O ano de 2017 do Mundial de Endurance promete ser uma temporada cheia de altos e baixos, com uma LMP1 mais escassa desde a reformulação do campeonato de endurance em escala mundial e uma LMGTE instável, devido às reclamações dos times quanto ao Balance of Performance, que se mostrou ineficiente em 2016, após 10 alterações durante o ano para tentar equiparar os carros. Além disso, a maior prova do endurance, as 24 horas de Le Mans, passará por algumas mudanças.

Regulamento LMP1 e o "pacotão" de incentivos a novos times

Com a saída de Audi e Rebellion da LMP1, a principal categoria do WEC contará com a menor quantidade de carros da década. Entretanto, a FIA anunciou uma lista de vantagens para as equipes e montadoras que pretendem iniciar um projeto na categoria.

No entanto, a montadora que quer ingressar na LMP1 deve apresentar um Dossiê completo e comprovando que não se beneficiou de nenhuma informação de sistemas híbridos que foram, ou são, desenvolvidos por outras equipes. Mas, se for o caso de a montadora usar tais dados, esses sistemas híbridos deverão estar inativos no WEC por 5 temporadas.

Exemplo: A Peugeot planeja voltar ao WEC em 2018. Ela não poderá competir com nenhuma solução híbrida presente na LMP1 desde 2014. 

Os pedidos de ingresso serão analisados pela Comissão de Endurance, Caso seja aprovado, a montadora poderá ter as seguintes vantagens durante a temporada de estreia:

-Fluxo de combustível liberado. O valor pode chegar até 98%, sua base será calculada pelo desempenho obtido nas 24 horas de Le Mans no ano anterior.
-O time pode mudar de subcategoria durante o ano (pode sair de uma subclasse de 4MJ para 8MJ), insentando-se da homologação da subclasse no início da temporada;
-24 jogos de pneus disponíveis para o fim de semana de corrida de 6 horas(as regras para quem já participa mudaram de 16 para 12 jogos).
-Tempo de testes em túnel de vento 150% maior do que o tempo gasto pelos outros times.
-Testes privados ilimitados.

Mas, as vantagens não param por aí, apesar que algumas conseguidas na temporada de estreia possam ser cortadas. Para um segundo ano do time que pretende ingressar na LMP1, A principal delas é a permissão da mudança de sistema híbrido no meio da segunda temporada.

LMGTE-Pro e o Balance of Performance problemático

Os novos regulamentos da GTE-Pro, que entraram em vigor em 2016, causaram uma discrepância entre os carros da categoria, principalmente quanto à configuração dos motores. Apesar dos títulos de pilotos e construtores terem sido conquistados por um time que usa um carro com motor aspirado, (fala-se do Aston Martin Vantage V8), o desempenho da nova Ferrari 488 e do novo Fortd GT (principalmente em Le Mans) era claramente superior a qualquer adversário. Logo, a dificuldade para balancear a performance dos bólidos foi muito maior. 

O principal ponto mudado no regulamento é quanto aos pneus. Para a próxima temporada, apenas três especificações de pneus serão permitidas por fabrincante em ambas as classes GTE. Duas delas serão homologadas pela FIA 15 dias antes da abertura da temporada, em Silverstone. Já a terceira, será homologada 2 semanas antes das 24 horas de Le Mans. 

Assim, os fabricantes deverão solicitar apenas uma especificação revista de pneu por carro, entre 1 de julho e 31 de agosto. Caso queira alterar terá que justificar a mudança. Tais medidas são parte do pacote de mudanças de equivalência para 2017.

Os vencedores da classe GTE-PRO em 2016, a Aston Martin conquistaram o título de pilotos e construtores utilizando pneus Dunlop e Michelin, durante a temporada. Outras medidas também foram anunciadas.

Além disso, cada carro da classe GTE-Pro terá a disposição quatro jogos de pneus para cada corrida de 6 horas, incluindo o treino classificatório. Este ano foram permitidos 6 jogos de pneus. 

Na LMP1, também houve alterações. Durante o fim de semana de corrida, cada carro terá apenas 12 jogos de pneus disponíveis, enquanto que na última temporada, eram disponíveis 16 jogos. Não só isso, em Le Mans, também haverá mudanças. de 24 jogos de pneus para 16. 

Para pistas onde o desgaste é bastante acentuado, como Shanghai e Bahrein, a quantidade de jogos de pneus é ilimitada. 

Outro ponto importante é a mudança de fornecedores de pneus que será regulamentada durante a temporada, sendo apenas uma troca autorizada. Para isso, basta que o time avise à organização do WEC com um mês de antecedência. 

Mudanças no tempo final de volta das 24 horas de Le Mans

Depois do que aconteceu com o Toyota #5 nas últimas 24 horas de Le Mans, o qual teve problemas na última volta e foi declassificado depois de cruzá-la marcando cerca de 11 minutos, a ACO decidiu aliviar, permitindo um tempo de volta maior, porém com punições proporcionais.

-Volta maior do que 6 minutos, menor do que 6 minutos ou igual a 7 minutos. Punição: 1 volta retirada do tempo total.
-Volta maior do que 7 minutos, inferior ou igual a 8 minutos. Punição: 2 voltas retiradas do tempo total.
-Volta maior do que 9 minutos, inferior ou igual a 10 minutos. Punição: 4 voltas retiradas do tempo total.
-Volta maior do que 10 minutos, menor ou igual a 15 minutos. Punição: 8 voltas retiradas do tempo total.

 Congelamento de pilotos

As incrições para as 24 horas de Le Mans tiveram início no dia 6 de Dezembro e vão até 24 de Janeiro. Porém, a lista final das equipes só será revelada em 9 de Fevereiro.

Quanto aos pilotos, espera-se que as equipes definam seus pilotos até o dia 11 de Maio e, após essa data, nenhuma modificação será aceita, mas se for o caso, a situação será analisada pela Comissão de Esportes da ACO.