Desconhecido para boa parte dos brasileiros, o Cerro passa longe de ter uma camisa imponente no cenário futebolístico da América do Sul. Distante de ter o impacto de seus co-irmãos Nacional e Peñarol, a equipe que leva as cores da bandeira uruguaia está apenas em sua primeira participação na Copa Sulamericana. E busca fazer história. 

Fundado em 1922, o time conta com dois títulos: ambos da Serie B do Campeonato Uruguaio, sendo o primeiro em 1946 e o último em 1998. Se o passado talvez não cative tanto numa via que chame a atenção pelas grandes conquistas, o presente é promissor: o clube é o atual quinto colocado do Campeonato local , e perdeu apenas quatro partidas das últimas 25 que disputou.

Artilheiro com passagem pelo futebol nordestino

Para chegar á Copa Sul-Americana desse ano, o Cerro terminou na mesma posição que se encontra hoje: a quinta colocação. E como grande destaque e responsável pela boa campanha, contou com a fome de gols de Maureen Franco, atacante uruguaio já veterano de 34 anos. Franco foi revelado pelo Nacional e já passou pelo futebol de Argentina, China e Brasil. Sim, o Brasil. Em 2013 o delantero vestiu a camisa do Alecrim, chegando como reforço de peso para disputar o Campeonato Potiguar.

Do começo de 2017 até o presente momento o jogador tem a marca de 36 gols em 70 jogos, e é uma das grandes esperanças dos Villeros para o confronto ante o Bahia.

Foto: Gabriel Peres / Site oficial do Alecrim

Meia brasileiro é esperança

Outra grande arma para os uruguaios está no talento brasileiro do meia Felipe Klein (31), que além de ser uma das referências técnicas da equipe sabe a realidade do futebol nordestino e a força do Bahia, principalmente em casa. Gaúcho de Porto Alegre, Felipe foi revelado no Internacional e vestiu camisas importantes em solo nordestino, como as do Ferroviário, e a do Fortaleza. Também disputou uma Serie B pelo Icasa. O jogador é atleta do Cerro há três temporadas.

Lateral finalista de Libertadores é trunfo na defesa

Se o Cerro sonha em passar de fase outra vez na Sul-Americana, na defesa há o nome certo quanto ao fator "fazer surpresa em um campeonato continental". Outro veterano, esse com 35 anos, o lateral ambidestro Christian Núñez era peça corriqueira no Independiente Del Valle, clube que surpreendeu a América desbancando gigantes e sendo finalista da Libertadores em 2016. O argentino também uma das grandes referências do elenco á nível de carreira: foram três anos de Nacional, onde ganhou dois Campeonatos Uruguaios, e uma passagem pelo gigante argentino Independiente.

Divulgação de foto: @Independiente

Treinador é ex-jogador de sucesso

Fernando Correa. O nome talvez soe íntimo aos amantes de futebol internacional que puderam acompanhar o Campeonato Espanhol entre os anos 90 e início dos 2000. Revelado no River Uruguaio, o hoje treinador do Cerro foi atacante de sucesso na carreira: com grande destaque por Racing Santander e Mallorca. Mas foi no Atlético de Madrid que ele se tornou conhecido: Correa passou cinco temporadas nos Colchoneros, onde ganhou o Campeonato Espanhol e a Copa do Rey. Como treinador, ainda engatinha: é o seu primeiro trabalho.

Fé na base! O Cerro revelou nada mais nada menos que Godín

Hoje conhecido e reconhecido como um dos melhores e mais caros zagueiros do mundo, Diego Godín ainda era um garoto com a aspiração de conseguir se tornar profissional em 2003. Conseguiria pelo Cerro, onde assinou seu primeiro contrato e ficou por quatro temporadas (2003 - 2006). O resto é história.

Divulgação de foto: Facebook Club Atlético Cerro

Páreo duro para um Inter campeão e histórico contra brasileiros

Historicamente o Cerro não tem grandes páginas para contar em um nível continental. Na Sul-Americana pela primeira vez, o clube disputou três Libertadores: a primeira em 1995 e a última em 2017 - onde saiu nas fases prévias depois de duelos contra o Union Española.

Nesse meio, em 2010, os uruguaios estiveram presentes no grupo do Internacional, que se sagraria campeão daquela edição. Mostrando força, o Cerro não foi alvo fácil de ser batido: segurou um empate truncado e sem gols em casa e perdeu no Beira-Rio levando gols apenas no segundo tempo: 2 a 0, com tentos de Walter e Alecssandro. Naquele time do Cerro jogava o atacante Rodrigo Mora, que depois viria a fazer sucesso no Peñarol, na Universidad Chile e no River Plate, clube que está até hoje.

Até então, esse havia sido o último duelo do Cerro contra equipes brasileiras. O duelo frente ao Bahia marcará o quinto e o sexto jogo da equipe uruguaia em frente a clubes do nosso país. Ao todo, são dois empates, uma derrota e uma vitória, em 1996, em amistoso contra o Cruzeiro.

Confira os duelos:

1966: Cruzeiro 0x1 Cerro - Amistoso no Mineirão

1966 - Atlético Mineiro 1x1 Cerro - Amistoso no Mineirão

2010 - Cerro 0x0 Internacional - Grupo 5 da Libertadores

2010 - Internacional 2x0 Cerro - Grupo 5 da Libertadores