O Grupo F da Uefa Champions League 2015/2016 conta com a presença de Bayern de Munique, Arsenal, Olympiacos e Dínamo Zagreb, equipes acostumadas a marcar presença na competição interclubes mais importante da Europa. Em contrapartida, somente o Bayern já foi campeão: os bávaros colecionam cinco taças do certame, três na época em que o torneio se chamava Copa dos Campeões Europeus e duas nos atuais moldes.

No papel, o atual tricampeão da Bundesliga e o terceiro colocado da última Premier League são franco favoritos à classificação para o mata-mata. Já o atual pentacampeão grego e o atual decacampeão (!) da Croácia são os "azarões" da chave.

A primeira rodada do grupo está agendada para quarta-feira (16), dia em que o FCB visita os Thrylos no Estádio Georgios Karaiskakis e os Modri recepcionam os Gunners no Estádio Maksimir.

Bayern de Munique

Foto: Divulgação/Bayern de Munique

Cabeça-de-chave graças ao título da última edição da Bundesliga, o time comandado pelo espanhol Pep Guardiola é apontado como um dos favoritos à taça. Não só pelo bom elenco, mas também pelos retrospectos recentes: foi vice-campeão em 2010 e 2012, campeão em 2013 e semifinalista em 2014 e 2015.

Dono de um plantel astronômico, com atletas renomados a nível mundial como o goleiro Manuel Neuer, os defensores Medhi Benatia, Philipp Lahm, Jérôme Boateng e David Alaba, o volante Arturo Vidal, os meias Franck Ribéry, Arjen Robben, Mario Götze e Xabi Alonso e os atacantes Robert Lewandowski e Thomas Müller, o clube se mostra capacitado para a sexta taça continental, seu grande objetivo em 2015/2016.

Mas um jogador em especial vem chamando a atenção no início desta temporada: o meia Douglas Costa - o lateral Rafinha e ele são os únicos brasileiros da equipe. O Bayern desembolsou aproximadamente 30 milhões de euros para tê-lo, e o investimento está recebendo o devido retorno.

Douglas Costa está dando o que falar na Alemanha (Foto: Getty Images)

Revelado pelo Grêmio, atleta do Shakhtar Donetsk por cinco anos e presente nas últimas convocações da Seleção Brasileira, o camisa 11 tem se mostrado versátil e habilidoso. Foi às redes logo na estreia pela Bundesliga, na goleada de 5 a 0 contra o Hamburgo, e tem participado de vários gols. Inclusive, sofreu o pênalti que deu a vitória aos bávaros no dérbi contra o Augsburg, no último final de semana. Douglas Costa pode ser a grata surpresa do clube de Munique na competição.

Esta pode ser a última oportunidade para Pep Guardiola, campeão com o Barcelona em 1992 (como jogador), 2009 e 2011 (como treinador), chegar ao topo do futebol europeu no comando do escrete alemão. Apesar de manter a soberania a nível nacional, o catalão vem sendo bastante contestado por ainda não ter conquistado a Champions pelo Bayern. E seu vínculo com o clube, válido até esta temporada, pode não ser renovado.

Champions League 2015/2016 pode ser a última chance para Guardiola conquistar um título internacional à frente do FC Bayern (Foto: Getty Images)

Um conto na Champions

O último título europeu do Bayern de Munique é inesquecível para os adeptos roten. A conquista veio diante do Borussia Dortmund, principal concorrente da Stern des Südens na Alemanha nos últimos anos.

Em um Wembley tomado por alemães, o FCB, à época treinado por Jupp Heynckes, saiu na frente com Mandzukic aos 15 minutos da segunda etapa. Oito minutos mais tarde, o Dortmund igualou as forças no marcador em pênalti cometido pelo brasileiro Dante e convertido por Gündogan.

O gol que decidiu o jogo veio dos pés de Arjen Robben. Assombrado pelo pênalti perdido na final do ano anterior, quando viu o Chelsea festejar o título em plena Allianz Arena, o holandês deixou dois defensores para trás e tocou na saída de Weidenfeller.

A consagração de Robben rendeu ao time da Baviera o quinto troféu da competição interclubes mais importante da Europa.

Arsenal

Foto: Divulgação/Arsenal

Um dos clubes mais vitoriosos da Inglaterra, o Arsenal ainda não chegou ao lugar mais alto do futebol europeu. Mesmo sendo presença frequente nos mata-matas, a equipe não chega longe na Champions desde a presença nas semifinais em 2008/2009, quando foi eliminada pelo rival Manchester United. Eliminações nas oitavas de final têm sido frequentes nas últimas edições. Segunda força do grupo, os londrinos esperam acabar com essa sina nesta temporada.

O elenco dos Gunners alia experiência e juventude. A grande contratação para a temporada foi a do goleiro Petr Cech, de 33 anos. Ele veio de outro rival, o Chelsea. Outros jogadores experientes do plantel são os zagueiros Per Mertesacker e Laurent Koscielny, os meias Tomas Rosicky, Mathieu Flamini, Santi Cazorla, Mikel Arteta e Mesut Özil, e os atacantes Olivier Giroud e Theo Walcott. Entre os mais jovens destacam-se o zagueiro Gabriel Paulista (único brasileiro do time), os meias Aaron Ramsey, Jack Wilshere e Alex Oxlade-Chamberlain, e o atacante Joel Campbell.

A maior esperança de gols é o atacante Alexis Sánchez, artilheiro do time na última Premier League com 16 gols. O centroavante foi um dos destaques da seleção chilena, que chegou às oitavas de final da última Copa do Mundo e conquistou a última Copa América.

Um conto na Champions

Sensação da edição 2005/2006 da Uefa Champions League ao eliminar os gigantes Real Madrid e Juventus e outra sensação, o Villarreal, no mata-mata, o Arsenal esteve a um jogo do seu maior sonho. A última parada foi no Stade de France, em Saint-Denis, contra o Barcelona.

A taça ficou perto de ter Londres como destino quando o defensor Sol Campbell colocou o AFC em vantagem aos 37 minutos do primeiro tempo. Os ingleses se seguravam como podiam, tendo em vista que o goleiro Lehmann fora expulso e Pirès teve de ser "sacrificado" para o arqueiro reserva Almunia entrar.

Mas a reviravolta do lendário Barça de Ronaldinho e cia. veio nos instantes finais, com um gol atrás do outro. Eto'o empatou aos 31 minutos da segunda etapa, e Belletti se consagrou aos 35. No gol da virada, a bola passou entre as pernas de Almunia antes de "morrer" no fundo das redes. Epopeia para os culés, melancolia para os Gunners.

Únicos remanescentes do Arsenal naquela final, o técnico Arsène Wenger e o meia Mathieu Flamini ainda tentam realizar o sonho do clube do norte de Londres. Wenger é o comandante do escrete desde 1996, e Flamini está em sua segunda passagem: defendeu a equipe entre 2004 e 2008 e retornou em 2013.

Mais uma vez, Arsène Wenger guiará o Arsenal na tentativa de voltar a chegar longe no cenário europeu (Foto: Divulgação/Arsenal)

Olympiacos

Foto: Divulgação/Olympiacos

Campeão de 17 das últimas 19 edições da Superliga Grega, o Olympiacos está sob nova direção em 2015/2016: o português Marco Silva preencheu a vaga deixada pelo espanhol Míchel, hoje no Olympique de Marseille. Após sua polêmica demissão do Sporting, Marco aceitou prontamente o convite dos alvirrubros.

Os destaques do elenco dos Thrylos são o goleiro Roberto, o lateral-direito Omar Elabdellaoui - que também pode jogar como ponta-esquerda -, e os meias Luka Milivojevic, Alejandro Domínguez e Giannis Maniatis, sendo este o capitão da equipe.

Para esta temporada foram contratados o experiente volante argentino Esteban Cambiasso, ex-Independiente, River Plate, Real Madrid, Internazionale e Leicester, e o atacante islandês Alfred Finnbogason, emprestado pela Real Sociedad. Também vieram o meia-atacante colombiano Felipe Pardo, ex-Atlético Huila, Deportivo Cali, Independiente de Medellín e Braga, e o atacante português Hernâni, emprestado pelo Porto.

Os brasileiros do plantel são o defensor Leandro Salino, ex-América-MG, Ipatinga, Flamengo, Nacional da Madeira e Braga, e o atacante Sebá, ex-Cruzeiro, Nacional-MG, Porto e Estoril.

Olympiacos é o primeiro clube estrangeiro da carreira do técnico Marco Silva (Foto: Divulgação/Olympiacos)

Um conto na Champions

A última vez que o Olympiacos participou de um mata-mata de Champions League foi há pouco tempo. Na temporada 2013/2014, os Kokkinoi ficaram em segundo lugar no Grupo C, atrás somente do PSG. Levaram vantagem sobre o Benfica no confronto direto, e por isso avançaram.

O adversário nas oitavas de final foi o Manchester United. A eliminatória prometia ser difícil para os gregos. Entretanto, o time comandado por Míchel não se intimidou e saiu na frente na disputa por vaga nas quartas de final. Venceu por 2 a 0 no Karaiskakis, com gols de Alejandro Domínguez - que continua no time - e Joel Campbell - à época emprestado pelo Arsenal.

Apesar da larga vantagem, o time da cidade de Pireu, vizinha à capital Atenas, não soube administrá-la. Os ingleses se classificaram em uma impressionante reviravolta: 3 a 0 no Old Trafford, com três gols do atacante holandês Robin Van Persie.

O sonho grego terminou no... Teatro dos Sonhos. O Olympiacos desperdiçou uma grande oportunidade de fazer história, e talvez não terá outra igual àquela.

Dínamo Zagreb

Foto: Divulgação/Dínamo Zagreb

Dono de uma das maiores hegemonias vigentes do futebol europeu, o Dínamo Zagreb está de volta à fase de grupos da Champions League após duas temporadas de ausência.

Único integrante do Grupo F a ter passado pelas fases classificatórias, o time da capital croata despachou Fola Esch (empate em 1 a 1 em casa e vitória por 3 a 0 em Luxemburgo, Molde (1 a 1 na Croácia e 3 a 3 na Noruega; classificação garantida pela regra dos gols fora de casa) e Skënderbeu (vitórias por 2 a 1, na Albânia, e 4 a 1, em casa) para fazer companhia aos grandes do futebol europeu.

O Dínamo jamais alcançou a fase de mata-mata de uma competição europeia nos atuais moldes. Longe - na época e na qualidade - das performances nos anos 60, quando costumava chegar longe na extinta Taça das Cidades com Feiras - foi vice-campeão em 1963, ao perder para o Valencia, e campeão em 1967, ao bater o Leeds United -, a equipe tentará contrariar a lógica em 2015/2016. Mas poderá se dar por satisfeita caso, ao menos, faça uma campanha digna.

Não há brasileiros no escrete comandado por Zoran Mamic. Mas gente falando português é o que não falta. Há quatro portugueses no elenco: o goleiro Eduardo, o lateral-direito Ivo Pinto, o volante Gonçalo Santos e o meia Paulo Machado.

Eduardo é uma das forças do elenco, ao lado do meia Domagoj Antolic e dos atacantes Ángelo Henríquez, El Arbi Hillel Soudani e Armin Hodzic. As jovens promessas Marko Rog e Marko Pjaca, ambos de 20 anos, são outros destaques.

Ex-jogador do Dínamo, Zoran Mamic comanda a equipe desde 2013 (Foto: Getty Images)

Um conto na Champions

Foto: Divulgação

Uma das maiores manchas da história do Dínamo Zagreb foi a goleada de 7 a 1 sofrida em casa - pois é, esse mal não é exclusivo da Seleção Brasileira - para o Lyon, no dia 7 de dezembro de 2011, pela última rodada do Grupo D da Champions League. Saíram na frente com Kovacic e tomaram a virada. Destaque para Gomis, autor de quatro gols. Gonalons, Lisandro Lópes e Briand completaram a dilatada vantagem dos visitantes.

Foi apenas mais um jogo para os Modri, que já estavam matematicamente eliminados do certame. Mas o placar elástico garantiu o time francês nas oitavas. E deixou a torcida do Ajax enfurecida.

O clube holandês disputava a segunda vaga do grupo - a primeira já fora conquistada pelo Real Madrid - com os Lyonnais. Como estavam iguais no confronto direto - os dois duelos entre Lyon e Ajax terminaram 0 a 0 -, o desempate se deu pelo saldo de gols. Devido à derrota de 3 a 0, em casa, para o Real, os Godenzonen tiveram o saldo zerado, contra um saldo positivo de dois gols do OL.

Daí nota-se o peso da goleada do Lyon em Zagreb. E a desconfiança da torcida ajacieden. Mas uma manipulação do resultado em questão nunca foi provada - apesar da suspeita piscada de olho de Domagoj Vida para Bafetimbi Gomis na imagem abaixo.

Foto: Reprodução