Regularidade. Se existe algum adjetivo que se enquadra perfeitamente para definir Lucas Biglia, é este. O volante argentino de 28 anos não é o mais conhecido, não é o mais querido pelos torcedores, nem mesmo é o melhor tecnicamente. No entanto, ao longo desta Copa do Mundo, El Principito vem mostrando que, mesmo sem ter o status de um Messi, de um Di María ou um Agüero, pode ser importantíssimo na luta da Argentina pelo tricampeonato mundial.
A vida de Biglia nem sempre foi a do mainde um Mundial. Mas também não foi do ostracismo que em alguns momentos se desenhou para a carreira deste mercedino. Desde as categorias de base até seu início como profissional, no tradicional Argentinos Juniors, Biglia se destacava por mesclar bom potencial de marcação com boa qualidade de passe e saída de jogo. Estas características o levaram para as seleções sub-17 e sub-20, onde jogou os Mundiais das categorias, sendo campeão mundial sub-20 em 2005, ao lado de Messi, Zabaleta, Gago, entre outros de seus companheiros nesta Copa do Mundo.
Após o título mundial na Holanda, Biglia finalmente se firmou como nome importante no Independiente, de Avellaneda, para onde fora transferido por empréstimo no início de 2005. Na temporada 2005/2006, o volante finalmente rendeu como era esperado desde sua passagem pela seleção sub-17 e suas atuações elegantes, repletas de desarmes e passes precisos pelo Rojo de Avellaneda e pela seleção sub-20 fizeram despertar o interesse do Anderlecht, da Bélgica. Então, em julho de 2006, Biglia chegava em Bruxelas, para o que muitos consideraram um exílio futebolístico, uma vez que o futebol belga não é considerado bem uma potência europeia e mundial.
Coube ao então garoto de 20 anos provar o contrário e se tornar um dos maiores nomes da história do maior campeão da Bélgica. Logo na temporada de estreia, Biglia se consagrava campeão belga, marcando gol no jogo que garantiu o título aos Les Mauve et Blanc, na goleada sobre o FC Brussels por 6 a 0. Foi o único gol do volante no campeonato, mas que já bastou para que ele conquistasse o carinho dos torcedores. Nas seis temporadas seguintes, Biglia quase alcançou o expressivo número de 300 jogos pelo Anderlecht, além de ganhar mais três Campeonatos belgas, uma Copa da Bélgica e duas Supercopas, e ser capitão entre 2011 e 2013.
Mas ainda faltava alguma coisa na carreira do volante: repetir a trajetória que ele teve nas seleções de base na Albiceleste principal. Após a eliminação argentina na Copa do Mundo de 2010, Biglia foi lembrado pelo treinador Sergio Batista, inclusive sendo convocado para a Copa América 2011, onde não teve boa participação. Depois da chegada de Alejandro Sabella ao comando técnico da Argentina, as convocações passaram a ser mais regulares a partir da primeira chamada, em 2013, e inclusive a titularidade chegou em alguns jogos nas Eliminatórias da Copa do Mundo.
Ficha Técnica |
Nome | Lucas Rodrigo Biglia |
Data de Nascimento | 30 de janeiro de 1986 |
Idade | 28 anos |
Altura | 1,75m |
Peso | 71kg |
Clube | Lazio (ITA) |
Contrato até | 30 de junho de 2018 |
Os grandes desafios: a chegada em um campeonato mais competitivo e a disputa de uma Copa do Mundo
Biglia deixou o Anderlecht consagrado no final da temporada 2012/2013, deixando a mesma marca da sua chegada - fazendo novamente o gol do título belga, no empate contra o Zulte-Waregem, desta vez não como jovem revelação do futebol argentino, e sim como capitão e consagrado na Bélgica. O destino foi a Lazio, tradicional clube da capital italiana, Roma. Era um importante passo na busca por novos ares, onde o volante teria a oportunidade de elevar seu nível de jogo, visando a chegar à Copa do Mundo no Brasil.
A estreia no Calcio foi em 18 de agosto de 2013, na derrota por 4 a 0 sobre a Juventus, na decisão da Supercoppa. Dali em diante, o volante foi titular em 29 dos 32 jogos nos quais participou, primando pela regularidade, sendo peça importante nos esquemas dos técnicos Vladimir Petkovic e Edoardo Reja, que passaram pelos biancazzurri ao longo da temporada. Em que pese a temporada fraca da Lazio, Biglia manteve a confiança de Alejandro Sabella e cimentou seu nome entre os 23 designados ao buscar o tricampeonato mundial para a Argentina.
Números pela Lazio em 2013/2014 |
Competição | Partidas | Gols | Assistências | CA | CV | Minutos jogados |
Lega Calcio | 26 | 2 | 0 | 7 | 1 | 1947 |
Coppa Italia | 1 | 0 | 0 | 1 | 0 | 90 |
Supercoppa Italia | 1 | 0 | 0 | 0 | 0 | 90 |
UEFA Europa League | 4 | 0 | 0 | 0 | 0 | 360 |
Total | 32 | 2 | 0 | 8 | 1 | 2487 |