Uma decisão de torneio continental não é novidade para o Independiente. Afinal, são sete títulos de Taça Libertadores e mais um de Copa Sul-Americana. E, impressionantemente, nenhum vice-campeonato nestes dois torneios, de maior peso na América do Sul. O "Rey de Copas", como é conhecido o time de Avellaneda, também tem experiência contra brasileiros. Já decidiu duas Libertadores contra os mesmos e seu título internacional mais recente veio contra um surpreendente Goiás.
Em 1974, o Independiente bateu o São Paulo na decisão da Libertadores. Dez anos depois, foi a vez do Grêmio sucumbir ante os rojos de Avellaneda. Para encerrar um longo jejum, o Independiente chegou à decisão da Copa Sul-Americana de 2010 contra um adversário até então desconhecido: um Goiás que era liderado por Rafael Moura. A VAVEL Brasil te leva numa viagem pelo tempo para relembrar aquela decisão.
O caminho de Independiente e Goiás até a final
Para chegar a uma inédita final de torneio continental, o Goiás disputou praticamente uma Copa do Brasil. Depois de eliminar o Grêmio na segunda fase da Sul-Americana, quando os times brasileiros entraram na competição, o clube do Centro-Oeste enfrentou Emelec-EQU, Avaí e Palmeiras.
Enquanto isso, o Independiente também penou em seu caminho rumo à final, eliminando Argentinos Juniors, Defensor-URU, Tolima e LDU. O detalhe fica para o fato de que todas as vitórias dos rojos, no agregado, tiveram vantagem de, no máximo, um gol. As partidas contra Tolima e LDU só foram definidas no critério de desempate dos gols marcados fora de casa.
A decisão, parte 1: Goiás se impõe, vence em casa e abre boa vantagem
O jogo de ida da grande final foi disputado no estádio Serra Dourada, casa do Goiás, para mais de 35 mil espectadores. O clube, já rebaixado no Brasileiro, sonhava com o título continental para fazer história. E entrou em campo decidido a abrir vantagem. Pressionando desde o começo, abriu o placar logo aos 14 minutos, com Rafael Moura. O He-Man era o grande nome daquela equipe, sendo o artilheiro da competição.
Aos 21 minutos da primeira etapa, foi a vez de Otacílio Neto ampliar. Mas o Goiás parou por aí. No segundo tempo, o Independiente cresceu, chegou a equilibrar as ações, mas teve o atacante Silvera expulso. Mesmo com um homem a menos, a equipe argentina conseguiu segurar a pressão esmeraldina e voltou para casa precisando reverter uma vantagem de dois gols dos brasileiros.
A decisão, parte 2: Independiente reverte vantagem, é salvo pela trave e leva título nos pênaltis
Em Avellaneda, o Independiente contou com o apoio massivo de sua torcida apaixonada e, assim como o Goiás havia feito no jogo de ida, abriu o placar logo no começo: Velazquez marcou aos 19 minutos da primeira etapa, que foi absurdamente movimentada. Três minutos depois, Rafael Moura empatou. Mas a tranquilidade esmeraldina não durou quase nada.
Em falha de Ernando, foi a vez de Parra voltar a colocar o Independiente na frente, ainda aos 26 minutos do primeiro tempo. O próprio Parra, caído no chão, marcou novamente, aos 34, e deixou o placar agregado em 3 a 3, resultado que levaria a decisão para as penalidades máximas, já que o critério de desempate por gols marcados fora de casa não valia para aquela decisão, tal como a desta quarta-feira (6), contra o Flamengo.
O resultado acabou perdurando até o fim da partida, mesmo com forte pressão do Goiás, que teve chance de ouro logo no começo do segundo tempo da prorrogação, quando Rafael Moura levantou bola na segunda trave e Rafael Tolói, livre, tocou de cabeça, carimbando a trave do Independiente, em jogada onde o goleiro Navarro estava completamente batido. O gol acabou não saindo e os pênaltis se confirmaram.
A trave, aliás, voltou a ser importante para os argentinos, que viram Felipe acertar a mesma trave que parou a cabeçada de Tolói, na única cobrança desperdiçada pelo Goiás. O Independiente marcou todas as cinco que cobrou e fez a festa em Avellaneda, junto a uma torcida que aguardou 26 anos para comemorar outro título continental.