Com a vitória por 2 a 1 sobre o Luzern, fora de casa, pela 30ª de 36 rodadas, o Basel conquistou na sexta 28 de abril seu oitavo título seguido na Suíça. É uma das hegemonias mais duradouras no continente – só atrás do gibraltino Lincoln (14), do croata Dínamo (11), cujos campeonatos ainda não estão definidos, e do bielorrusso BATE (11), que saberá só em novembro se continuará no topo ou não.

Assim como na temporada passada, a primeira de Urs Fischer no comando técnico, o Basel teve trajetória serena, sempre na liderança da Superliga 2016/2017. Até agora sofreu único revés – em dezembro, pela 17ª, diante do Young Boys (3 a 1). Com mais sete pontos, ultrapassará a marca dos 83, obtida na primavera de 2016. O goleiro Vaclík e os zagueiro Lang e Suchý foram os pilares da defesa raramente vazada. Na frente, Doumbia, Janko e Delgado, municiados por Zuffi, Elyounoussi ou Steffen produziram mais de 2,5 gols por jogo. Com 10 times, o Suíço é disputado em quatro turnos.

A afortunada grama de St. Jakob Park

O auge do BFC coincide com a idade do St. Jakob Park, estádio inaugurado em 2001. Nele, já em 2002, foi desfeito o jejum de 32 anos sem vencer o principal torneio do país. Nele, a torcida bicolor comemorou 12 de seus 20 campeonatos suíços e viu o escudo do clube ganhar duas estrelas – uma por cada dezena dessas conquistas. No ranking dos campeões, só falta bater o Grasshopper (27).

Clube mais rico de suas terras, o Basel, entre outros meios, abastece seus cofres com os prêmios de participação na Champions League e com a venda de jovens jogadores, que, quando ganham os holofotes, logo trocam a Suíça por ligas mais visadas. Foi assim com Xhaka, ex-Mönchengladbach, Shaqiri, ex-Bayern, Stocker, do Hertha, e Embolo, do Schalke. Até técnicos costumam usar o BFC como trampolim - Paulo Souza, campeão em 2015, mudou-se para a Fiorentina, e Murat Yakin arrumou bom contrato com o Spartak Moscou após o título de 2014. Tantas transferências exigem da diretoria capacidade para repor peças sem descair o nível, mantendo distância segura para os rivais.

Há, porém, um senão neste vistoso cenário. Campanhas fracas nas competições europeias começam a ser questionadas pela imprensa local. Já não basta mais ser conhecido como a inspiração do azul-grená do Barcelona. Na Champions, onde é participante assíduo, o Basel no máximo chegou às oitavas (2012 e 2015). Na temporada passada, foi eliminado antes da fase de grupos. Na presente, foi lanterna de sua chave, atrás de Arsenal, PSG e Ludogorets. Na Liga Europa, onde enfrenta times de seu patamar, foi às semifinais em 2013. Será o momento de dar um passo além da hegemonia doméstica?

Fussball Club Basel 1893

Fundação: 15/11/1893

Estádio: St. Jakob-Park (38.500 espectadores)

Títulos: 20x Campeonato Suíço; 11x Copa da Suíça