Análise: derrota para Caxias no NBB coloca dependência de Jamaal em pauta no Botafogo

Atuação ruim do norte-americano resultou em desempenho abaixo da média do alvinegro

Análise: derrota para Caxias no NBB coloca dependência de Jamaal em pauta no Botafogo
Foto: Divulgação/NBB
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Por Sergio Santana

Apesar da irregular campanha do Botafogo no NBB, é inegável afirmar que Jamaal Smith coleciona atuações de jogadores da primeira prateleira da principal liga de basquete do país. Quando esteve fisicamente apto para participar das partidas, liderou a equipe de General Severiano para boas atuações e vitórias importantes, contra, por exemplo, Vitória e Caxias do Sul, pela temporada regular.

As seguidas lesões explicam o número baixo de participações na temporada: apenas 18 jogos disputados. As estatísticas, porém, também dão a entender a importância do norte-americano para o Botafogo: 14,4 pontos por partida, oitava maior média do NBB, 15,6 de eficiência e 4,9 lances livres convertidos por jogo – o que coloca Jamaal, definitivamente, entre os melhores jogadores do Novo Basquete Brasil e, consequentemente, como a principal referência técnica do Botafogo.

Como a parte física não é sua principal qualidade, já que Jamaal está longe de ser alto – para os padrões do basquete –, o atleta compensa essa ‘desvantagem’ com um grande trabalho com a bola nas mãos e de mobilidade, já que consegue driblar e encontrar espaços entre os jogadores adversários com certa facilidade. Além disso, tem boa mecânica nos arremessos de três, o que resulta em um jogador com facilidade de pontuar, seja chutando ou por meio das infiltrações.

Playoffs

Com todas essas qualidades, Jamaal, como de costume, foi o principal líder de um Botafogo com pouquíssimos jogadores no banco de reservas e que, diante de uma prorrogação, não teve perna para vencer o Caxias do Sul, quinto colocado na temporada regular, no primeiro jogo das oitavas de final do NBB. Na quadra, o norte-americano foi o cestinha do jogo, com 28 pontos marcados, e foi o principal incômodo para a boa defesa gaúcha, que, na maioria das vezes, parou o atleta apenas por meio das faltas.

Na última terça-feira (3), porém, o cenário foi completamente inverso: diante de uma forte marcação, tendo Pedro como destaque no quesito, o Caxias do Sul neutralizou completamente Jamaal e, consequentemente, freou qualquer tipo de reação do Botafogo, pouco criativo no ataque, se estagnar diante do cenário de forte marcação e viu a equipe mandante ditar o ritmo da partida do início ao fim.

Foto: Satiro Sodré/SS Press/Botafogo

Sem Guga, machucado, a equipe de Márcio Andrade não soube reagir à fraca atuação do camisa 5 e sucumbiu ao jogo do Caxias, que, comandado por Cauê Borges, venceu como quis. Porém, o grande questionamento é o de que, mesmo com os retornos de Cameron Tatum e Fabrício, o Botafogo não conseguiu criar nada sem a ativa presença de Jamaal, o que exemplifica um cenário de muita dependência.

Outro fator que pode explicar o quão importante é Jamaal é que o único quarto que o Botafogo derrotou o Caxias foi o terceiro, com o placar de 17 a 15 – justamente o período em que o norte-americano mais participou do jogo, quando contribuiu com nove pontos. Nos outros, uma pífia atuação e apenas mais um ponto adicionado ao placar do Botafogo.

‘Jamaaldependência’?

Maior surpresa da temporada, o Caxias do Sul do treinador Rodrigo Barbosa conseguiu neutralizar completamente o Botafogo com uma forte marcação em seu principal jogador. Com o desempenho catastrófico, o grande questionamento que permanece é se, sem a organização de Guga em quadra, o único jeito da equipe de General Severiano se manter competitiva será quando o camisa 5 conseguir se dar melhor diante das defesas adversárias?