedir licença. Há problemas para serem resolvidos. Não se está parado, temos ficado diariamente em função disso. A vinda do Gonçalves não foi por acaso. Foi um atleta de ponta, está preparado e entende de gestão de futebol. É por aí que está sendo montado um time competitivo e que possa ser feito um bom ano de 2016", disse.

Em vários momentos, o presidente foi interrompido pelos torcedores, que permaneceram à Ressacada com narizes de palhaço e contestavam informações, a atitude de Machado em algumas decisões e os resultados recentes do clube. Sobre os problemas financeiros, falou sobre o atraso da folha de pagamento dos jogadores e do afastamento de alguns profissionais do clube catarinense.

"O problema hoje é o saldo das folhas do ano passado para agora. Estamos negociando percentuais de atletas para suprir isso. A questão fiscal está regularizada, tudo é questão de contrato de trabalho. Claro que existe a crise, mas é financeira e afeta os nossos colaboradores. Pensa que eu consigo olhar para o servidor que o salário atrasou? Eu tenho vergonha disso. Mas achar que a diretoria tem que sair por causa dos resultados? Eu não tenho curso de treinador de futebol. Estamos pagando hoje uma parte dos atrasos, até sexta entra mais um dinheiro e faremos o pagamento dos atletas que ficaram conosco", explicou Nilton Macedo.

Gonçalves, diretor de esportes do clube, pediu paciência aos torcedores e confiança no grupo de jogadores, que tem muitos jovens vindos das categorias de base, nesse momento de crise financeira do clube.

"Como formar um elenco sem dinheiro? Qual a mágica? Formamos uma equipe competitiva independente dos nomes, mas jogadores comprometidos. E que tenham potencial, entrega, determinação. Como faz para trabalhar se em casa falta dinheiro para o alimento dos filhos? O presidente é quem mais sofre, a responsabilidade é dele e não tem o que fazer. Agora é hora do torcedor avaiano que pode ajudar com um aporte financeiro fazer isso. O povão ajuda com o apoio, com paciência. Vão ver um time novo. Vamos tentar minimizar os erros. Foram relacionados para o jogo contra o Grêmio 21 atletas e 11 são da base. Isso parece algo interessante, mas será que eles têm condições de dar um retorno imediato? Será que o torcedor vai ter paciência, não xingar?", questionou.

Nesta quinta-feira (28), o Avaí entrará em campo pela  1ª rodada da Primeira Liga enfrentando o Grêmio em Chapecó.