Desde abril sem conversar diretamente com a imprensa, Arnaldo Barros quebrou o silêncio nesta terça-feira. Na ocasião, apresentando o novo vice presidente de futebol do Sport, Laércio Guerra, Arnaldo defendeu sua gestão, e aproveitou para prometer resolver o problema dos salários atrasados no clube.

"Não há mistério nisso. O Sport está com dois meses atrasados. O mês passado e este mês. Vamos quitar até sexta-feira e queremos trazer em breve a notícia de que vamos regularizar isso aí. Nosso problema não diria que é de receita. É de fluxo de caixa. O fluxo não está compatível com os pagamentos", declarou.

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O presidente leonino reiterou que sua gestão previu déficit financeiro na apresentação do orçamento para o ano, e justificou o momento complicado das contas do clube. Buscou também se defender às críticas por parte da torcida, que ficou na bronca ao ver jogadores de qualidade como André, Rithely e Diego Souza deixarem o Leão, que não conseguiu repor à altura.

"Nós sabíamos da dificuldade. Todo mundo viu que nós mostramos a previsão de déficit na apresentação do orçamento. Nós precisaríamos de novas receitas, de bons desempenhos em campo para equacioná-los. Se algumas dessas receitas se frustram, dificulta o processo. Se algumas receitas são bloqueadas, como a venda do atleta Diego Souza, cujo valor que foi bloqueado é justamente o que corresponde ao deficit salarial. Se esse valor tivesse entrado, nós estaríamos completamente em dia", disse.

"Administrar o Sport implica em enfrentar essa dificuldade. Nós estamos em uma situação complicada. Não só nós como todo o país. O Cruzeiro, por exemplo, estava com cinco meses de imagem atrasados", acrescentou.

"Criticam que não repusemos as peças que saíram à altura. Claro que não repusemos. Não poderíamos. As medidas para sanear o clube nós tomamos. São medidas amargas, antipáticas, que desagradam ao torcedor. Mas precisam ser tomadas", completou.

Arnaldo Barros reconheceu que as queixas dos jogadores, insatisfeitos com os atrasos salários, são legítimas, mas que eles são profissionais e, portanto, não existe racha no elenco Rubro-negro.

"Primeiro compromisso do Sport é com salário. O problema é adequar fluxo de caixa com essa obrigação. Diga-se de passagem, os trabalhadores do Sport da administração não sofreram isso. Estamos falando dos atletas. E é legítima a reclamação, o questionamento", afirmou.

"Isso não bastasse, tem que se respeitar os profissionais. Nosso elenco é de homens de bem. Não existe racha. Estão insatisfeitos? Claro. Quem não ficaria? Mas são profissionais", defendeu.

O dirigente também comentou a queda brusca de desempenho da equipe no Brasileirão, afirmando que faltou inteligência ao planejar a parada para a Copa do Mundo.

"O que deu errado não se resume a poucas palavras. Esse mesmo elenco, com algumas pequenas alterações, é um elenco que chegou a estar em segundo lugar antes da parada da Copa. Nos mativemos nas primeiras colocações durante algum tempo. Mas não soubemos administrar adequadamente nossa parada. Não é o fato de ter tido ou não amistosos. O desempenho do time não depende de ter ou não amistosos. Mas não tratamos a parada da Copa adequadamente com a inteligência para projetar o retorno com a mesma intensidade com que vínhamos atuando. As outras equipes se movimentaram bem. Agora temos que buscar resultados. Não tem fórmula mágica. É buscar vitórias", disse.

Já sobre os meses longe da imprensa, Arnaldo Barros justificou com a proximidade das eleições no clube.

"Uma questão que tem me impedido de dar entrevistas é que estamos em um ano político. Nós estamos numa campanha velada desde o primeiro dia da nossa gestão. Eu desarmei o palanque desde que fui eleito. Tanto que convidei pessoas da oposição para participar do nosso planejamento estratégico. Isso não quer dizer que tenho que adminsitrar o clube tal qual a visão deles. Tanto que fui eleito sob outra plataforma", declarou.

"Isso prejudica a gestão porque você tem que canalizar energia para essas outras questões. Se for me ater a rebater todas as ofensas e sandices através de microfones ou jornais, não vou fazer otura coisa da minha vida. Não falo da imprensa, falo de quem trabalha sem tréguas contra a gestão. Quando é importante institucionalmente, eu convoco a imprensa e falo sobre", finalizou.