No fim da tarde desta sexta-feira (31), o presidente Pedro Abad concedeu entrevista coletiva no CT Pedro Antônio, para revelar detalhes da negociação do Fluminense com a Odebretch, concessionária que administra o Maracanã. Na próxima quarta-feira (5), o Tricolor enfrenta o Liverpool-URU, pela Copa Sul-Americana, às 21h45 (de Brasília).

"A gente conseguiu uma liminar para jogar o nosso jogo contra o Liverpool no Maracanã. Hoje, conseguimos outra decisão, a de aumento da multa a R$ 500 mil. E também hoje conseguimos autorização para o Fluminense vender os ingressos. Em breve anunciaremos como isso vai acontecer", revelou o presidente.

O Fluminense é o único clube do Rio de Janeiro que ainda tem contrato com o Maracanã, válido por 35 anos. O clube recorreu na Justiça para validar o contrato e poder mandar seus jogos sem custo. O presidente tricolor, Pedro Abad, reforçou a ideia que o estádio é a casa do Fluminense e que o clube tem direito de jogar lá.

"É óbvio que o Maracanã é a casa do Fluminense. É impensável escrever a história do estádio sem citar o clube inúmeras vezes. Só que existem jogos que a gente entende que não vale a pena atuar lá. Vai gerar prejuízo a todas as partes. Mandamos lá os que enxergamos que têm viabilidade, pensando também no parceiro. Essa relação a longo prazo tem de ser pensada", afirmou.

Confira mais trechos da entrevista de Pedro Abad:

Diferença da relação com o Flamengo

"A gente precisa separar as situações dos clubes. Flamengo tinha um contrato até o final do ano passado. Agora, faz acordos pontuais. Jogo a jogo, na medida do seu interesse. Nós temos um contrato a longo prazo. Por mais que entenda o momento do complexo, tentamos um acordo. O nosso entendimento é de que, após diversas tratativas, sem denominador comum, nos restou buscar os nossos direitos na Justiça. E isso foi reconhecido."

Todos os jogos no Maracanã

"Na verdade, a decisão liminar não decide o mérito. Ela dá direito de seguir a relação dessa forma. Enquanto não decidir o mérito, o Fluminense comunica os jogos que deseja jogar lá. Em alguns jogos, não teremos interesse de atuar lá. Se ela nos autorizar, a gente atua fora. O contrato nos obriga a jogar lá."

Operação

"A liminar prevê que a operação é do complexo. A gente entende que temos o maior interesse de trabalhar em conjunto para oferecer o melhor serviço."

Multa

"A multa subiu a R$ 500 mil por dia por descumprimento. O Fluminense não tem plano B. O plano é jogar no Maracanã. E temos certeza de que vamos jogar lá."

Prejuízo

"Isso é impensável. O Maracanã é uma empresa séria. Não é por causa da discordância que vamos suspeitar de algo. Seria imaginar que uma empresa pudesse atentar contra a vida de milhares de pessoas no estádio. Podendo gerar lesões, mortes e prejuízos. Entendo que o assunto é sério e que a empresa não cometerá nenhum tipo de crime."

Novo administrador do Maracanã

"Desde o começo, o Fluminense se posicionou no sentido de que conversaria com qualquer empresa que assumisse o Maracanã. Fizemos tratativas no ano passado com a CSM, que a gente imaginava que iria concorrer. Debatemos até alterações no contrato. Falamos depois com a Lagardère. Nunca nos furtamos a falar sobre mudanças. É impensável imaginar que essa empresa não seja séria. O Fluminense tem relação saudável. Se ela vier a adquirir o controle, vamos manter o nosso contrato. Eventualmente com alguma alteração."