Último sobrevivente da tragédia com Chape, Follmann recebe alta: "Enfim, chegou o grande dia"

Emocionado, goleiro garante estar bem fisicamente e reafirma desejo de continuar trabalhando no Verdão; Follmann inicia reabilitação na próxima segunda-feira (30), em São Paulo/SP

Último sobrevivente da tragédia com Chape, Follmann recebe alta: "Enfim, chegou o grande dia"
Follmann foi homenageado na Arena Condá no último sábado (21) (Foto: Sirli Freitas/Chapecoense)
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Por Matheus Adler

Uma nova vida começou para Jackson Follmann. Nesta terça-feira (24), 56 dias depois da tragédia aérea envolvendo a delegação da Chapecoense, o goleiro, último sobrevivente do acidente, recebeu alta do hospital em Chapecó e irá iniciar a reabilitação em São Paulo, na próxima segunda-feira (30).

O goleiro está motivado com a nova fase em seu tratamento. Follmann será atendido no Centro Marian Weiss, clínica especializada em amputados. Lá, o atleta da Chapecoense irá receber a prótese na perna direita, para, logo em seguida, reaprender a andar. Jackson Follmann ficou internado durante 37 dias em Chapecó.

"Enfim, chegou o grande dia. Mais uma etapa concluída, graças a Deus. Estou muito feliz. Saio até com o coração um pouco apertado, porque fiz grandes amigos aqui, que vou levar para a vida toda. Sei do cuidado que todo mundo teve comigo, então me deixou muito feliz e motivado para o momento em que eu saísse daqui. Então, saio feliz, saio forte. Saio praticamente curado de tudo. Agora, vamos para mais uma etapa. Vamos para São Paulo", disse o goleiro.

Mesmo sem poder exercer a profissão como exercia antes, Follmann pretende seguir trabalhando na Chapecoense. No último sábado (21), o goleiro, juntamente com o lateral-esquerdo Alan Ruschel e o zagueiro Neto, outros dois sobreviventes da tragédia na Colômbia, foram homenageados pelo Verdão e levantaram a taça de campeão da Copa Sul-Americana.

“A Chape me abriu as portas, é minha segunda casa, e quero crescer muito dentro do clube, poder conhecer coisas novas e vou buscar me aprimorar. Até então, eu sabia o que era ser jogador de futebol, agora pretendo continuar dentro do esporte, mas vou procurar conhecer coisas novas dentro do clube. É um momento de aprendizado”, declarou Follmann.

Na homenagem recebida na Arena Condá, no sábado, Follmann, em sua primeira aparição pública, não escondeu a perna amputada. Pelo contrário. Para o goleiro, isso não é motivo de vergonha, e sim, orgulho. Jackson até brincou, afirmando que poderia "bater uma bolinha" futuramente.

“Não tenho porque esconder essa minha perna, é uma coisa que faz parte do meu corpo, da minha vida. Tenho muito orgulho do meu corpo, porque sei muito bem que meses atrás tinha lesões muito graves e agora estou recuperado. Talvez eu jogue até uma bolinha", concluiu.

Follmann, juntamente com Alan Ruschel, Neto e o radialista Rafael Henzel, estará presente no duelo entre Brasil e Colômbia, nesta quarta-feira (25), no estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro, em amistoso que irá homenagear às vítimas do acidente aéreo em Medellín.