Raça, vontade, determinação, qualidade e poder de decisão. Esses são só alguns dos adjetivos para descrever Willian Gomes de Siqueira, um dos queridinhos da torcida do Cruzeiro. O atacante, contratado por empréstimo em 2013 e adquirido em definitivo em 2014, voltou a viver seus melhores momentos e é um dos trunfos de Marcelo Oliveira para vencer a quinta Copa do Brasil do clube celeste.

Apesar dos holofotes cruzeirenses estarem focados em jogadores como Lucas Silva, Éverton Ribeiro e Ricardo Goulart, Willian já deu infinitos motivos para ser um dos principais jogadores celestes. Desde 2013, quando chegou sob desconfiança na negociação com Diego Souza, superou expectativas e tornou-se vital para a conquista do Campeonato Brasileiro. O "moço do bigode grosso", alcunha que pegou entre os torcedores, fez dez gols durante a competição, mesmo dividindo a posição com Dagoberto.

Em 2014, Willian passou por dificuldades para se firmar e chegou a ser contestado. Seu contrato acabava no meio da temporada e alto valor para compra travava a negociação. Com isso, o atacante ficou alguns jogos de fora e não participou da intertemporada celeste nos Estados Unidos. No final, tudo deu certo. Por 3,5 milhões de euros, o Cruzeiro adquiriu o jogador; entretanto, o desempenho de Willian nos primeiros meses como jogador da Raposa – em definitivo – não foram dos melhores. Um longo jejum de gols incomodou o jogador.

A ascensão no Figueirense, ápice no Corinthians e sumiço na Ucrânia

Conhecido em Santa Catarina como "Mata Leão" – alusão ao fato de ser carrasco do Avaí –, Willian foi a maior contratação da história do Figueirense e principal nome da equipe no acesso para a primeira divisão, em 2010. Durante a temporada, disputou 34 jogos e marcou 12 gols (artilheiro da Série B), números que despertaram o interesse de grandes clubes e o levaram para o Corinthians, em 2011.

No Corinthians, chegou com a desconfiança natural dos torcedores, mas a resposta de Willian foi imediata. Logo em seus primeiros meses, já era o artilheiro do clube paulista no Brasileirão junto com Liedson. Ao final desse campeonato, Willian – com até então 25 anos –, conquistava seu primeiro titulo de expressão na carreira e virou xodó da torcida corintiana, por marcar gols em jogos importantes. Em 2012, perdeu um pouco de espaço, não foi titular durante a conquista da Libertadores e ao final desta, foi negociado com o Metalist da Ucrânia por 5 milhões de dólares.

Na Ucrânia, como de costume – exceção feita a alguns talentos do Shakhtar Donetsk –, o jogador sumiu completamente dos holofotes da mídia e dos torcedores. Durante quase dois anos no Metalist, Willian disputou apenas 37 jogos e marcou quatro gols. A chance de atuar pelo Cruzeiro parecia um grande alívio para o jogador.

Foto: Divulgação/Corinthians

Dos guerreiros celestes, Willian foi o herói na Vila Belmiro

Passando por uma pequena queda de rendimento na temporada, o Cruzeiro enfrentou o Santos nas semifinais da Copa do Brasil sob intenso desgaste físico e emocional. Para lidar com isso, os jogadores fizeram um pacto: "os títulos são maiores que nosso cansaço". No Mineirão, o time celeste passou por dificuldades, mas venceu o Peixe por 1 a 0 com gol dele. Sim, de Willian.

Nem tudo era para ser comemorado. O autor do gol, em dividida com um defensor santista, sofreu uma lesão que aparentava ser grave nas costelas. Guerreiro, Willian permaneceu em campo enquanto pôde, mas depois foi substituído. Os exames do dia seguinte captaram lesão e alguns mais imediatistas chegaram a cravar que Willian poderia chegar a não atuar mais na temporada. Na segunda-feira seguinte, o atacante já estava inteiro na Toca da Raposa, à disposição de Marcelo para enfrentar o time paulista. O resto é história.

Na Vila Belmiro, entrou como titular e viu o Santos abrir 3 a 1 no marcador – resultado que colocava os paulistas na decisão. O Cruzeiro não ameaçava tanto o gol santista e muitos já estavam sem esperanças, até que Edu Dracena deu a oportunidade que Willian precisava para sacramentar sua fama de decisivo: cara a cara com Aranha, teve uma frieza invejável e mandou para o gol. Nos acréscimos, ainda sobrou tempo para mais um: Goulart o deixou novamente de frente com Aranha e o camisa 25 não derpediçou. Heroico.

Foto: Divulgação/Cruzeiro