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Teto orçamentário, um dos objetivos da Fórmula 1

O limite de orçamento é um dos pontos analisados pelos novos donos, além também da criação de um planejamento a longo prazo para a categoria

Teto orçamentário, um dos objetivos da Fórmula 1
O Horizonte da Fórmula 1 é de saudáveis mudanças (Foto: Liberty Media)
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Por Matheus Brandão

É fato que as questões financeiras é um fator que causa grande desequilíbrio na Fórmula 1 e principalmente nas pistas. Enquanto Ferrari e Mercedes investem certa de 400 milhões de Euros por ano, times como Sauber e Force India sobrevivem com a 25% desse montante, e, obviamente, isso tem claro reflexo no rendimento dos times em pista.

O teto orçamentário já foi tentado várias vezes em tempos passados, mas nunca saiu do papel. Algumas atitudes para diminuir custos até foram tomadas, como a proibição de testes e o uso de carros reserva. Mas, isso não foi o suficiente para tornar as competições em pista, e fora dela, mais justas. Além disso, não é uma decisão de fácil aceitação por parte das grandes equipes da categoria. Afinal, quem tá vencendo e tendo bons resultados em pista quer manter sua competitividade.

A justificativa contra a adoção do teto é que seria impossível policiar um limite de custos, principalmente para aqueles times que representam fabricantes, já que esses têm acesso a maiores recursos. 

Porém, o novo diretor executivo da Fórmula 1, Ross Brawn, já deixou claro que a redução dos gastos está na agenda de fatores a serem analisados para revitalizar a categoria e, principalmente, diminuir a discrepância entre as grandes equipes e as menores, além também de garantir a sobrevivência da última.

Não só isso, Brawn também confirmou mudanças nas maneiras de como as rendas serão distribuídas para depois do final dos atuais acordos, em 2020.

"Sem dúvida, vamos ter uma lista completa de objetivos, e um deles é permitir que as equipes pequenas para ficar em seus próprios pés dois", disse Brawn a BBC Radio. "Eu acho que em uma extremidade envolve o dinheiro pago para as equipes, e na outra extremidade o custo de correr e preparar um espetáculo decente. "Quanto ao dinheiro pago às equipes, não podemos fazer muito sobre por alguns anos, até que os acordos comerciais sejam revistos novamente", completou.

A Mclaren afirmou publicamente que está aberta às novas filosofias de gestão que a Fórmula 1 passará nos próximos anos. Enquanto outros times se opuseram a ideia, o novo CEO da tradicional equipe inglesa, Zak Brown, deixou claro que sua equipe apóia a ideia de um limite de orçamento como parte de uma nova estrutura financeira para o esporte, em conjunto com um calendário expandido.

"Acho que isso vai precisar ser discutido e debatido, mas a McLaren apoia o conceito de um limite de orçamento. Acho que quantas corridas você faz, e como você as faz, se liga a essa conversa. Não será fácil fazê-lo acontecer, mas temos novos proprietários, e agora é seu esporte. Tem sido um tema quente por muito tempo, mas a distribuição da economia está fora de equilíbrio", disse Brown. "Eu não estou sugerindo que deve ser igual para todos, mas eu acho que a disparidade entre o primeiro e o último é muito grande, e é por isso que vemos essas equipes sairem do negócio, e não vemos equipes suficientes vencer corridas", completou.

Além disso, Brown tem plena certeza que as grandes equipes serão contrárias a essas medidas. "Com certeza vai ser uma discussão acalorada. Aqueles que estão recebendo muito do dinheiro, você imagina que vão ser os mais resistentes à mudança, e aqueles que recebem a menor quantidade de dinheiro vão estar empurrando mais para a mudança. Será um tema quente, mas é algo que precisa ser abordado, porque a forma como ele se encaixa hoje não é saudável para todos. E todos nós precisamos de uma F1 saudável" concluiu.