Ele chegou em 2014 vindo de uma polêmica troca com um dos maiores rivais. Enquanto o badalado Alexandre Pato saía de forma conturbada para o São Paulo, Jádson chegava no Corinthians de forma definitiva para ser o camisa 10 do time. O ano passou e Mano Menezes, treinador na época, pouca vez o utilizou, aumentando a irregularidade do meia e as críticas da torcida.

Só que o ano virou, Tite chegou e as coisas mudaram muito. Jádson seguiu com a 10, mas essa foi a única coisa igual ao ano passado. Com uma nova formação, novos parceiros no meio-campo e uma nova atitude dentro das partidas, o jogador se transformou em um dos melhores jogadores do Brasil e é a peça que pode desequilibrar no confronto entre Atlético MG x Corinthians, que duelam neste domingo, valendo o título para o Timão, já que tem oito pontos de vantagem e basta um empate para colocar ainda mais suas mãos na taça.

Vamos enumerar cinco fatores que transformam Jádson no jogador que pode decidir o jogo deste domingo.

Confiança

Em quase dois anos de Corinthians, Jádson conheceu os extremos. Logo na chegada, virou titular, marcou gols e deu assistências, mas foi demonstrando sua famosa irregularidade, marcante em sua passagem pelo São Paulo. Assim, ficou muito tempo no banco de reservas, mas ainda assim, fechou 2014 como maior assistente da temporada alvinegra.

A mudança de treinador, com a chegada de Tite, mudou o patamar de Jádson. Melhor fisicamente e com o respaldo do treinador, o jogador é o comandante da equipe e renasceu a tão pesada camisa 10 do Corinthians, que já teve Neto, Edílson, Tevez e Adriano, cada um decidindo em cada título brasileiro.

Com gols, passes geniais, muita movimentação, liderança em campo e várias assistências, Jádson renasceu, ganhou confiança, se tornou capitão em alguns jogos e já é questionado para retornar à Seleção nacional. A confiança em seu futebol, dada por Tite, com uma sequência maior de jogos, deu à Jadson o apoio que ele tanto precisava.

Nova formação tática

Com uma escalação diferente e novos companheiros, Jádson se tornou um dos responsáveis pelo incrível ano corinthiano. Desde a saída de Lodeiro, uruguaio que era o titular na pré-temporada corinthiana, Tite confiou em Jádson para comandar o meio-campo e parece ter acertado novamente.

Isso porque Tite mudou a formação. O famoso e tão usado 4-2-3-1 foi trocado pelo intenso 4-1-4-1. E é nessa linha de quatro meias que Jádson vem brilhando mais do que em anos passados.

Tendo uma boa saída de bola, seja com Bruno Henrique à frente da zaga, ou pelas laterais com Fágner e Uendel (Edílson e Arana, quando os titulares se contundem), Jádson sempre atua aberto pela direita. Com muita facilidade para fazer a diagonal e trazer por dentro, o meia abre o campo para a armação e aí surgem várias opções para seu futebol. Seja uma enfiada de bola, uma inversão de lado, um arremate de fora ou para abrir espaços para o lateral, o camisa 10 é o principal criador.

Costumeiramente, Jádson sai da ponta direita e atua mais por dentro ou aberto na esquerda, trazendo, geralmente, Malcom para o seu setor. Quando isso acontece, as jogadas são mais verticais, com passagens de Elias e tabelas com Renato Augusto. Além disso, há um trabalho e busca por triangulações enorme. Sempre surgem mais do que duas opções de jogadas, além do time sempre trabalhar com a bola nos pés e trocando passes pelo meio-campo.

Novos companheiros

O torcedor corinthiano passou 2014 ouvindo de seu treinador que Renato Augusto e Jádson não poderiam atuar juntos. Isso fez com que ambos jogadores quase saíssem do Corinthians. Por sorte e muito trabalho de Tite, o alvinegro conseguiu aliar os dois meias e, hoje, na reta final de campeonato, formam o melhor meio-campo do Brasil.

A linha de 4 meias tem a base de Jádson, Elias, Renato Augusto e Malcom. Elias é o elemento surpresa e surge no ataque com uma facilidade enorme, além de ajudar na defesa como volante. Renato Augusto é quem pega na defesa, faz a transição, busca jogadas individuais e tem muita inteligência tática. Já Malcom é o apoio ao atacante, usando da velocidade e na habilidade. Todos completam Jádson e são opções para as várias triangulações do time. 

Os companheiros são os mesmos do ano passado. O que mudou foi o padrão tático, a chance e a continuidade de cada jogador em cada função. Quem agradece é o torcedor corinthiano.

Bola parada

Há quem diga que exista dois jogos dentro de uma partida. O jogo rolado, com a bola em movimento, e o jogo parado, em faltas, escanteios, laterais. E nisso, o Timão é bem servido.

É raro de se ver gols de falta, mas o líder do campeonato tem um exímio cobrador. Seja em batidas frontais, em bolas laterais ou cruzamentos fechados, Jádson é o dono das batidas. O camisa 10 faz jus ao uso de seu número e tem enorme facilidade de bater na bola. Isso faz com que o Corinthians seja forte nesse tipo de jogada. Além disso, ótimos jogadores no trabalho de cabeça, podem ajudar Jádson nas partidas importantes.

Artilheiro em gols e passes

A função de um meio-campista é armar, criar jogadas, abrir espaços, ajudar no combate e também marcar gols. Só que o ano de Jádson sobrepõe à isso. Além de cumprir bem todas as suas funções, o camisa 10 é o artilheiro alvinegro na competição.

Com 12 gols, ele só fica atrás de Ricardo Oliveira, artilheiro do ano. Mas isso não é nenhum demérito. Muito pelo contrário, o meia surpreende pela forma com que tem crescido e arrematado em gols. E nem todos são de chutes de fora ou jogadas esporádicas.

Um exemplo foi no clássico contra o Santos. Além de mostrar frieza ao marcar o primeiro gol da partida, Jádson concluiu a partida em um ataque em que ele pareceu dentro da pequena área para finalizar. A Fiel torcida espera que este domingo seja um dia em que os gols de Jádson apaeça.