Foi uma noite feliz e de fortes emoções em Itaquera. O Corinthians recebeu em seu estádio nesta quarta feira (15) o Fluminense precisando apenas de uma vitória simples para se sagrar campeão do Campeonato Brasileiro com três rodadas de antecedência. No entanto, a equipe de Carille, que tem característica de valorizar a posse de bola foi surpreendida logo no primeiro minuto de jogo com um gol do zagueiro tricolor Henrique após falha de Pablo. Com o placar adverso, o Corinthians teve dificuldades de criar chances de gol na primeira etapa da partida. Mas, no segundo tempo, em três minutos de jogo, com dois gols de Jô virou o marcador. Jadson, aos quarenta da etapa derradeira fechou o placar e finalmente tirou o grito de "campeão" da sua imensa torcida.

Após a partida e a comemoração, mesmo sem taça, Carille, em entrevista coletiva, falou do sétimo título brasileiro do Corinthians e de seu primeiro como treinador. Muito criticado no incio do ano, o comandante do Timão rapidamente deu forma ao Corinthians. Com um futebol envolvente e praticamente sem falhas no primeiro turno, o Corinthians chegou a ter 82% de aproveitamento no campeonato e, desde a quinta rodada na liderança, pôde administrar a vantagem sobre os adversários com certa tranquilidade.

"Escutei alguns comentários que eu não entendia de futebol. Hoje recebi um vídeo que me deixou muito chateado. É um desrespeito enorme com o ser humano. Te pregam na parede. São burros. Não esperaram começar o ano para falar. Isso é triste. Mas estou muito contente. Foi um ano de aprendizado. Saio muito fortalecido desse ano. Já estou sendo parabenizado por esses profissionais que pararam ou que continuam independente do título. Recebo ligações e mensagens", afirmou o treinador.

"Depois veio esse jogo agora, se perdessemos para o Palmeiras a diferença cairia para dois pontos, o campeonato se decidiria na última rodada. A equipe teve personalidade para vencer. Nosso time tem deficiências, mas tem muita personalidade. Para jogar em time grande tem que ter personalidade. Foi uma equipe que se comportou muito bem, principalmente nos jogos grandes. Estou completando nove anos de Corinthians. 60 ou 70% do sucesso de um clube é a gestão de campo", completou. 

Já campeão, o Corinthians viaja no próximo final de semana para enfrentar o Flamengo na Ilha do Urubu e assim cumprir com seus compromissos no Brasileirão.

Confira outros trechos da entrevista do técnico campeão, Fábio Carille

Trabalho para 2018

"Muito trabalho e vou seguir minhas convicções. Pro ano que vem sei que vão ter mudanças, nessas minhas férias vou começar a ver com o elenco que tenho a melhor forma de jogar", declarou. 

A partida do título

A expectativa muitas vezes atrapalha. Aí você vem para o jogo e na primeira bola leva 1 a 0. A gente começou a acelerar demais, jogar só para a frente... No futebol, sair de um lado para o outro, balançar a defesa adversária é importante. Criamos chances importantes e no segundo tempo com 3 minutos fizemos 2 a 1. É coisa de Corinthians. No Corinthians acontecem coisas que não dá para entender. Pensei em voltar ao sistema, mas a equipe se comportou bem e acabei deixando mais para o final", analisou. 

Dificuldades no segundo turno 

"O time que sai na frente, tem mais de 70% de chance de ganhar. Infelizmente, no segundo turno, deixamos de fazer isso. No primeiro turno, isso só não aconteceu contra o Atlético-PR. No segundo turno, os adversários fizeram gols, se trancaram bem e a gente teve dificuldades", salientou. 

Sobre Danilo 

"Estou com vontade de colocar o Danilo há muito tempo, mas os resultados não têm ajudado para isso. Só vejo ele como 9, centroavante. Kazim vem bem. No último jogo não deu para colocá-lo, mas tem muito tempo que eu quero. Ele é um cara exemplar demais, não reclama de nada, trabalha muito. Teve uma lesão que não foi fácil, vamos ver se nos últimos jogos eu consigo... Não parei para pensar, mas vamos ver se coloco esse grupo para dar uma rodada", declarou. 

Sobre Jô

"Sobre o Jô, tudo que ouvi desse cara... Já falei várias vezes das informações que busquei em Belo Horizonte e Porto Alegre. "O que estão arrumando para mim", pensei. Desde a Florida ele foi muito positivo, vinha de seis, sete meses sem jogar. Mas ele é a cara desse grupo, não sou eu. Que cara positivo. Lembro quando eu tirei ele contra o Audax, ele (Jô) foi o que mais falou no vestiário. Me sinto muito orgulhoso de ter esse grupo trabalhando comigo", contou Carille. 

Amizade com Tite

"Sempre falo com o Tite, muito pouco sobre futebol, mesmo porque se eu perguntar ele vai falar que pra responder tem que estar no dia a dia. Não tenho problema nenhum de falar sobre isso (semelhanças), mas começaram a falar mais sobre outras coisas, eu criar um nome, mas o contato com ele sempre tem", destacou.