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Deivid desabafa após demissão no Criciúma: "Entrei no clube e saio de forma amadora"

Treinador demonstrou decepção com a forma como a demissão foi conduzida pelo presidente Jaime Dal Farra

Deivid desabafa após demissão no Criciúma: "Entrei no clube e saio de forma amadora"
Anunciado em dezembro de 2016, Deivid comandou o Criciúma em 22 jogos na temporada | Foto: Caio Marcelo / Criciúma E.C.
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Por Eduardo Madeira Junior

Demitido do comando do Criciúma no fim da tarde de terça-feira (30), o técnico Deivid desabafou na manhã desta quarta-feira (31). Em entrevista coletiva, o agora ex-comandante carvoeiro não poupou o presidente Jaime Dal Farra das críticas e afirmou que o mandatário criciumense foi pressionado a demiti-lo pelo diretor-jurídico do clube Albert Zilli e pelo empresário Genivaldo dos Santos (agente que cuida da carreira de atletas como Alex Maranhão, Diogo Mateus e Caíque, todos do Criciúma).

De modo geral, Deivid disse que a insatisfação não foi com a demissão, mas sim com a forma como Dal Farra conduziu todo o episódio. "Sou da moda antiga: aperto a mão, olho nos olhos e é o que vale. Agora, se ele (Jaime Dal Farra) pensar em fazer o Criciúma de negócios, isso já não concordo. O clube não pode ter um dono, o dono tem de ser os torcedores. Triste e lamentável da forma que foi. Poderia ter sido depois da partida, que seria tudo normal, já que perdemos três jogos, e ele achar que o ciclo acabaria e não dava mais, isso era aceitável. Mas passar sábado, domingo, dar treino e depois falar que o Albert e o Genivaldo estão botando pressão para demiti-lo é lamentável", criticou.

Deivid relatou que foi comunicado da demissão pelo ex-diretor executivo de futebol Gabriel Skinner, logo após o treinamento de terça-feira. O treinador reforçou que não foi problema ter saído, mas queria mais profissionalismo por parte de Dal Farra. “Entrei no clube de forma amadora e saio de forma amadora. Infelizmente, o clube está na mão de um cara que primeiro precisa saber o que quer: subir ou vender jogador para depois ter um norte. Fico triste, porque na segunda mandou várias mensagens e na terça faz um negócio desses. É lamentável. Não fico triste pela demissão, mas pela forma como foi. Foi uma falta de respeito e profissionalismo. Mostra que ele só está visando o dinheiro e pegando o clube pra fazer negócio", disparou.

"Uma instituição tão grande quanto o Criciúma ainda está na mão de gente que não conhece futebol e tem outros interesses", complementou o treinador.

Anunciado em dezembro do último ano, Deivid comandou o Criciúma em 22 partidas, acumulando sete vitórias, cinco empates e dez derrotas. Ao todo, foram quatro torneios disputados: na Copa da Primeira Liga, eliminação na primeira fase com três derrotas em três jogos; na Copa do Brasil, eliminação na terceira fase para o Fluminense; no Campeonato Catarinense, terceiro lugar na classificação geral; já na Série B do Campeonato Brasileiro foram três derrotas nos três primeiros jogos.