Bélgica e Rússia se enfrentam neste domingo (22), às 13h, no Maracanã, pelo Grupo H da Copa do Mundo 2014. A partida promete espetáculo em campo, já que os dois times são apontados como os favoritos do grupo. Após vencer a Argélia e ver a Rússia empatar com a Coreia do Sul, a Bélgica está mais tranquila para o embate. Um resultado positivo para os belgas é garantia de vaga na próxima fase.

Do outro lado, espera-se uma Rússia que, para correr atrás do prejuízo, deve trazer um time mais ofensivo. Se criatividade não é o forte russo, uma coisa é certa: o elenco da seleção é diversificado, capaz de substituir bem seus jogadores e garantir qualidade em campo.

Argelinos e coreanos também se enfrentarão neste domingo, em Porto Alegre, e os asiáticos podem se aproximar das oitavas em caso de vitória, dando ainda mais dor de cabeça aos russos. É por isso que a seleção russa, comandada pelo italiano Fabio Capello, precisa de um bom resultado para não correr sério risco de voltar para casa mais cedo.

Os 'diabos vermelhos' da Bélgica estão invictos há 11 partidas em jogos oficiais, com nove vitórias e dois empates, e se classificaram para este Mundial como cabeça de chave graças a uma brilhante campanha nas eliminatórias, deixando para trás a Croácia, que garantiu a vaga na repescagem, e a Sérvia, que ficou fora da competição.

A melhor campanha da Bélgica em Copas foi no ano de 1986, chegando às semifinais. Já os russos, nos dois últimos mundiais caíram ainda na primeira fase. Bélgica e Rússia têm uma lista extensa de partidas: já se enfrentaram oito vezes. Em quatro delas a Rússia saiu vencedora, enquanto a Bélgica levou três jogos e uma das partidas terminou empatada. Nos confrontos, a Rússia somou um total de 12 gols, enquanto a Bélgica balançou as redes por dez vezes.

A Rússia chegou à Copa com o desfalque do capitão da seleção, Roman Shirokov, jogador do Krasnodar (RUS). Ele foi cortado no início de junho, após uma lesão no tornozelo. Seu substituto é o jovem meia Pavel Mogilevets, que joga no Rubin Kazan da Rússia. Uma dúvida no time belga envolve o zagueiro e capitão da seleção, Vincent Kompany. O jogador está com um problema na virilha e ainda não sabe se terá condições de entrar em campo.

O meia-atacante Eden Hazard é a grande promessa da seleção belga. Com apenas 23 anos, o jovem jogador do Chelsea é destaque do time que conta com um esquadrão de craques, todos formados em clubes dos principais campeonatos europeus. Além dele, De Bruyne, Fellaini e Lukaku completam o famoso “quadrado belga”. Os destaques da seleção russa são o goleiro do CSKA Moscou (RUS), Igor Akinfeev, que sofreu apenas cinco gols nas eliminatórias e o atacante Aleksandr Kokorin, do Dínamo de Moscou (RUS). Arshavin e Pavlyuchenko também são peças importantes da seleção.

Na próxima e última rodada da primeira fase da Copa, Bélgica encara e Coreia do Sul na quinta-feira (26), às 17h, na Arena Corinthians. Já a Rússia enfrenta a Argélia, no mesmo dia e horário, na Arena da Baixada.

Ausente nos dois últimos treinos, Kompany é dúvida na equipe belga

Em relação à equipe que entrou em campo contra a representante africana, Wilmots deverá realizar algumas mudanças. A primeira seria por preferência tática. Fundamental para a virada na estreia, o meia Mertens saiu do banco para marcar o gol do triunfo e, com isso, pode ganhar uma chance entre os titulares.

Além disso, o treinador aguarda o relatório sobre a evolução do capitão Kompany, que se ausentou de dois treinos da equipe devido a uma lesão muscular. A apreensão sobre a situação se deve à importância do jogador no esquema do time, já que o zagueiro garante uma boa saída de bola e passa confiança aos companheiros. Caso não se recupere a tempo, Vermaelen provavelmente será o substituto.

Mesmo com uma atuação apagada contra a Argélia, sendo inclusive substituído durante a partida, o centroavante Lukaku, um dos destaques do elenco, continuará como referência no ataque.

Em coletiva na manhã deste sábado (21), véspera do confronto com a Rússia no Maracanã, o técnico da Bélgica, Marc Wilmots, pediu atenção aos detalhes e aplicação tática para garantir a classificação para as oitavas-de-final. Não confirmou, contudo, como pretende escalar a equipe e nem mesmo se Vincent Kompany, capitão e que se disse recuperado da lesão na virilha, estará em campo - o técnico afirmou que antes pretende conversar com o jogador para ter certeza de suas condições.

Ele disse ter alertado sobre a qualidade de Chile e Colômbia há seis meses e descartou usar os jogadores de seu plantel que atuam na Rússia (Witsel e Lombaerts, ambos do Zenit) como espiões para a partida deste domingo, no Maracanã.

"Temos jogadores no Campeonato Russo, mas acho que eles devem se preocupar em jogar, não informar. Temos gente competente para isso. Fazemos nosso trabalho e eles fazem o deles. Até agora, está indo tudo bem assim", afirmou o treinador.

Ele lembrou o confronto com os russos na Copa do Mundo de 2002, quando a Bélgica venceu por 3 a 2 com um gol do atual treinador, na época capitão do time. Ele evitou comparar as equipes e disse que a situação era completamente diferente. Naquela ocasião, a partida decretou a eliminação dos russos e garantiu a classificação da Bélgica como segunda colocada do Grupo H, o mesmo que as equipes ocupam deste Mundial.

"Eu acho que é uma outra geração. Lá era uma decisão, aqui não. É uma partida que nos colocará numa posição de seis pontos e classificados para as oitavas. Na época tínhamos dois empates, não dá para comparar as duas coisas", lembrou o técnico.

Zagueiro e capitão da Bélgica, Vincent Kompany diz que está plenamente recuperado do problema na virilha para enfrentar a Rússia. Apesar de o técnico Marc Wilmots ter indicado que ainda avaliará suas condições, ele participou normalmente do treino de reconhecimento do gramado na manhã deste sábado.

"Estou muito bem, fiz um programa individual nas duas últimas sessões de treinamento. Está tudo bem, hoje (sábado) há um treinamento com a equipe inteira e tudo deve se desenrolar bem", disse o jogador sobre a lesão.

O técnico Marc Wilmots permitiu apenas que 15 minutos do treinamento, no Maracanã neste sábado, fossem aberto. Nesse período apenas um aquecimento foi realizado. Todos os jogadores da Bélgica estiveram em campo. O único jogador belga pendurado é o zagueiro Vertonghen, que vem atuando como lateral-esquerdo.

Para o zagueiro Jan Vertonghen, o time vai atuar com mais confiança no próximo jogo. Ele aposta que, contra a Rússia, o time entrará em campo com menos pressão, após a vitória na estreia.

"Somos fortes para superar essa pressão. Eu vejo pessoas falando que somos um dos favoritos para a Copa, mas isso é muito. Nunca disputamos um Mundial, apesar de termos um time bom. Estamos pensando apenas na Rússia nesse momento", comentou Vertonghen, que foi o autor do pênalti que colocou a Argélia em vantagem na primeira partida.

Após frango de goleiro e empate contra os coreanos, Rússia precisa da vitória

Após 12 anos ausente de uma Copa do Mundo e anfitriã da próxima edição, a Rússia precisa de uma boa campanha para impulsionar o desenvolvimento de uma boa geração. Para isso, conta com Capello, técnico mais bem pago do Mundial com uma remuneração de aproximadamente US$9,6 milhões (R$21,4 milhões).

A equipe russa vive um problema no gol. Se já não é bom sinal o goleiro ser o destaque da equipe, pior ainda é quando se torna o protagonista da partida devido a um frango. Foi o caso de Akinfeev, que não segurou um chute de muito longe de Lee Keun Ho e permitiu que a Coreia do Sul abrisse o placar na última terça-feira (17).

Capello saiu em defesa do arqueiro e não o quer no banco de reservas. De acordo com o treinador italiano, os problemas da seleção não estão no gol, mas na indefinição de seu jogo, que não consegue impor seu estilo sobre o adversário.

Para a segunda partida, o habilidoso meia Dzagoev e o centroavante Kerzhakov deverão ganhar uma chance entre os titulares. Dos dois principais jogadores do elenco, eles ficaram no banco na estreia, mas entraram na etapa final e protagonizaram o lance do gol de empate, marcado pelo segundo.

Igor Akinfeev retomou o contato com a bola na manhã desta quinta-feira (19), no treino da Rússia em Itu. A falha do goleiro na partida contra a Coreia do Sul, em Cuiabá, na última terça-feira abalou jogador russo e virou motivo de piada nas redes sociais.

Após o empate diante dos coreanos, a equipe comandado pelo técnico Fabio Capello retornou ao interior paulista e folgou na quarta-feira (18). Na volta aos trabalhos, tudo dentro da rotina para o time e para Akinfeev, que, ao lado dos colegas de posição Yuri Lodgin e Sergey Ryzhikov, foi supervisionado pelo preparador de goleiros Sergey Ovchinnikovi.

Segundo os companheiros de Akinfeev, todos estavam tensos na partida de estreia, mas quem acabou sofrendo mais foi o goleiro, que fez questão de pedir desculpas para a equipe após a partida. A partida contra a Coreia do Sul foi a primeira em uma Copa do Mundo para todo elenco, exceto para o atacante Kerzhakov.

"Era o primeiro jogo em uma Copa do Mundo para nós, então, estávamos todos tensos. Acreditamos estar melhores para o próximos jogo, mais fortes. Após a partida, já em Itu, tivemos um dia livre, alguns dormiram. Apenas relaxamos", disse o meia Shatov, que atua no Zenit.

Blindados desde o primeiro dia no Brasil, os russos terão como maior atração atuar no Maracanã. Dos 23 convocados, 22 estão atuando em uma Copa do Mundo pela primeira vez.

"Jogar no Maracanã e no Rio de Janeiro será um momento fantástico para nós, ainda mais em uma Copa do Mundo", comemorou o volante Glushakov.

Depois de chegar ao Rio de Janeiro por volta de 10h neste sábado, a delegação da Rússia teve pouco tempo para descansar. Os jogadores já estavam no gramado do Maracanã às 14h30 para o último treinamento antes do duelo com a Bélgica. A imprensa só pôde acompanhar os 15 minutos iniciais, quando os atletas fizeram apenas um leve trabalho físico.

Neste sábado, depois do treinamento no Maracanã, Berezutski manteve a serenidade ao falar do jogo, que tem clima de decisão para a Rússia. Uma derrota para a Bélgica pode complicar a vida dos russos.

"Quando cheguei aqui, notei o fato de que entraríamos em um estádio cheio de história. Mas não senti nada diferente, apenas o fato de não ter pista de atletismo e o torcedor ficar mais próximo", afirmou o zagueiro.

Depois de comandar neste sábado o último treino da Rússia antes do duelo contra a Bélgica, neste domingo, às 13h (de Brasília), no Maracanã, o técnico Fabio Capello concedeu entrevista coletiva. O treinador italiano falou sobre o Maracanã e sobre o que o estádio representa para o futebol. Ele recordou de uma vez em que assistiu como comentarista à Copa América de 1989, vencida pelo Brasil, e afirmou que a sensação de estar à beira do campo é diferente.

"Existem estádios que exercem fascínio, que têm charme, como o San Siro, Wembley e Maracanã. É um sonho para todos. Quando o Brasil venceu a Argentina em uma Copa América, eu estava na tribuna. É uma sensação diferente estar no gramado", ressaltou o comandante.