Em entrevista coletiva após o final da realização da 70ª edição do congresso anual da Fifa nesta sexta-feira (18), o presidente Gianni Infantino fez uma importante declaração. A afirmação trata-se do adiamento do Mundial de Clubes de 2020, ainda no antigo formato, que ocorreria em Dezembro no Catar. O líder máximo da entidade também declarou que a competição deverá ser organizada em algum momento no início do ano que vem, no mesmo país sede.
"Algumas confederações não vão concluir seus torneios continentais de clubes neste ano, então não será possível manter o plano original. Mas estamos conversando sobre fazer no Catar no começo do ano que vem. Há algumas situações que são mais importantes do que futebol, com a saúde, e temos que levar isso em consideração".
Esta seria a última edição do Mundial de Clubes no formato antigo, com sete participantes, contando com campeões de cada continente, mais o país sede. Já na nova organização, a competição terá 24 times, que deveria ter sua primeira edição no ano que vem na China, mas ainda não tem data para ocorrer. Com o adiamento e sem calendário para ocorrer, a janela de Junho de 2021 terá as atrações da Copa América e Euro.
O novo formato do torneio gerou revoltas e uma certa resistência por parte das maiores confederações continentais, UEFA e Conmebol. Mas o presidente Infantino não vê isso como uma pedra no caminho da entidade, e deixa claro que não há uma crise de relacionamento entre as partes.
"Quando a Copa do Mundo começou em 1930, os ingleses não quiseram participar porque eles já eram os melhores. Mas depois eles decidiram talvez fosse bom jogar. Queremos que eles também participem do Mundial de Clubes. Nossa relação hoje é muito próxima, tivemos muitas reuniões de nível operacional. Vamos ter janelas maiores para seleções, menos jogos e jogos mais relevantes. Tudo isso vai ser debatido e discutido."
Gianni Infantino foi o idealizador deste novo formato do Mundial de Clubes, e tem como principal objetivo tentar deixar em pé de igualdade ou reduzir a diferença técnica e financeira das equipes que participam. Atual presidente da Fifa, ele usou esta narrativa para ser reeleito por mais quatro anos em 2019.
Na coletiva, ao ser perguntado sobre o quanto havia avançado neste plano, respondeu: "Não tenho como saber antes de um novo Mundial, esta seria uma resposta fácil. Mas o que eu posso dizer é que vamos continuar trabalhando para que mais times participem dos torneios internacionais."