No início da temporada, o setor de volantes do Cruzeiro foi considerado o mais congestionado da equipe para o restante do ano. Com várias opções no elenco como Ariel Cabral, Lucas Romero, Henrique, Hudson e Lucas Silva, várias dúvidas acabaram surgindo sobre quem faria a dupla/trinca de volantes da equipe. Com a contusão de Cabral e o fato de Romero ser improvisado na lateral-direita, Hudson acabou ganhando muitas chances no elenco azul.

O volante chegou à Raposa no ano passado após uma troca com o São Paulo, que ficou com o atacante Neílton. Ao chegar no clube celeste, Hudson afirmou que havia realizado o sonho de jogar em um dos maiores clubes do país. Ele é mineiro, nascido em Juiz de Fora.

"A oportunidade de vir para o Cruzeiro já tinha antes, mas o São Paulo brecou a negociação. Sou mineiro, cresci vendo a grandeza do Cruzeiro. Quando houve a oportunidade e o interesse a pedido do Mano fiquei muito feliz. Pertencia ao São Paulo, conversei lá, houve um consenso e foi bom para os dois lados. Sei o quanto é importante para minha carreira estar aqui hoje", disse em sua apresentação.

Hudson foi apresentado no Cruzeiro em janeiro deste ano (Foto: Isabelly Morais/VAVEL Brasil)

Hudson é primeiro volante, e por isso se caracteriza mais pela boa marcação. Eventualmente, chega à frente, e quando o faz tem qualidade para tal. Ele guarda mais a sua posição, o que dá aos jogadores do ataque a segurança para recomporem com mais naturalidade, sem que o time fique exposto. 

Sua trajetória na equipe se iniciou muito bem. O volante marcou seu primeiro gol com a camisa da Raposa exatamente contra o São Paulo, seu ex-clube, pela quarta fase da Copa do Brasil. O Cruzeiro venceu a partida por 2 a 0 e encaminhou sua classificação no torneio, porque, na volta, passou sufoco e perdeu por 2 a 1. O agregado, portanto, garantiu os mineiros nas oitavas.

Hudson é abraçado por Lucas Romero após marcar contra Palmeiras, jogo no qual se machucou (Foto: Washington Alves/Light Press/Cruzeiro)

O bom começo de Hudson foi interrompido quando o volante se contundiu na vitória contra o Palmeiras por 3 a 1 pelo Campeonato Brasileiro, em julho. A lesão deixou o volante fora dos gramados por mais de um mês e, na sua volta, o técnico Mano Menezes optou por seguir escalando o argentino Ariel Cabral. Isso deixou Hudson sem espaço por um período na equipe. 

O argentino Ariel Cabral, então, sofreu um trauma no tornozelo e teve que passar por uma cirurgia - não deve mais jogar em 2017. Como Lucas Romero estava fazendo a lateral direita do Cruzeiro devido à contusão de Ezequiel, Hudson voltou a ter chances na equipe e não saiu a partir daí. No Campeonato Brasileiro, atuou em 12 jogos e fez um gol, mas se tornou uma peça chave na Copa do Brasil.

Sua determinação e raça conquistaram a torcida do Cruzeiro e fizeram com que o volante fosse coroado com um dos gols mais importante da equipe até então na Copa do Brasil. Na partida de volta da semifinal, contra o Grêmio, quando o jogo ainda estava 0 a 0 (o duelo de ida ficou 1 a 0 para os gremistas), Hudson aproveitou cruzamento de Thiago Neves para marcar de cabeça e levar a disputa para os pênaltis. Nas penalidades, veio a classificação.

Hudson marcou o gol que manteve o Cruzeiro vivo por uma vaga na final da Copa do Brasil (Foto: Washington Alves/Light Press/Cruzeiro)

Hudson é peça praticamente garantida na equipe titular do Cruzeiro para a grande final contra o Flamengo, no dia 27, e a torcida com certeza espera muita determinação do atleta. Quem sabe, até aparecer como um elemento surpresa novamente para garantir o pentacampeonato da equipe... Certo é que, com ou sem gol, Hudson deve marcar presença na finalíssima, após receber chance em momento decisivo.