A 26ª rodada reservou um grande jogo no Campeonato Brasileiro 2020. O Maracanã foi a sede de uma peleja com duas viradas e sete gols: Flamengo 4 a 3 Bahia. Na entrevista coletiva após o cotejo, no último domingo (20), Rogério Ceni, técnico rubro-negro, falou sobre as polêmicas que a peleja reservou.

As declarações do treinador começaram com as acusações de racismo feitas por Gerson, volante rubro-negro. De acordo com o atleta do Flamengo, Juan Pablo Ramírez, popularmente conhecido como Índio Ramirez, falou "cala a boca, negro" para ele em determinado momento da peleja.

O treinador foi além. Ele passou do aspecto esportivo e falou da sociedade como um todo. "Conversei com o Gérson, ouvi da parte dele o que o Ramírez falou. É lamentável. O Brasil é um país que recebe e acolhe muito bem as pessoas, o sul-americano no futebol. Pelo que o Gérson relatou, ele falar "cala a boca, negro", é pesado demais para alguém que foi bem recebido no mercado de trabalho no Brasil. O racismo não está só nisso. É lamentável o que aconteceu. O futebol é entretenimento, o Flamengo tem uma torcida gigantesca, e o respeito vai além. Atacar um ser humano como o Gérson relatou é de um nível muito baixo", comentou.

Gabriel Barbosa, Gabigol ou Gabi?

Outro ponto destacado sobre o jogo foi a expulsão de Gabriel Barbosa - o Gabigol, ou Gabi. Antes dos dez minutos de jogo, sem cometer faltas, ele viu o cartão vermelho - na súmula, o árbitro Flávio Rodrigues de Souza explicou-se, falando que o centroavante o xingou. 

A naturalidade do árbitro foi utilizada para fazer uma crítica ao responsável pela escala da arbitragem. "Honestamente, não vi nada. Vi o Gabriel no chão e o árbitro puxando o cartão. No intervalo, precisei falar com o time sobre o que devíamos fazer. Vou conversar com ele na terça-feira, mas ele me disse: "Eu não xinguei o árbitro". Acho muito estranha a expulsão do Gabriel, sentado no chão do campo de jogo. Pode ser por ter perdido a bola, mas ter a certeza de que foi direcionado para ele? Aos nove minutos? Mas acho que você joga uma pressão trazer um árbitro de São Paulo sendo que seu principal concorrente é um time paulista. Não seria um bom senso colocar um árbitro de outro estado, um bom árbitro? São coisas que devem ser pensadas", finalizou Rogério Ceni.