Era chegado o dia do 'Derby' tão esperado. Pela decisão da Copa do Rei, os dois maiores clubes de Madrid duelavam pela taça sonhada. O Real, contava com a potência de Cristiano Ronaldo pronto para decidir mais um título para os Blancos. Pelo Atlético, Falcão García tinha a responsabilidade de guiar os Colchoneros para mais esta conquista. Em um jogo polêmico, recheado de expulsões e bolas na trave, coube ao zagueiro brasileiro Miranda marcar o gol do título na prorrogação e condecer ao Atlético de Madrid a 'décima' Copa do Rei da Espanha.

Cristiano Ronaldo e Diego Costa incendeiam o Bernabéu

Antes mesmo da bola rolar, o caldeirão já era formado no Santiago Bernabéu. Torcidas madrilenhas e madridistas entoavam cânticos de apoio e provocação aos seus respectivos clubes disputando na voz uma possível superioridade. A faixa aberta nas arquibancadas do estádio com o dizer "Uma cidade... Uma conquista" representava o que aquela decisão representava. A primeira chama se acendeu com Cristiano Ronaldo, que aos 5 minutos chutou forte de fora da área quase retirando o grito de gol da garganta de sua torcida. Mas o gajo não desistiria tão facilmente. Aos 14 minutos, coube ao próprio fazer o caldeirão explodir pela primeira vez. Aproveitando um belo escanteio cobrado por Özil, o português se antecipou aos seus marcadores e testou firme para abrir o placar.

Atrás no placar o Atlético de Madrid viu-se obrigado a responder logo em sequencia. O capitão Gabi arriscou de fora da área, assuntando o goleiro Diego López. Mesmo com a adversidade e a pressão exercida pela torcida do Real, os Colchoneros mantiveram a calma como se soubessem que o empate era questão de tempo. Apesar da demora, ele veio. Falcão García mostrou à Espanha porque é um dos melhores atacante da atualidade e em uma jogada belíssima, driblou 3 marcados e entregou uma bela assistência para Diego Costa chutar forte e ver a bola ainda resvalar na trave antes de morrer no fundo das redes. O empate, justo até então, quase não se manteve no placar até o intervalo graças a Özil. No bate e rebate na entrada da área, o Alemão arrematou com violência explodindo a trave esquerda de Courtois. Era o último suspiro de um primeiro tempo equilibrado.

Trave atrapalha e Mourinho é expulso

Assim como na etapa inicial, a volta para o intervalo foi marcada por uma bela recepção de ambas as torcidas. No campo, o Real Madrid tomava as rédias contra o forte sistema defensivo montado por Diego Simeone e seus comandados. Entrantanto, o primeiro lance capital nasceu em uma jogada inicialmente despretensiosa. Sérgio Ramos, pressionado, chuta de qualquer maneira para frente e a bola sobra para Cristiano Ronaldo pegando de surpresa a defesa do Atletico desarmada. Indo a linha de fundo e cruzando na área, Benzema arrematou na trave e Özil, aproveitando a sobra, finalizou na certeza do gol sem contar com a presença de Juanfran para salvar o segundo gol madrilenho em cima da linha.

Inimiga do Real, a trave insistia em atrapalhar o caminho madrilenho. Dessa vez, Ronaldo foi o alvo. Em falta sofrida por Modric, o português cobrou com imensa categoria, por baixo da barreira, sem chances para Courtouis. Mas o poste direito do goleiro impediu o que seria um gol certeiro. Após os 30 minutos, o ritmo caiu e o cansaço bateu nas duas equipes. Sem grandes lances até o apito final, coube a José Mourinho o domínio das atenções após ser expulso pelo árbitro por reclamação.

Miranda decide e Cristiano Ronaldo leva vermelho

Na volta para a prorrogação, o Real Madrid voltou a campo com as 3 alterações que evitou ter feito durante o tempo normal. Entretanto de nada adiantou, ou melhor, apenas complicou ainda mais a equipe madrilenha. O Atlético de Madrid dominou a primeira etapa da prorrogação e não saiu na frente mais cedo porque Diego Costa chutou fraco, nas mãos de Diego López, após boa enfiada de bola de Falcão García. Com a superioridade efetivada, coube a Miranda marcar o gol da virada. Koke cruzou do lado direito e o zagueiro brasileiro se antecipou a defesa para marcar o gol decisivo.

O milagre de Courtois abriu o segunda etapa do tempo extra. Dí María foi lançado na linha de fundo e cruzou rasteiro para Özil que, de frente para o gol, perdeu um gol inacreditável. Em sequencia, a retranca do Atletico passa a estressar o jogadores madrilenhos e o jogo fica violento. Aos 10 minutos, Cristiano Ronaldo sofre uma falta duríssima, mas em seguida, acerta um chute desleal no rosto de Gabi e recebe o cartão vermelho direto. Sem forças para reagir, o Real sucumbiu ao Atlético e viu os Colchoneros comemorarem a sua décima Copa do Rei da Espanha. Assim acompanhamos.