Nesta segunda-feira (31), o ex-presidente da Unimed-Rio, Celso Barros, realizou um evento no Salão Nobre das Laranjeiras para oficializar a sua campanha à presidência do Fluminense.  O evento contou com a participação de ex-presidentes, ex-jogadores e de sócios do clube que votarão no dia 26 de novembro para eleger o novo presidente do clube.

Já no início de seu pronunciamento, Celso deixou clara a sua antiga paixão pelo clube ao afirmar: "É uma alegria estar aqui hoje, por que aqui é um templo que cultuo desde meu primeiro fôlego de vida. Pela chance de pedir a vocês para ser presidente do nosso Fluminense (..)". Após isso, aproveitou para relembrar os momentos que antecederam a parceria entre a cooperativa de saúde e o clube.

"(...) Percebi que era possível contribuir para tirar o Fluminense de uma situação injusta com a história de glórias do time. Uma situação que colocara em risco o futuro do clube e da marca. O Fluminense caiu para a terceira divisão por falta de recursos para investimento em equipes competitivas. O clube precisava de patrocínio para a equipe de futebol. Presidente da Unimed-Rio e torcedor do Fluminense eu percebi que podia juntar as duas situações e encontrar uma fórmula para ajudar o meu time"

"A Unimed era pequena e formada por cooperados nem todos tricolores, certamente, sequer a maioria. Como eu deveria fazer para convencê-los a investir no Fluminense?! Eu precisava de um projeto, de um plano de marketing esportivom que oferecesse a cooperativa patrocinadora um bom retorno que justificasse o investimento. O Fluminense não tinha condições sequer de pensar e muito menos formular um projeto de marketing de patrocínio. Então, fizemos nós da Unimed" - afirmou.

Após comentar sobre os detalhes do acerto entre a Unimed-Rio e o Fluminense, Celso deixou claro que a parceria de 15 anos foi de extremo sucesso e só não foi copiada por outras empresas por preconceito. Uma vez que os times preferiam os patrocinadores que entregavam apenas o dinheiro, sem a participação que a Unimed, por exemplo, tinha no clube. 

Celso lembrou das conquistas obtidas por ambos os lados e citou os feitos da Unimed, que tornou-se a maior cooperativa de saúde durante a parceria com o Fluminense. O presidente, entretanto, comentou sobre a decaída da empresa que atualmente vive situação financeira complicada e o final da relação de patrocínio com o clube.

"(...) Mas, cá entre nós, que relações longas ou curtas não passam por crises? A todas elas sobrevivemos por que falou mais alto o amor pelo Fluminense e o respeito pelos cooperados. E assim seguimos até que o mercado de planos de saúde entrou em dificuldades, arrastado pela economia brasileira que entrou em uma espiral de queda. O futebol brasileiro, por causa da má gestão de alguns diregentes de clubes, o esvaziamento do estádios e outros tantos motivos também entrou em grandes dificuldades"

Em meio à aplausos de apoio, Celso comentou sobre a dificuldade vivida por ele no momento final da parceria. Segundo palavras do próprio, algumas pessoas "bateram doído" a ponto de chegarem a afirmar que o fim do patrocínio era a libertação do Fluminense, o que na opinião dele, desprezava todo o trabalho e a dedicação da cooperativa para com o clube.

Logo após os comentários sobre a cisão com a Unimed, Celso anunciou o seu primeiro ato como presidente. "Se eleito, a minha primeira providência será trazer para a pauta a construção de um projeto de marketing que torne o patrocínio um negócio bom para o patrocinador e para o clube." - além disso, Celso comentou as finanças atuais do clube e fez duras críticas ao departamento de marketing do clube.

Após comentários sobre o marketing do clube, Celso bravou: "O Fluminense pede com urgência um projeto de marketing esportivo consistente que empolgue potenciais patrocinadores e se existe um campo em que as administrações do Fluminense tem falhado muito, é o campo do marketing. A minha relação com o Fluminense me ensinou muito sobre marketing esportivo, mas também sobre a gestão de um clube de futebol. Falo sem peso de crítica aos que comigo disputam a presidência. Sou o mais preparado para a presidência em razão de uma convivência de 15 anos com o clube."

Fato curioso, no entanto, se dá pela revelação feita pelo candidato. Celso afirmou que em 2009, em meio às disputas contra o rebaixamento, sentaram-se com ele na mesa para evitar um desastre o, até então presidente, Horcades e o candidato da oposição, Peter Siemsen. Provando que o Fluminense era maior que a vaidade de qualquer pessoa envolvida no processo e completou dizendo que era lenda o fato de que existiam jogadores da patrocinadora e jogadores do time. Para Celso, eram todos jogadores do clube.

Além das críticas feitas aos departamentos de marketing, outros pontos defendidos pelo atual presidente e por seu candidato, Pedro Abad, também foram criticados. "O Fluminense precisa de um CT há tempos, mas ele, para funcionar, pressionará as despesas do clube para valores muito acima dos gastos que o clube tem com Laranjeiras. A consciência com essa situação me faz desacreditar nesse momento da possibilidade de dar ao Fluminense nos próximos três anos um estádio de futebol. É demagogia e irresponsabilidade assumir um compromisso de ter um estádio próprio em um curto período de um ou dois mandatos."

Apesar de criticar, afirmou: "Um estádio para o Fluminense precisa ser de múltiplo uso, ter excelente localização com vias de acesso, transporte e estruturas de segurança. As campanhas eleitorais, são ocasiões férteis para promessas de mandatos ricos de desilusões. O papel aceita tudo."

Celso finalizou o seu discurso reforçando suas diretrizes e contou com palavras de Washington, o Coração Valente e Petkovic para reafirmar a sua campanha.  As propostas da campanha de Celso Barros à presidência do Fluminense estarão disponíveis em sua página oficial no facebook.