A polêmica partida entre Guiné Equatorial e Tunísia, válida pelas quartas de final da Copa Africana de Nações de 2015, ainda está na berlinda. Nesse jogo, o árbitro Rajindraparsad Seechurn, das Ilhas Maurício, marcou um "pênalti fantasma" para a seleção anfitriã nos acréscimos do segundo tempo, quando o placar apontava 1 a 0 para os visitantes.

Na prorrogação, os donos da casa chegaram à virada e se classificaram à fase semifinal. A indignação por parte dos tunisianos foi grande: após o apito final, os jogadores partiram para cima do juiz, que saiu escoltado pelos seguranças.

Nesta sexta-feira (6), a Confederação Africana de Futebol (CAF) anunciou que Wadie Jary, presidente da Federação Tunisiana de Futebol, está suspenso de suas atividades "por mau comportamento". A entidade máxima do futebol da África deu à Tunísia um prazo - até 31 de março - para se desculpar pela revolta pós-eliminação. De acordo com a confederação, os jogadores das Águias de Cartago também quebraram uma porta e uma geladeira do vestiário depois da derrota frente à Nzalang.

Wadie Jary, presidente da Federação Tunisiana de Futebol, foi banido de qualquer atividade relacionada à CAF (Foto: Getty Images/Fifa)

Após o jogo, a Federação Tunisiana enviou à Confederação Africana duas cartas, nas quais exigia uma investigação acerca do resultado e acusava o órgão e seus funcionários de "serem tendenciosos contra a Tunísia em geral".

A CAF multou a FTF em 50 mil dólares e disse que os tunisianos devem pedir perdão devido a "insinuações de parcialidade e falta de ética contra a CAF e os seus funcionários, bem como por apresentar provas irrefutáveis para fundamentar as acusações".

"A atitude agressiva de alguns torcedores nas bancadas, invasão de campo após o apito final por parte dos jogadores e reservas da seleção tunisiana - insultando o árbitro da partida e tentando agredi-lo fisicamente - e o comportamento lamentável do presidente da Federação de Futebol da Tunísia, Wadie Jary" foram outros motivos que levaram à sanção, disse a organização em nota oficial.

Depois de uma reunião na última quarta-feira (4), a entidade que comanda o futebol da Tunísia se recusou a pedir desculpas por "ter sofrido uma escandalosa injustiça graças à arbitragem".

O árbitro também não escapou de punição: pela má atuação no embate, Seechurn ficará sem apitar jogos por seis meses.

Ainda nesta sexta, a CAF confirmou que o Marrocos, por ter desistido de sediar a CAN 2015, não poderá participar das duas próximas edições, a serem jogadas em 2017 e 2019. Os marroquinos já haviam sido excluídos da atual edição do certame. A Real Federação Marroquina de Futebol pagará multa de 1 milhão de dólares.

A entidade que controla o futebol do Marrocos também terá que pagar uma indenização de 8 milhões de euros, pelos prejuízos sofridos pela CAF, seus parceiros e patrocinadores, em virtude da desistência de sediar o torneio.

As Eliminatórias para a Copa Africana de Nações de 2017, cuja sede ainda não está definida, têm início marcado para junho deste ano. Argélia, Egito, Gabão e Gana são as nações candidatas a país-sede da próxima CAN, cujo vencedor garante vaga na Copa das Confederações do mesmo ano, a ser disputada na Rússia, sede da Copa do Mundo de 2018.

Seleção do Marrocos não disputará as Copas Africanas de 2017 e 2019 (Foto: Fadel Senna/AFP/Getty Images)