Próximo de reencontro com Arruda, meia Natan quer redenção na volta ao Santa Cruz

Após saída conturbada em 2014, meia busca escrever novo capítulo em retorno

Próximo de reencontro com Arruda, meia Natan quer redenção na volta ao Santa Cruz
Depois de 2 anos, Natan retorna ao Arruda (Divulgação/Santa Cruz Futebol Clube)
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Por Allan Lopes

Na última segunda-feira (18), o Santa Cruz oficializou a contratação de Natan para a sequência do Campeonato Brasileiro da Série B. Cria da base, o atleta regressa ao Arruda, assinando contrato até o final do ano. Marcado por diversas lesões na sua primeira passagem, ele quer mostrar que esse "fantasma" ficou para trás. Sua reestreia já aconteceu no empate contra o Londrina, quando entrou no lugar de Thiago Primão, aos 32 minutos do 2° tempo.

Considerado uma verdadeira jóia, o meia frustrou os tricolores que esperavam ver um grande camisa 10. As sucessivas lesões o impediram de escrever seu nome na história do Tricolor. Sucessivos problemas na coxa direita, coxa esquerda, púbis e panturrilha deixaram o atleta mais tempo no Departamento Médico do que dentro dos gramados. Inúmeras tentativas de recuperação foram feitas, como um intercâmbio no Réfis, centro de reabilitação do São Paulo e referência na área. 

Saiu em 2015, quando justificou que precisava de "novos ares". A direção o liberou gratuitamente no início daquela temporada para negociar com outro clube. Porém, houve um clima de mal estar quando o jogador afirmou que o Santa Cruz não tinha estrutura médica suficientemente boa para ele ter uma sequência de jogos. Ele foi para o Criciúma, onde fez 36 jogos. Lá, as contusões continuaram e ficou por uma temporada. Depois, o Cuiabá foi o seu novo time, fazendo apenas 17 jogos

Natan sabe da cobrança pelo histórico de lesões (Foto: Divulgação/Santa Cruz Futebol Clube)
Natan sabe da cobrança pelo histórico de lesões (Foto: Divulgação/Santa Cruz Futebol Clube)

Apesar do menor número de partidas, em sua apresentação no Mais Querido ele afirmou que os problemas de lesão foram minimizados enquanto esteve na equipe matogrossense. 

"Continuei me machucando no Criciúma, mas, em 2016 no Cuiabá, fiz um trabalho com um preparador físico e fiquei um ano e meio sem me machucar. Isso foi um recorde para mim e algo que me deixou muito feliz. Neste ano, voltei a me lesionar, mas não foi uma sequência. Tive um problema na panturrilha, que nunca tinha lesionado, disse.

Antes de chegar ao Santa, Natan atuava na base do Cruzeiro-BA. Por conta do seu ótimo passe e objetividade, chamou a atenção dos olheiros do time pernambucano. Chegando ao Recife em 2009, o armador já participava da conquista do título da Copa Pernambuco, sendo um dos destaques da equipe. Também estava na edição de 2010, contribuindo no bi-campeonato tricolor da competição. No mesmo ano, já com um certo reconhecimento da diretoria e torcida, ele subiu para a equipe profissional e estreiou, entrando na vitória coral por 4 a 3 contra o Guarany de Sobral, pelo Brasileirão Série D.

Foi uma das sensações no título do Campeonato Pernambucano de 2011, ao lado de Gilberto, Memo e Renatinho. Ainda esteve nas conquistas dos Pernambucanos de 2012 e 2013, além do acesso e título heróicos da Série C daquele mesmo ano. O atleta ficou 6 anos no Tricolor do Arruda, atuando 105 vezes e marcando 10 gols. Retornando dois anos depois, o jogador falou sobre as critícas e pretende demonstrar que evoluiu.

O meu desejo é não voltar a ser questionado por isso. Quero chegar aqui (nas entrevistas) e não ter esse tipo de pergunta porque vai ser algo esquecido. Já tive oportunidade de ler algumas coisas de torcedores, até chacota, e me pergunto se fariam o mesmo se fossem filhos deles. Espero que nesse tempo não volte a ser perguntado por isso, mas não porque não quero responder e, sim, porque não quero mais passar por situação semelhante, desabafou.

O reencontro com o torcedor Cobra Coral acontecerá na próxima terça (26), contra o Ceará. O técnico Marcelo Martelotte não confirmou os titulares, mas é provável que Natan inicie no banco de reservas.