Nesta quinta-feira (19), Nice e Lazio protagonizaram um duelo contraditório na Allianz Riviera, na Costa Sul da França, em jogo válido pela terceira rodada da fase de grupos da Europa League. Os franceses iniciaram o confronto com bastante intensidade, impondo seu ritmo habitual de posse e controle, porém propiciaram a desordem e conceberam oportunidades para os visitantes.

Desta forma, os gols marcados por Balotelli, Milinkovic-Savić (duas vezes) e Caicedo, deram números finais a um caloroso jogo. Sendo assim, os Aiglons mantiveram uma sequência negativa, tendo em mente que na última partida na Ligue 1, o coletivo gerido por Lucien Favre, não conseguiu achar soluções táticas e acabou derrotado diante do Montpellier.

Com este resultado, o OGCN mantém suas esperanças de classificação vivas, já que com duas vitórias convincentes nos primeiros jogos do grupo, os franceses atualmente têm seis pontos em três jogos, estando na vice-liderança do grupo, com larga vantagem para os demais concorrentes.

Em contrapartida, a Lazio, que passa por uma fase fantástica na temporada, assumiu o topo da tabela desse desequilibrado grupo K, com 100% de aproveitamento e utilizando uma mescla entre reservas e titulares para conquistar os resultados até aqui. Na próxima rodada, ambos voltam a se embater, desta vez em âmbitos italianos, no posterior dia 2 de novembro, às 18h, no Estádio Olímpico de Roma. Duelo derradeiro para determinar quem se classificará como líder da chave.

Em primeiro tempo equilibrado, Nice e Lazio alternaram momentos de domínio

Estabelecendo vantagens numéricas desde a saída com as quebras de linha de marcação através dos zagueiros Marlon e Le Marchand, o Nice concretizou, durante os primeiros minutos do duelo, sua proposta de controle e produção pragmática. Deste modo, os avanços em campo rival dos laterais Jallet e Burner serviam como apoio para maior fluidez em troca de passes dinâmica, conseguindo acelerar em último terço e adicionar o passe vertical de Sneijder para agredir o adversário.

Neste cenário em que a proposição de jogo era remetente dos locais, a Lazio se posicionava com linhas proativas e apresentava sérios problemas em acompanhar o ritmo inicial empregado pelas Águias do Sul. Sobretudo, o primeiro passe executado desde trás nas intenções de atrair, retrair e superar pressão alta para tornar seus ataques mais verticais, representava para os Aiglons vantagens posicionais e assim, tornava seu repertório mais complementar.

Sendo assim, o primeiro gol da partida surgiu em uma possessão de quase um minuto dos franceses, com toda equipe participando da construção, que contou com a capacidade associativa de Sneijder para conectar Balotelli pelo alto, onde o italiano anotou de cabeça e abriu o placar.

Por outro lado, os argumentos ofensivos dos visitantes eram baseados em passes diagonais vindos de seus defensores, não se caracterizando como ligação direta e sim na tese de gerar fluxos inversos com bolas longas para deixar o equatoriano Caicedo de frente para o jogo, tendo a possibilidade de enfrentar menos marcadores e causar impacto a cada toque para acionar os meias do conjunto de Roma.

Desta maneira, pouco tempo após ver o adversário abrir o marcador, os visitantes não sentiram o baque e, através de lançamento diagonal para criar perigo, os defensores Dante e Cardinale não interviram em sinergia e conceberam o tento para a Lazio, que contou com um pequeno desvio de Caicedo para empatar. A partir disto, a omissão dos meio-campistas do Nice para dinamizar as posses da equipe e adicionaram mais coesão nas associações entre todo sistema coletivo, causou um equilíbrio demasiado na partida.

Com isto, a produção dos mandantes diminuiu de forma considerável e assim, condicionou ideias reativas para o adversário, que passou a resistir com solidez e transitar em poucos metros para oferecer perigo através de Nani e Milinkovic-Savić.

Impondo pragmatismo desde sempre, a Lazio saiu vitoriosa

Na etapa complementar, o panorama dito do período anterior se manteve o mesmo. Tentando construir com critério em campo próprio, as ausências de peças importantes no sistema do Nice, somadas às deficiências de seu sistema defensivo em defender jogo aéreo e rupturas de linhas através de bola longa, culminaram diretamente no resultado final no transcorrer dos minutos.

Desta forma, toda responsabilidade em produzir chances ficou por conta de Sneijder, que a cada participação ativa no jogo necessitava de apoios zonais para ter opções de passe diagonal com objetivos de fluir o trabalho ofensivo do Nice - o que não aconteceu como devia -, perdendo índices de posse de bola com os erros excessivos em terço final para concluir ocasiões de gol.

Dentro deste contexto, os movimentos interiores de Jallet na esquerda, possibilitavam espaços vazios para exploração por parte dos pontas do time italiano adepto de predefinições para organizar contra-ataques, o que representou um problema gigantesco para o OGCN no cenário relatado - algo recorrente que está presente nos últimos jogos da equipe no Campeonato Francês.

Sendo assim, a Lazio chegou a virada de um modo um tanto quanto peculiar para o jeito em que o time se propôs a jogar na ocasião: através de uma jogada trabalhada e criteriosa, com poucos toques e ritmo brutal para acelerar com coesão, o bósnio Senad Lulic achou Caicedo em profundidade, que cruzou e assistiu Milinkovic-Savić para chegar à vantagem no placar.

Neste cenário em diante, a postura defensiva do Nice variou de perseguições individuais para posicionamento alinhado, na tentativa de parar as dobras entre ala e ponta nas beiradas. Com o esférico em domínio por mais tempo ainda nos meados da etapa final, os Aiglons esbarraram em suas próprias limitações técnicas para furar o bloqueio sólido do adversário, que contou com uma atuação imperial do angolano Bastos nos duelos individuais com os ofensivos dos franceses.

Deste modo, a resistência italiana consistiu em, a partir de jogadores acumulados em zona central, gerar congestionamento na criação do Nice, que não pôde ser agressivo pelos flancos, principalmente com a ausência de Allan Saint-Maximin, que representa um argumento mais destoante por si só. Ademais, o plano tático visitante foi idêntico ao realizado diante da Juventus na sua última vitória no Campeonato Italiano, quando conseguiu competir contra um rival superior e utilizou de avanços individuais para desequilibrar.

Para castigar de vez um rival que não teve a mesma contundência durante os noventa minutos, o coletivo gerido por Simone Inzaghi somou outra anotação na reta final da partida, em bola parada, com o sérvio Milinkovic-Savić cabeceando e dando números concretos ao duelo. Sendo assim, a sensação que fica, pelo lado do Nice, é que o futebol praticado em 2016-17, ainda está ausente neste início de temporada.