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Em decisão eletrizante, Camponesa/Minas derrota Sesc/Rio e conquista Sul-Americano

Terminando o confronto apenas no quinto set, as duas melhores equipes da competição deram um show de voleibol, com emoção do início ao fim

Em decisão eletrizante, Camponesa/Minas derrota Sesc/Rio e conquista Sul-Americano
Foto: Orlando Bento/Minas Tênis Clube
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Por Edson Junior

Uma partida digna de duas equipes campeãs aconteceu na tarde deste sábado (24), na Arena Minas Tênis Clube, em Belo Horizonte/MG. Como apenas uma delas poderia levantar o troféu, o Camponesa/Minas levou a melhor sobre o Sesc/Rio e sagrou-se vencedor do Sul-Americano feminino de Clubes. Decidido no tie break, a esquadra minastenista ergueu a taça, com parciais de 25-23, 22-25, 25-23, 15-25 e 15-9.

Agora, as duas equipes voltam seus olhos para a Superliga feminina, em reta final da fase classificatória. O Camponesa/Minas vai até Valinhos, encarar o Renata Valinhos, na próxima sexta-feira (2), a partir das 21h30. Já o Sesc/Rio visita o Praia Clube, em Uberlândia, na terça-feira (27), às 21h30. 

Primeiro set: nervos à flor da pele e vira-vira mineiro

O melhor momento da competição estava reservado para o final. Começando quente a partida, Gabi virava todas a favor do Sesc. No embalo da torcida, em maciça maioria, a equipe minastenista conseguiu buscar um 9-3, diminuindo a margem para apenas quatro pontos. Como a bola custava a cair na quadra carioca, o Camponesa/Minas começou a explorar o bloqueio, sendo Rosamaria o maior expoente da tática.

Pela direita, Carol Gattaz virou duas em sequência, mantendo a perseguição mineira no placar. Quando a margem foi reduzida para apenas dois pontos, chegando a 16-14, Bernardinho pediu tempo. Era necessário ao Sesc se reencontrar na partida. As bolas não caíam mais. Quando Drussyla atacou para fora, virada das donas da casa.

Era ponto a ponto, degrau por degrau na escada rumo ao título. Quando Fabi errou infantilmente no saque, o treinador do time carioca pausou novamente o confronto. Em um lance polêmico, onde a equipe carioca reclamou de desvio no bloqueio, muita reclamação. Aproveitando-se do nervosismo das adversárias em quadra, o Minas passou novamente à frente, fechando o primeiro set em 25-23, com 26 minutos de duração.

Segundo set: cabeça no lugar e empate no placar

Antes mesmo da bola voar, cartão amarelo para Roberta, do Sesc/Rio, por reclamação, em função do lance no fim da primeira parte. E era realmente a esquadra mineira a mais calma em quadra. Abrindo logo 5-1 de frente, pausa solicitada pelo time carioca e muita conversa entre Bernardinho e suas comandadas. O "saca na Drussyla!", cântico entoado pela torcida local, funcionava a favor do Minas.

Porém, como não está morto quem peleia, final é partida de guerra. Com técnica e abusando das jogadas pelo meio, as cariocas conseguiram correr atrás e reduzir a margem. A partir de então, uma vantagem de três pontos a favor do time mineiro se mantinha. Muito em função de Gattaz, fosse no ataque ou no bloqueio. Todavia, do lado carioca também tinha paredão: Jucyele. Em um block solo, empate em 14-14.

Quando Hooker foi para a partida, delírio total nas arquibancadas da Arena. Mas, a euforia ficou do lado de fora. Jogando melhor, o Sesc voltou a afundar bolas na quadra mineira. Chegando a abrir 21-18, a equipe carioca permitiu uma reação mineira, que ficou no quase. Ataque de Monique que contou com o desvio no bloqueio. 25-22 para o Sesc/Rio, em 27 minutos.

Foto: Orlando Bento/Minas Tênis Clube
Foto: Orlando Bento/Minas Tênis Clube

Terceiro set: parelho, tenso, espetacular e com vitória mineira

Erros defensivos marcaram o começo do terceiro capítulo de uma final epopeica. Se enrolando na recepção, Priscila e Fabi facilitavam a vida das sacadoras do Camponesa/Minas. O princípio irregular do Sesc/Rio era compensado na qualidade do ataque. Gabi voltou a aparecer, abusando de qualidade e visão de jogo. No bloqueio de Jucyele, 7-6 para o time do Rio.

Em mais uma polêmica de desvio no bloqueio a favor do time mineiro, reclamação enérgica por parte do Sesc. Por pouco não houve expulsão. A tentativa mineira de exploração do bloqueio, como no primeiro set, não funcionava tanto. Daí, Mara começou a voar. Subindo pela central, a camisa 1 cravava no chão, tal qual Gattaz pela direita. Karine, festejada na entrada, desceu o braço em seu primeiro lance, colocando 16-15 para o Camponesa/Minas.

Vira, revira, desvira, não vira. 17-18, 19-19, 20-19. Alternância constante no marcador, equilíbrio total na reta final. Uma aula de vôlei das, com larguíssima distância, duas melhores equipes do torneio. Daí, a arbitragem entrou em cena novamente, com os mesmos protagonistas. Outra polêmica sobre desvio no bloqueio e ponto mineiro. Passada a treta, o bloqueio solo de Mara definiu o rumo do set a favor do Minas. Erro de ataque carioca e 25-23 em 26 minutos.

Quarto set: tranquilidade carioca e dez pontos de vantagem

No primeiro ponto, rally. Indício de disputa acirrada, afinal de contas, valia o título para um e a sobrevivência do outro. Com sede de vitória e demonstrando maior gana, o Sesc abriu 6-2, em um ataque pela esquerda. Sentindo o mau momento, o técnico do Camponesa/Minas pediu tempo. Uma interrupção crucial. Hooker, contando com ajuda do bloqueio adversário, diminuiu a diferença para 7-5.

Melhor acertado em quadra, o time carioca levava a vantagem nos números de modo bem menos tenso. Gabi pela esquerda, Jucyele pelo meio, Monique pela direita. O trio achava modos de obter êxito deliberadamente, conseguindo elevar a diferença para seis pontos, 15-9. A maior disparidade do jogo, até então, foi neste ínterim, um imponente 18-10 para as cariocas.

Dominando as ações e levando ao seu modo, o Sesc/Rio foi construindo naturalmente o caminho para chegar ao tie break. Mesmo com Gattaz e Rosamaria, destaques mineiros, do outro lado, o momento era todo do Rio de Janeiro. Ainda que tenha corrido atrás, com Mara soltando a mão no meio de rede, a reação das mineiras não foi suficiente. Um retumbante 25-15, em 24 minutos, e decisão no set extra.

Foto: Orlando Bento/Minas Tênis Clube
Foto: Orlando Bento/Minas Tênis Clube

Tie break: torcida com volume alto faz eco na quadra e troféu fica em BH

Saindo na frente, o Sesc/Rio cedeu a virada para o Camponesa/Minas, com Rosamaria explorando o bloqueio. Setor esta que ia de vento em popa pelos lados mineiros, com a gigante Carol Gattaz. Outra gigante, Newcombe, virava pela esquerda. Fluindo bem e com o volume do torcedor lá em cima, o time mineiro passou a acertar até mesmo bolas de segunda, chegando a sonoros 8-3 de predomínio.

Por reclamação, Pri Daroit levou cartão amarelo. Nada que abalasse o emocional das mineiras. Já em alvoroço total, a Arena Minas Tênis Clube virou um caldeirão. Pelo meio, o voleibol mineiro passava o carro. Em um bloqueio, Rosamaria encaminhou o Minas para a trilha do sucesso. Coube a um erro de defesa do Sesc a definição da partida. 15 a 9 em 14 minutos. Título mineiro no Sul-Americano!

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Sobre o autor
Edson Junior
Jornalismo, paranaense criado em MG, apaixonado por rádio, futebol e football. Obrigado pela audiência! Volte sempre!